Acordei suando frio, com o coração batendo violentamente. Estava deitado na cama da suíte principal, ofegante, arrancado à força do sono profundo.
— Sai de cima de mim!
Harry. Deus do céu.
— Não encosta em mim, porra!
Chutei as cobertas, desci da cama e saí correndo pelo corredor até o quarto de hóspedes. Procurei desesperadamente pelo interruptor, passando a mão pela parede. A luz tomou conta do quarto, e revelou Harry se debatendo na cama, com as pernas emaranhadas com a roupa de cama.
— Não faz isso. Ah, meu Deus...— Ele arqueou as costas para cima, agarrado aos lençóis. — Está doendo!
— Harry! — Ele teve um sobressalto violento. Fui correndo até a beira da cama, com o coração apertado por vê-lo daquela maneira, todo vermelho e coberto de suor. Eu pus a mão sobre seu peito.
— Não encosta em mim, porra! — ele esbravejou, agarrando meu pulso com tanta força que eu gritei de dor. Seus olhos, apesar de abertos, pareciam perdidos, ainda imersos no pesadelo. — Harry! — Eu lutava para me soltar. Ele se sentou na cama de repente, com a respiração ofegante e os olhos arregalados.
— Matthew. — Soltando minha mão como se o contato com minha pele o tivesse queimado, ele tirou os cabelos ensopados do rosto e pulou da cama. — Minha nossa, Matthew... Eu machuquei você?
Agarrei o pulso com a outra mão e sacudi a cabeça.
— Eu quero ver — ele falou com a voz embargada, estendendo as mãos trêmulas na minha direção. Deixei meus braços caírem sobre o corpo e fui até ele, abraçando-o com a maior força de que era capaz, pressionando o rosto contra seu peito suado. — Meu anjo. — Ele cedeu ao meu abraço, todo trêmulo. — Me desculpa.
— Chega, amor. Está tudo bem.
— Me abraça — ele sussurrou, e nós nos deitamos no chão. — E não me solta nunca mais.
— Nunca mais — eu prometi com os lábios grudados à sua pele. — Nunca mais.
Tomei uma chuveirada e entrei na banheira triangular com Harry. Sentado atrás dele no degrau mais alto, lavei seus cabelos e passei as mãos ensaboadas por seu peito e suas costas, lavando o suor gelado do pesadelo. A água quente contra a pele o fez parar de tremer, mas nada era capaz de mudar a expressão de desolação em seus olhos.
— Você já contou a alguém sobre os seus pesadelos? — eu perguntei, apertando a esponja de banho e deixando a água quente escorrer sobre seu ombro.
Ele sacudiu a cabeça.
— Pois já está na hora — eu disse baixinho. — E eu sou seu namorado.
Ele demorou um bocado para começar a falar.
— Matthew, quando você tem pesadelos... eles são uma repetição de fatos que aconteceram de verdade? Ou a sua mente muda tudo? Mistura tudo?
— Na maioria das vezes são lembranças. Reconstituições realistas. Os seus não?
— Às vezes. Mas às vezes são diferentes. Ficção.
Fiquei pensando por um minuto, e desejei ter o treinamento e o conhecimento necessário para poder ser útil de verdade. No entanto, eu só podia escutá-lo e amá-lo. Esperava que isso bastasse, porque seus pesadelos estavam acabando comigo, e com ele também.
— Diferentes em que sentido? Melhor ou pior?
— Eu consigo reagir — ele contou. — E ainda assim ele consegue machucar você?
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Para Sempre Seu - Shumdario - 3 temporada
FanfictionA partir do momento que conheci Harry Shum Jr, vi nele algo que precisava. Algo que não podia resistir. Eu vi a alma perigosa e danificada - muito parecida com a minha. Eu estava atraído por isso. Eu precisava dele, tanto quanto precisava que meu co...