Na emergência

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― Senhor Jeon? ―  a voz feminina acordou o ômega ―  consegue me ouvir?

Jimin abriu lentamente os olhos e a luz artificial lhe incomodou impedindo de focar a visão.

A enfermeira chamou novamente.

― Senhor Jeon, consegue me ouvir?

― Oi...sim ― olhou para a enfermeira que lhe sorria.

Ela estava com uma prancheta nas mãos e anotou alguma coisa, antes de voltar a falar.

―  O doutor já vem falar com você. ―  ela sorriu novamente percebendo que o jovem estava completamente desperto― fizemos alguns exames, preciso do contato dos seus familiares.

― Exames? Para que familiares? ― Jimin repetiu um pouco nervoso.

― Não pode fazer seu próprio internamento. ― ela declarou atenciosa.

― Ah...vou precisar ficar internado? ― estava um pouco confuso, tinha uma agulha em seu braço ligando a um soro, sua cabeça estava pesada e tentou um movimento leve.

―  Vai ficar tudo bem ―  ela disse, e o ajudando a mudar de posição.

Jimin não sentia mais a dor e isso o deixou calmo, se preocuparia com "familiares" depois.

A porta abriu deixando o médico entrar, o homem alto e sério os cabelos claros como os do ômega.

― Boa noite sr. Jeon. ―  disse lendo a ficha ―  não vai precisar ficar. Apesar do susto seus exames estão bons.

O Park respirou aliviado, não queria os pais ali e menos ainda que ficassem sabendo que estava grávido de um chantagista.

―  Foi só um susto ― o médico puxou a cadeira e sentou ao lado da maca ―  tem que se cuidar, uma gestação pode ser perigosa se você não for levada a sério.

O mais novo concordava com a cabeça e os olhos um pouco assustados.

― Doutor, meu bebê está bem? ― quis saber meio inseguro.

―  Está sim, ―  sorriu e com isso deixou Jimin confortável ―  nas primeiras semanas seu corpo passa por muitas mudanças ―  o obstetra falava calmo analisando se Jimin compreendia. ―  vai ter que fazer consultas regulares e exames também.

Aquele seria um problema, não tinha como bancar essas despesas não sem um trabalho, tinha que resolver isso, a cada palavra do mais velho a lista de coisas a fazer do Park ficava maior.

―  Doutor vou fazer isso...vou me cuidar e seguir as orientações  ―  sorriu confiante, podia fazer aquelas coisas com certeza 

―  Muito bem, ―  o médico disse gentil ―  essa é sua carteirinha de gestante, aqui é feito o registro do desenvolvimento do bebê e o seu processo durante a gestação.

O ômega pegou o pequeno livrinho e sorriu com o nome escrito "Jeon Park Jimin" mais não ia corrigir afinal era o Jeon quem estava pagando a conta.

―  Estou liberado? ― arriscou a pergunta com um sorrisinho.

―  Claro, já agendei seu retorno para daqui duas semanas. Se precisar, venha antes. ―  o alfa lhe entregou uma receita ―  vai usar esses medicamentos até sua próxima consulta.

― Obrigado doutor.

...

O mais velho saiu e logo a enfermeira tirou o soro e fez o pequeno curativo no braço de Jimin onde a agulha tinha estado momentos antes e o acompanhou até a recepção.

Jimin pagou a conta e foi de táxi para o apartamento.

―  Jungkook você fez mais uma boa ação hoje ―  riu ao entrar no apartamento ― hoje você não volta, não é?

Trancou a porta e foi para o quarto do alfa, vestindo seu pijama de urso rosa, sentou na cama pegando os únicos pertences que possuíam os que se resumiam a mochila seus documentos e agora a carteirinha do seu bebê,  pegou um caderno anotando o quanto gastou do dinheiro do alfa, ele ia pagar.

Guardou tudo na mochila e a deixou no chão perto da cama, como Jungkook não viria para casa, ia ficar no quarto dele, deitou na cama macia abraçou o travesseiro era confortável sentir o cheiro do amigo, estranhamente confortável adormeceu agarrado ao tecido macio.

***

―  Chin. 

Jeon chamou ao entrar no quarto, o ômega que estava escondido embaixo dos edredons fazendo um pequeno volume já que estava todo encolhido.

―  Ei vai dormir o dia todo? ― sentou ao lado do amigo empurrando as pernas do ômega para conseguir algum espaço.

―  Me deixa dormir ― reclamou com a voz abafada pelo tecido.

―  Só não durma o dia todo. ―  disse rindo, levantou e seguiu para a porta parando antes de passar por ela, olhou para o amontoado de tecido que ocultava o amigo ―  me ligue se precisar de alguma coisa.

― Ligo, ligo sim ―  resmungou virando para o outro lado e fazendo um novo casulo.

***

Pai de primeira viagemOnde histórias criam vida. Descubra agora