Capítulo 46

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Os lábios do Ethan junto aos meus me traziam uma sensação de nostalgia.
Deixei sua mão descer das minhas costas até a extremidade das minhas nádegas, permiti que ele beijasse meu pescoço enquanto eu jogava a cabeça para trás.
Eu arfei, com meu peito ardendo.
Sua língua era fria, me causando arrepios por toda parte do meu corpo.
Caminhamos em passos lentos até a mesa onde ele me sentou em cima e voltou a me beijar, com as mãos firmes nas minhas coxas.
Ethan tinha gosto de familiaridade, agora também tinha gosto de algo doce e cheiro de perfume. Isso me deixou com mais vontade de desfrutar dele e saber o que mais mudara além de seu corpo mais robusto.

Ele me ajuda a tirar minha jaqueta jogando-a para um canto qualquer da sala, mal me importei com o frio.
Senti seu membro rígido em contato com minha intimidade, então me puxou para mais próximo de seu corpo a fim de sentir ainda mais meu contato.

Ele me puxa para mais perto pela cintura. Pelos céus, podia senti-lo tanto que doía, matar a saudade parecia doer mais que simplesmente senti-la. Ele parecia querer fundir nossos corpos, ambos, na verdade.

Porém, algo me incomodava, por mais que o beijo do Ethan fosse indescritível, não era o mesmo sentimento que o Sebastian me proporciona.
Sebastian... não acredito que por um instante esqueci dele, como pude fazer isso?
Parei o beijo empurrando o torso do Ethan, ele parou, mas ainda segurava minha cintura.

— Ainda bem que parou, não podemos fazer isso aqui. Meu parceiro pode estar bisbilhotando. — Apontou com o queixo para o espelho na sala — por ali.

Começamos a rir.
Ele encosta nossas testas.
Eu podia sentir as borboletas no meu estômago, todas elas.

— Estou tão feliz por reencontrá-la, agora poderei cumprir o que lhe prometi.

Franzi o cenho.

— Vamos morar na Virgínia, lembra-se?

Olhei para ele assustada. Mal lembrava disso.
Ethan retribuiu o olhar uma interrogação no rosto.
Não consegui evitar a expressão em meu rosto, mais uma vez confusa e com a boca seca.

— Eu não posso... — Sussurrei.

— Por quê? — Perguntou ele desgrudando de mim.

— Porque eu sou casada e amo meu marido.

Ele se afastou imediatamente de perto de mim, como se eu tivesse alguma doença contagiosa. Não ousei olhar para cima, eu estava com vergonha de assumir a verdade, mas não queria enganá-lo.

— Sou casada com o Sebastian desde que cheguei aqui. Sinto muito.

Ouço ele respirar fundo.

— Eu já sabia, mas não esperava que você... o amasse. — Dizer aquelas palavras pareciam ferir ele. — Você sabe com o que seu esposo é envolvido? Sabe pelo menos metade do que ele faz?

Continuei com a cabeça abaixada, segurando a borda da mesa.

— Ele é um narcotraficante, e sabe qual o pior disso? Ninguém tem absolutamente nada de informação sobre esse verme!

— Você pode parar com isso?! — Grito de volta, Ethan se assusta. Levanto da mesa indo na sua direção, com sangue ardendo minhas bochechas.

Ele olha para o lado completamente incrédulo.

— Você defendendo ele depois de tudo? Ele fez algum tipo de lavagem cerebral em você, não é possível. — Minha mandíbula travou. — O nome disso é síndrome de Estocolmo, não é amor.

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