Capítulo 2 - Matt

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Aquele garoto me tirava do sério, não respeitava meus comandos e ainda por cima saia escondido pra fazer seja lá o que fosse. Um assassino perigoso estava á espreita, só esperando o momento certo para terminar o serviço e o cabeça de vento ficava circulando pela cidade como se estivesse fazendo algum tipo de turismo.

Não conseguia entender, não entrava na minha cabeça o porquê dele ter aquele jeitinho irritante. O pior de tudo era que nunca fui preconceituoso com homossexuais, mas ele me tirava o sono, tudo nele me deixava furioso, começando pela burrice e falta de noção. Primeiro ele aceita sair com um cara qualquer e depois de o cara quase cortar ele em pedacinhos ainda tem coragem de sair na rua uma hora dessas? Foda-se! Eu não ia me estressar por causa daquele moleque inconsequente. Viro o copo de uísque que já estava pela metade.

Nada naquele caso fazia sentido. Estava em um beco sem saída, sem pistas, em um voo cego. Quase um mês havia se passado desde que ele atacou pela ultima vez e deixou uma testemunha. Mesmo com o retrato falado não conseguíamos avançar. Tinha certeza que uma hora outra ele voltaria para terminar o serviço com Benjamim. Era assim que os psicopatas agiam, não era? Ele nunca deixaria uma vitima sobreviver, se isso aconteceu é por que ele está preparando algo e quando ele aparecer eu estarei bem aqui, esperando por ele.

Meus pensamentos me levam novamente ao garoto. Fui muito bruto, mas estava cansado das criancices dele; não estava ali para ser babá de ninguém. A promotoria não estava satisfeita com o caso e estavam desanimados sem uma perspectiva de encontrar o filho da puta que aterrorizou a cidade. Sabia que era questão de dias até eles tirarem a proteção do garoto, afinal muito tempo se passou e eles não estavam nem aí se ele era um bundão que não saberia se defender sozinho e, por mais que eu não gostasse dele, não podia deixar que Benjamim passasse por aquele terror novamente.

Meu celular vibra no bolso. Robbs está me ligando, ele e sua parceira De La Cruz estavam vigiando a casa do rapaz.

- Fala Robbs. – digo impaciente.

Ele suspira pesadamente.

- Matt, eu acho que temos uma nova cena de crime. – ele diz.

Levanto em um sobressalto.

- O que aconteceu, caralho? Eu disse pra vocês ficarem de olho no garoto, porra!

- Ei, ei, calma! – Robbs diz. – Aqui está tudo sob controle. Eu vou te mandar o endereço do novo caso, mesmo modus operandi dos anteriores. Dessa vez dois rapazes mortos.

Puta, que merda! Se acontecesse algo com Benjamim eu mesmo mataria aquele filho da puta do Robbs.

O assassino estava ativo novamente e eu estava sedento por pistas. Não digo mais nada a Robbs, apenas desligo o celular aguardo o endereço. Pego minhas chaves e meu casaco e saio para a noite fria de Nova York.

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