Capítulo 15

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Os empregados saíram da sala correndo, enquanto Sebastian ainda me encarava sem nenhum pudor. Marília quase teve um infarto, vi suas mãos trêmulas.

— S-senhor...

Ele fez um sinal para que ela parasse de falar.

— Marília, saía. — Ordenou.

Balancei a cabeça disfarçadamente para ela.

— Agora!

Marília saiu da sala olhando para trás, quase corri com ela, porém Sebastian estava em frente a porta como uma muralha.
Desci o olhar até o chão. Meu coração palpitava no peito, pedi aos céus que ele não ouvisse.

Sebastian se aproximou parando em frente a mim, levantei o olhar tentando parecer confiante, estávamos a polegadas de distância, tão próximos que eu vibrei por dentro.
Ele não parecia furioso como eu esperava, o meio sorriso ainda estava estampado nos seus lábios púrpura.

— Sentiu minha falta? — Perguntou de forma retórica.

Pisquei algumas vezes, abri a boca, mas não saiu nada, ele estava tão próximo que me deixou desconcertada.

— Nem se você morresse.

Sebastian balança a cabeça para os lados.
Sua mão bate no piano, levo um pequeno susto.

— Não sabia que tocava.

— Eu tento.

— Toque para mim. — Pediu quase em um sussurro, soltando fumaça pelos lábios.

Engoli a seco.
Por que ele me olhava daquele jeito? Eu estava tão acostumada com as nossas brigas que esqueci do Sebastian que conheci no terraço, o que parecia um conquistador barato.

— Toque, Jade.

Sento no banco, olhando para as teclas do piano.

— O que quer? — Pergunto passo o dedo sobre elas.

Ele apoia-se no piano.

— Qualquer coisa.

Minhas mãos estavam trêmulas, como eu evitaria errar as notas daquele jeito? Sempre ficava mais difícil quando alguém me olhava assim. Eu não sabia o que esperar dele.
Comecei a tocar uma qualquer, quando cantei o vi jogar a cabeça para trás enquanto tragava seu cigarro. Tentei manter minha voz em um tom suave, dava para perceber que ele realmente gostava dela assim.
Sebastian caminhou até o sofá e se jogou lá, me perguntei a partir de que momento ele arranjou uma garrafa de bebida.
Continuei cantando até a música acabar, tirei o dedo da última tecla virando o rosto na sua direção lentamente, ele olhava-me do sofá, com o braço sobre a testa e o cigarro fumaçando nos dedos.

— Você é boa nisso. — Admitiu ele.

Umedeço o lábio inferior.
O que aconteceria agora? Sebastian não moveu um músculo sequer desde então.

— Vai demitir a Marília por isso? — Pergunto.

— Sente-se aqui. — Pediu. 

Olho para os lados.

— Sente. Não vou te morder.

Olho para os lados e caminho até lá, sento no sofá ao seu lado tentando não tocar nenhuma parte da minha coxa na dele. Senti o cheiro de álcool. Olho bem o rosto dele, havia sangue no seu supercílio enquanto seus olhos estavam vermelhos, eu desejava sabe o que se passava na sua cabeça.

— Está sangrando... — comento.

— Sabe por que veio para cá? — Ignorou ele.

— Quero saber isso desde que cheguei.

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