13- Histórias (parte 2)

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(Só uma nota antes de começar de fato: se tudo ficar confuso, não se assustem, ok? kkkkk. Essa é justamente há intenção deste capítulo e nem eu, que escrevi ele, entendi bem onde a Bella quis chegar, só fui deixando fluir. Enfim, boa leitura!.)
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Depressão, uma palavra que parece simples aos olhos menos atentos, mas que é atrelada há muito, muito mais que isso. Me lembro bem dessa época escura e vazia, eu não tinha ambições, perspectivas, sonhos... Parecia bem mais fácil não estar ali realmente e quem sabe depois definitivamente desaparecer.
A história que vovó Marie me contava antes me parecia confusa, ainda é bem assim na realidade. Ela sempre me lavava ao riacho que havia atrás de sua casa, e dizia que tudo que as águas trazem, podem levar de volta. Um dia ensolarado pode terminar em uma terrível tempestade, há qual não se sabe quando irá terminar e os danos que vai causar.
O amor é assim; ele começa como um riacho calmo, onde você encontra paz, vez ou outra a maré pode subir e ele ficará violento, mas sempre volta há forma original. Porém existem excessões, e algo que pode começar como um simples rio calmo e pequeno, poderá se tornar um mar violento e imensurável; você pode começar bem e terminar mal, antes paz e depois um turbilhão, ou então ter sorte e viver em águas calmas e cristalinas.
Vovó me dizia que um jovem pescador tinha sua casa e família como seus bens mais preciosos, e idolatrava a ideia de como o mar lhe trouxe maravilhas de repente, simplesmente ouviu suas súplicas. Uma perspectiva de vida diferente, abundância, felicidade, amor e assim uma família; ele vivia para eles e com a filosofia de quê tudo que vinha das águas devia ser bem recebido, já que antes disso tinha uma vida miserável. Ele virou as costas para o passado e seus ensinamentos, agora vivia em um mar calmo e cheio de vida.
Mas até os mais calmo dos mares tem seus dias tempestuosos, e infelizmente... Era hora de ter de volta tudo que um dia ele ofereceu, afinal, não ouve aprendizado pela parte do pescador, infelizmente tentar apagar o passado não é um ensinamento. Ele passou dias longe, idolatrando aquele ao qual era grato imensamente e quando voltou, descobriu há dor, perda, solidão, raiva e desprezo; ele acreditava ser a mais horrível das injustiças, ninguém era mais grato que ele por tudo que ele tinha antes disso.
Se sempre o amou, por que fizestes então aquilo com ele? E o porquê eu acredito ter entendido depois de todos esses anos pensando nisto dia e noite. Você não pode mergulhar de cabeça em um pequeno riacho, da mesma forma como não pode se arriscar no mar profundo de repente, não sem se lembrar de como outros chegaram até ali assim como você. O entendimento e ensinamento é necessário.
A água carrega nossas maiores dores, arrependimentos, alegrias, frustrações, amores... E é justamente assim que aprendemos essas lições; não se pode idolatrar cegamente aquilo no qual você não se aprofundou da maneira certa. Sempre tem uma contra partida, vai de você ouvir corretamente os ensinamentos ou então seguir seus próprios instintos.
Nossas vidas funcionam da mesma forma, vai de você mergulhar antes de ter certeza ou esperar o momento certo; hoje entendo que mergulhei antes do esperado em meu relacionamento com Edward, fui antecipada e idolatrei alguém que pensava conhecer bem. E o resultado foram os estragos causados pela tempestade, milhares de coisas para reconstruir internamente e dias vivendo na escuridão.
Nós começamos como um arco íris, aqueles que vem depois das chuvas fortes e abruptas no verão, a maneira errada dê se começar um relacionamento como penso agora. E por não passarmos pelo verdadeiro processo de "crescimento" e sim vir do caos, quando algo pior veio, não existia uma verdadeira estabilidade e tudo se foi; ele me deu algo e levou consigo quando partiu, e quando isso aconteceu o caos se instalou por completo dentro de mim; mas por alguma razão eu preciso aprender mais aparentemente, já que cá estamos nós. Talvez há acertar desta vez? Ou ser mais paciente?.
Nossas decisões nos levam há muitas consequências, algumas merecidas e outras nada justas; um dia qualquer pode começar com um belo raio de sol, porém terminar no mais terrível tornado. E a depressão é como se perder neste mar profundo, um lugar no qual onde você mergulhou e não consegue voltar, onde se pergunta constantemente como chegou até ali e se vai conseguir sair algum dia... Onde nasce um medo diferente de qualquer outro, o medo do amanhã, e principalmente, o medo de si próprio. Nós sofremos e esperamos pelo dia em que voltaremos a brilhar.
Aprendizados e cicatrizes seguem conosco, e a água nos acompanha em cada etapa; ela precisa passar por um processo antes que possa se tornar uma nuvem, deixar com que sua chuva caía e depois dê espaço ao sol. Nós também precisamos disso, desta troca que nem sempre nos faz feliz, mas que porém é necessária para algum fim específico.

_É de fato uma boa reflexão. -Carlisle quebrou o silêncio ao qual se instalou.

Acho que deixei todos pensativos até demais. O vinco na testa de Edward me incomodando outra vez, estava sério demais e isso me deixava ainda mais inquieta com tal situação.

_É confuso!. -Essa era a verdade, então quase ri de minha própria conclusão. _Nunca de fato entendi essa história. Talvez por nunca saber o final dela realmente, muita coisa me parece questionável e ao mesmo tempo esclarecedor. Acho que vária de perspectiva para perspectiva.

_Sua avó devia ser uma mulher sábia!. -Fazia algum tempo que não ouvia Esme, era bom tê-la ali. _Talvez precise se entender mais um pouco, e assim vai entender toda mensagem que ela quis te passar. Às vezes o que é confuso nos trás esclarecimento.

Talvez eu precisasse me conhecer mais antes de realmente enteder o quê vovó queria me dizer com isto. A confusão entre os sentimentos e sentidos era somente um reflexo meu; uma mistura da Bella que tentava ser forte o tempo inteiro, e aquela que ainda estava em pedaços.
Uma que acredita que tudo tem uma razão e a outra que toda culpa é dela... É, talvez eu consiga mesmo entender um dia, no momento ainda é confuso até demais para mim. Ainda não completei este ciclo na minha vida.
Mas de uma coisa eu sei agora, nada de atropelar os sentimentos. Não antes de saber o que eu mesma sinto em relação há eles.

La Tua Cantante (Revisão)Where stories live. Discover now