Capítulo 8 - Matt

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Não posso me mover.

Quer dizer, eu posso, mas acordaria o garoto. Ele estava deitado sobre meu peito e aquilo era estranho, mas eu não conseguia me mover para tirá-lo dali. Meu corpo não obedecia aos comandos de meu cérebro.

Caralho! Como eu fui deixar aquilo acontecer? Como fui deixar me levar pela tristeza dele? Mas também, como eu poderia negar um ombro amigo a alguém que passou por tudo que aquele cara passou? Eu não era um monstro, tão pouco era sentimental. Mas ele me deixava puto e ao mesmo tempo condescendente. Não sabia onde aquilo me levaria, mas decidi que tentaria ser menos insuportável com ele, afinal, tudo acabaria quando eu pegasse aquele puto desgraçado, certo? Nós seguiríamos nossos caminhos e pronto, ponto final.

Benjamim se ajeitou no meu peito e quando ele se moveu pude sentir seu cabelo fazendo cócegas no meu nariz. O cheiro era tão bom, tão doce. Lembrava cheiro de mulher e aquilo era perfeito para mim.

O relógio marcava 06h27min. Meu pau estava quase explodindo, precisava mijar. Tentei tossir, para ver se ele acordava, mas o garoto continuava respirando suavemente, seu peito subindo e descendo num sono profundo. Porra! Por que estava observando cada parte dele daquela forma? Por que estava tão comprometido em deixar que ele descansasse?

Mais alguns minutos se passaram até que ele começasse a despertar. Seus olhos se abriram devagar, e quando percebeu que estava agarrado a mim, Benjamim se afastou abruptamente.

- Ai meu Deus! – ele diz assustado. – Me desculpa... Eu... Eu não devia ter tocado você.

Queria rir, mas preferi manter a expressão fechada. Era legal ver ele assustado daquele jeito, assustado como um garotinho bobo com medo do bicho papão. Provavelmente eu era um monstro pra ele.

- Está tranquilo. Já passou da hora de levantar, então se arruma logo e vamos para a delegacia. Precisamos começar a trabalhar cedo se quisermos pegar esse cara. Você vai ter que ficar lá ou até mesmo aqui. Vou pedir pra alguém te fazer companhia.

Ele continua e encarando assustado.

- Não quero ficar sem você aqui. – Diz manhoso.

Porra! Aquilo me deixava excitado. Ouvi-lo dizer que não queria ficar sem minha presença. E eu, sim, estava ficando muito maluco por ter pensado isso. Ele só não queria ficar desprotegido, estava com medo e isso era totalmente compreensível.

- Aqui você tá seguro, pode acreditar. Não posso deixar você ficar na minha cola o dia inteiro, tenho muito trabalho a fazer, então mesmo que você vá comigo para a delegacia vai ter que ficar lá, não vai poder me acompanhar na rua. 

Benjamim encara o chão. Esse moleque tinha me xingado de vários nomes feios naquela madrugada e agora estava ali como se nada tivesse acontecido. Eu ainda queria dar uns tapas nele e me admirei por não ter feito isso de imediato a algumas horas atrás. Ele tinha algo que conseguia me manter são e essa era a grande sorte dele para manter os dentes inteiros e no lugar.

Não espero resposta alguma dele. Só tento disfarçar e levantar sem ele perceber o volume enorme que está formado em meu calção. Viro de costas para ele e finjo olhar algo no celular, não preciso de muitos passos até chegar ao banheiro e bater a porta.

Precisava mijar e precisava de um banho frio para manter a tensão bem longe de mim. Assim que me livrasse do garoto ligaria para Angélica, ela saberia muito bem me deixar relaxado e era exatamente isso que eu queria, uma mulher gostosa rebolando no meu colo. 

Tudo Por VocêWhere stories live. Discover now