Capítulo 24

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Na manhã seguinte Sebastian e eu pegamos a estrada até Costinesti, durante o percusso passamos por algumas vilas, estranhei ver outras pessoas, isso me lembrou que eu quase não tinha memórias de uma vida normal assim. Trabalhar, estudar, viver. Passei anos trancada em um lugar úmido, em meios aos ratos, a única diferença agora era que me davam comida e roupas para vestir, mas nunca deixaria de ser uma prisão.
Apoiei minha cabeça no banco, observando as árvores.
Avistei uma menina correndo em um campo de trigo com uma mulher — provavelmente sua mãe — vindo logo atrás. Os cabelos loiros soltos sobre o rosto e os pezinhos cheioS de lama até a canela, parecia tão livre. Quase quebrei o pescoço olhando para trás, penso que nunca quis tanto ser uma pessoa quanto aquela menina.
Talvez agora eu tenha uma chance de ser dona do meu futuro, isso estava nas mãos de Sebastian.

Acordei quando o carro finalmente parou. Nós estávamos numa garagem feita de pedras.
Sebastian saiu do carro, eu o acompanho, do lado de fora Viviane nos esperava com um sorriso no rosto. Forcei um também.

— Que bom ver vocês aqui! — Disse ela.

A casa atrás dela era de dois pisos, havia uma porta de correr toda de vidro que dava acesso ao que parecia ser a sala de estar. Ela segurava os fiapos de cabelo que o vento bagunçava. Só então lembrei que estamos no litoral.

— Vamos! Deixem que os empregos cuidam das malas. — Gesticulou com a mão.

Sebastian olhou para mim, esperando que eu fosse na sua frente.
Viviane entrou na casa, fui atrás dela. No lado de dentro, haviam dois sofás grandes na cor creme, ao lado tinha uma janela de vidro que ia do teto ao chão, dando vista para a praia e uma mesa de centro separava os dois sofás. Uma ilha dividia a sala da cozinha, onde uma mulher vestida com avental preparava algo no fogão.
Viviane continuou andando, passamos por uma cortina de miçangas do outro lado da casa, saímos no que parecia ser uma puxada, tinha uma mesa redonda com algumas cadeiras e uma exuberante piscina com vista para a praia.
Segurei meu queixo.

— James, eles chegaram! — Anunciou Viviane.

O homem grisalho soltou o jornal e sorriu indo na direção de Sebastian.
Segurei a barra do meu vestido, o vendo aqui castigava. Olhei ao redor, o barulho das ondas quebrando no mar era distante, mas eu conseguia ouvir, o de água salgada, faltou apenas o sol para ser um dia perfeito. Ethan havia me falado antes sobre praias e toda sua beleza, mas ver de perto não é nada comparado apenas com palavras.
Logo depois o homem vem até mim e aperta minha mão.

— É um prazer rever você. — Ele sorrir.

— O mesmo. — Olho ao redor. Parecíamos estar só ali. — Onde estão os outros?

— Ah, querida, a nossa casa de praia não parece tão interessante assim para o resto da família. — Reclamou Viviane. Perguntei-me como alguém poderia achar tudo aquilo tediante, era lindo, parecia um sonho. — Amélia foi para Londres com a avó e Nicolae deve chegar mais tarde, alguns amigos vem para o jantar já que nossos familiares preferiram a Suíça.

Minha boca abriu em formado de "O".

— Prometo que vai se divertir. — Ela sorrir. — Aposto que vocês precisam de um tempinho a sós também.

Olho para Sebastian que estava com as mãos nos bolsos, deu de ombros.

— C-claro. — Respondo.

— Vamos, falta mostrar o quarto de vocês. — Ela volta a perambular pela casa.

Seguimos ela até o andar de cima, algumas portas depois ela abriu uma que dava acesso a um quarto bem iluminado com uma sacada. As nossas malas já estavam lá, provavelmente com as roupas arrumadas no cabide.

Perverso Where stories live. Discover now