Capítulo 9 - Benjamim

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Ter ido para a delegacia com o detetive Matt não tinha sido uma boa escolha.  Certo, ali era o lugar mais seguro e aquele cretino não teria coragem de vir atrás de mim em uma delegacia cheia de policiais treinados e armados até os dentes.  Já haviam se passado duas horas desde que chegamos ali e o detetive tinha me deixado sozinho em sua sala. Sabia que ele não estava na delegacia, ouvi quando um dos policias o chamou e eles saíram ás ruas para investigar algo que sequer tinha ligação com o meu caso. 

Aquilo tudo era muito chato e confuso. Queria que tudo se resolvesse em um passe de mágica, mas não vivíamos em um conto de fadas. 

E, como se todo esse tormento não bastasse, eu ainda tinha que ficar na casa dele. Foi extremamente constrangedor quando o vi sem roupa na noite anterior e mais constrangedor ainda quando acordei em seus braços. Não foi possível não me sentir atraído por ele. Seu corpo era tão quente e forte e eu me senti muito seguro, até tinha conseguido dormir e isso foi uma grande vitória para mim. Fazia tempos que não conseguia pregar os olhos.

Duas batidas na porta me despertam. O rosto gentil do policial Robbs aparece. Seu sorriso é bem bonito e ele é um cara muito atencioso e preocupado. 

- E aí, como está? - Ele pergunta.

O olho por um breve momento, reparando na forma como ele se escorava na parece ao lado da porta.  Era sexy.

Para de ser assim, Benjamim! - Penso.

- Bem. - Respondo sorrindo. - Só um pouco entediado aqui.

Robbs me observa de uma forma estranha, ele tem um sorriso de canto agora e posso reparar em covinhas que não tinha notado ainda.

- Posso imaginar o quão chato está sendo. Eu no seu lugar estaria ficando doido. 

Respiro fundo.

- Eu queria ir na minha casa buscar algumas coisas, será que posso, policial Robbs? - Pergunto.

Seu sorriso, aquele sorriso bonito que eu já mencionei algumas vezes aqui, desapareceu. Ele passou as mãos pelos cabelos e apoio as mãos no coldre,.

- Infelizmente, Benjamim, eu não posso deixar você sair. Até a promotoria conseguir um lugar seguro você está sob os cuidados do detetive Matt.

Era tão difícil assim conseguir um lugar pra eu ficar até eles prenderem esse cara? 

- Certo. - É tudo o que digo.

Ele parece perceber meu desanimo e tenta me consolar sentando ao meu lado e segurando minhas mãos. 

- Eu sei que é tenso demais tudo isso e sei também que o Matt pode ser um cara muito difícil de lidar, acredite, eu ainda não consegui me acostumar com a personalidade difícil dele, nem eu e nem ninguém dentro desse departamento, mas o cara é o melhor. Tenho certeza que ele está muito puto por ainda não ter conseguido por as mãos nesse filho da puta.

Não digo nada, apenas fico encarando suas mãos nas minhas. Ele continua:

- Não tenho toda a experiência que ele tem, mas tenho total convicção de que se você se sentir melhor ficando no meu apartamento, comigo, eu posso te proteger, até com a minha vida se for preciso. 

Aquilo era tudo muito fofo e legal da parte dele e eu estava prestes a dizer que aceitava a oferta quando a porta se abriu.

O detetive estava ali, nos encarando. Robbs soltou minhas mãos com muita agilidade, mas era óbvio que aquele ogro tinha visto.  Sua expressão estava mostrando um descontentamento muito notório. Me deu vontade de rir.

- Estou atrapalhando algo, senhores? - Ele pergunta.

Debochado.

- Não atrapalhou nada, detetive. - Respondo sustentando seu olhar.  - O Brandon estava me dizendo que ainda não conseguiram um lugar para mim e eu estava prestes a aceitar ficar com ele quando o senhor entrou.

- Ficar com ele? - Ele diz cada palavra como se as estivesse cuspindo. - Como assim? Que história é essa?

Pensei que ele fosse minimamente inteligente. 

- Eu disse que se ele quiser posso o receber no meu apartamento até conseguirmos outro lugar, senhor, minha mãe ficará feliz em ajudar. 

Matt o encarava muito descontente. Ele abre a porta e chama Robbs.

Não posso ouvir o que eles dizem do lado de fora da sala, mas pelos sussurros altos posso supor que não é nada amigável.

Matt entra na sala alguns minutos depois. Ele não me olha. Seu rosto está vermelho.

- Pega seu casaco. - Diz. - Temos um suspeito, quero que você me diga se  é nosso cara.

Meu coração dispara.  Será que me livraria daquele peso?







 

Tudo Por VocêWhere stories live. Discover now