2- Sua Culpa

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Como esperado logo todos caíram de joelhos, sem qualquer tipo de orientação, seus sentidos roubados. Passei calmamente por cima deles, isso era exatamente o quê acontecia quanto tentavam me atrapalhar. Sorte deles minha primeira opção não ter sido Jane.

_BELLA! NÃO FAÇA ISSO. -Ele gritou.

Tudo que fiz foi rir.

_Você consegue ser ainda mais patético do que era antes. A escolha foi sua, e adivinha, escolheu errado mais uma vez!. Não acha questionável não ter aprendido nada após todos esses anos?.

Uma garota frágil e de cabelos castanhos, clássico. Era mesmo por isso que eles estavam brigando mais uma vez?.

_Demitri. -Ele pegou a garota e lançou os pés Aro. _Me diga mestre, o que vê?.

_Sempre curiosa. -Prontamente ele atendeu ao meu pedido.

Queria saber por que ela era tão importante, afinal, eles estavam prestes a morrer por causa dela. Apenas para salvar sua vida sem graça e sem valor. Via a mim mesma em suas feições, e isso me incomodava, me levava até minhas piores lembranças, que há muito não eram lembradas por esta nova eu.
Mas se algo fosse acontecer, se algum sangue viesse a ser derramado, queria Edward presenciando este acontecimento; e que soubesse, principalmente, que a culpa foi toda dele, unicamente de sua incompetência. Por isso pedi que os segurassem antes que Alec lhes devolvesse a visão, veriam tudo de camarote.

_Amanda Platt, criada em Chicago por uma mãe abusiva e padrasto alcóolatra. A mãe acabou por culpar a filha quando o marido foi embora. Ele antes tentando convencer a garota para que fugisse com ele. Carlisle encontrou-a largada em uma viela depois de uma alta dose de medicamentos. Uma tentativa falha de suicídio. -Ela tinha o perfil da família, história triste de injustiça, merecedora de uma segunda chance nos critérios de Carlisle... _Interessante!.

_O que houve mestre?.

_Ela lhe conhece de algum lugar, minha querida. E conhece bem... Ouso dizer.

Pude ouvir a mesma engolindo em seco, antes de lançar um olhar desesperado para Edward, depois para Alice e em seguida para ele novamente.

Aparentemente o laço dela era com ele, e de alguma forma sabia quem fui no passado da família. Não hesitei em caminhar até ele e segurar firme em seu pescoço, onde era fácil de quebrar; "eu não me importo com ele" era o que gritava para mim mesma. Inutilmente tentando me convencer cegamente deste fato.

_Você tem chance de responder corretamente a pergunta que irei lhe fazer. -Encarei a garota num olha frio e sombrio, como me sentia. _Caso contrário eu arranco a cabeça dele e ateio fogo, bem aqui e na frente deles, antes de matar todos vocês sem pensar duas vezes. Ok?.

_O-ok. -Sua voz era fraca, tão inútil era essa garota idiota. Pensando bem realmente é uma enorme perda de tempo.

Antes eu não faria isso na primeira oportunidade, seria no mínimo racional, mas estava fora do meu controle e não queria ouvir o que era certo.

_O quê ele lhe disse sobre mim?.

Ela parecia pensar demais, e eu não estava com tempo para sua lerdeza, portanto suspirei cansada, puxando a cabeça de Edward para trás. O som de tecido se desgastando soando no salão em pleno silêncio -meu eu interno se contorcendo com esse feito contra quem amava-. Preenchido com os soluços de Esme logo depois, o desespero de todos pressionando sua reposta.

_Edward me disse que você foi a úncia que ele já foi capaz de amar, ele jamais tentou te substituir depois de todos esses anos. Eu nem ao menos conheci ele quando cheguei, porque ele estava te procurando, havia voltado para Forks atrás de você, e quando voltou... Eles nem ao menos o reconheciam mais. -Ela cuspiu tudo de uma só vez, ainda aos prantos, quase arrancando os cabelos pelo desespero. _Ele nunca, nem mesmo um só dia, deixou de te amar desde então, se é que um dia conseguiu isso ou se enganar.

Isso de alguma forma muito poderosa mexeu comigo, de tal forma que tocar em Edward me queimava como o fogo que um dia me corroeu em vida. Estava perdida em mim mesma de repente. Tudo que ela dizia era verdade, afinal para isso tínhamos alguém em nossa guarda, o que só estava me deixando ainda mais confusa. Olhar para Edward agora era como uma mentira, essa que talvez eu mesma tivesse contado; não conseguia dizer nada, e isso não passou despercebido pelos meus, a preocupação era visível.

_Bem, como tudo funciona na base da justiça, até mesmo em nosso mundo, sabem que tem poder do voto. Quebraram nossa regra mais de uma vez, já que Bella ainda quando humana sabia de nossa existência, tanto que nos encontrou aqui.

_Você veio atrás deles?.

Isso era uma surpresa para os Cullen, de fato, aposto que em suas mentes não tive poder de escolha sobre a imortalidade, mais foi o contrário.

_Deviam ter visto seu estado quando chegou aqui, fizeram mesmo um estrago. Mais agora isto foi reparado, porém o mesmo erro foi cometido outra vez... O quê faremos?.

Quando cheguei aqui estava no pior dos estados, e caso não tivesse tido a ideia de vir até aqui, eu mesma não estaria mais neste plano; já que teria acabado com tudo por conta própria. Os Volturi me apresentaram uma nova perspectiva, graças a eles me dei essa segunda chance. E agora não sabia se havia escolhido direito, já que segundo a insignificante garota Edward foi atrás de mim em algum ponto dessa história toda.

Ele se arrependerá?.

Enquanto cá estava eu, o odiando todos os dias ou pelo menos tentando, e ele estava atrás de mim por aí, fazendo algo para me encontrar.

Me perguntava se era a errada da história... Não, eu estava certa até um certo, e significante, ponto disto tudo. Tenho certeza!.
Ao menos me despedi corretamente, mesmo que de forma injusta, de quem eu amava e me amava de volta; me pegava pensando em Charlie nos últimos tempos, quanto ele sofreu. Todas essas questões gritavam para mim agora, malditos Cullen, tudo estava bem até eles voltarem.

_Todos vocês tem certo poder de escolha neste tribunal. Portanto lhes daremos duas conhecidas opções. Execução... -O arfar veio como era esperado, mesmo na vida após a morte, morrer definitivamente não era o objeto de desejo de muitos de nós. _Ou então, a garota deve ser transformada quanto antes. A escolha está sem suas mãos.

Escolhas, quantas vezes desejei que a minha escolha fosse aceita por esses hipócritas.

Edward ponderou tanto sobre isso anos atrás, e agora cá estava ele, tendo que decidir todo um futuro em questão de segundos. Nem Alice poderia prever minha reação agora, pelo menos não como ela viria.

_Iremos começar. -Até então Caius esteve calado, ele odiava dar segundas chances, estava esperando por alguma diversão vinda dessa situação. _Mas temos um porém. Bella?.

Ele então me estendeu a mão, me senti querida, raros eram os vampiros tratados com tal respeito pelos Volturi. Respeito esse que conquistei facilmente ouso admitir.

Considero está uma de minhas vitórias particulares.

_Você votará por dois dos nossos, Marcus e eu deixaremos essa decisão em suas mãos. -Agora eles deveriam realmente temer pelo futuro, justamente eu tinha o em minhas mãos. _Use nossos votos com sabedoria!.

_Usarei mestre.

E como usarei.

_Prossiga, Aro, meu irmão.

O coração de garota disparava em desespero, tamanho era seu temor pela morte; e quanto mais assustada ela ficava, mais eu me divertia com nossa situação. Quão irônico tudo isso vem sendo. É quase satisfatório.

_Dito isto. Alice, seu voto? . -Isto era esperado, a vidente puxar o trem das decisões.

Esse era um momento crucial para mim pessoalmente, pelo menos assim o considerava. Anos antes desejei me tornar uma Cullen, e mesmo depois de quase ser morta por James ainda sim não era a "hora certa". Então estava curiosa sobre suas variadas opiniões.

O quanto elas teriam mudado?.

La Tua Cantante (Revisão)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora