Na manhã seguinte o primeiro som que ouvi foi o do maldito despertador; era uma Segunda-Feira e, infelizmente, eu precisava levantar para ir ao colégio. Incrível como mal se fazia um mês que as aulas haviam voltado e eu já estava exausta.
Grunhi enquanto me forçava a sair da cama e me dirigir até o banheiro para começar minha higiene matinal. Depois que os meninos me deixaram em casa ontem a noite, minha rotina voltou a ser monótona, como sempre foi — exceto pela minha mãe que não parava de me perguntar como tinha sido, se eles eram bonitos e coisas do tipo e pela mensagem que Rosalya me mandou com um exagerado número de emojis e letras em maiúsculo falando que havia chegado em casa e que a tarde com o Leigh tinha sido incrível e que ela me contaria mais detalhes na escola. Tirando isso, até consegui assistir episódios da série que havia começado na semana anterior — antes de ir ao show da 3AM —, o que resultou em uma noite mal dormida e olheiras enormes hoje. Nada que eu não estivesse acostumada, para ser honesta.
Me vesti como o usual: jeans, a blusa do uniforme, os tênis já gastos e meu moletom favorito. Olhei para o relógio que ficava em cima da mesinha de cabeceira enquanto amarrava os cadarços e notei que ainda não estava atrasada e que, pela primeira vez em dias, poderia tomar café em casa ao invés de sair comendo alguma coisa ou deixando para comer no almoço.
— Bom dia, dona Lucia! — cumprimentei minha mãe quando entrei na sala, jogando minha mochila no sofá e indo direto em direção à geladeira pegar um iogurte. Mamãe já estava de pé como de costume e esperava do lado da torradeira para poder pegar suas torradas.
— Bom dia, Flo. Cada dia se atrasando menos para o colégio, estou gostando de ver. — ela disse, rindo. Sei que ela não se incomodava quando eu saía em cima da hora mas fiquei feliz em a ver satisfeita comigo.
— Me sinto muito orgulhosa de mim mesma, obrigada. — falei, pegando uma colher e sentando na mesa. Minha mãe trabalhava junto com uma amiga em uma empresa de organização de eventos e festas, o que fazia com que ela tivesse que ir bem cedo para lá e ter um horário bem flexível do tipo de às vezes ter que viajar e só voltar para casa uma semana depois ou então só precisar ir em um turno. Tudo dependia dos clientes.
Hoje — contou enquanto trazia suas torradas à mesa e sentava de frente para mim — ela teria uma reunião com um cliente e provavelmente já estaria de volta pela tarde. Uma pequeno silêncio se seguiu antes que mamãe falasse de novo.
— Então, Flo, eu andei pensando... — ela começou, passando geleia na torrada e dando uma pequena mordida. Minha mãe nunca fora de comer muito. — Acho que está na hora de você arrumar um emprego.
A olhei por cima da colher cheia de iogurte que estava a caminho da minha boca.
— A gente está precisando de dinheiro? Porque você sabe que tem o dinheiro do vovô e da vovó e se precisar tirar um pouco do fundo da faculdade não tem...
— Não! Não é por isso. — mamãe se apressou a falar, balançando as mãos na minha frente. — Não é por isso, querida, as finanças estão indo bem. É só que você está crescendo e eu acho que você deveria ter seu próprio dinheiro, sabe?
Assenti com a cabeça, devagar. Ela tinha razão — eu sabia disso — e, como já mencionado, até havia pensado sobre conseguir um emprego para ajudá-la nas despesas da casa. O problema é que eu não era boa em absolutamente nada e nem tinha um currículo, quem iria me aceitar?
— Você tem razão. — disse, levantando da mesa para jogar o potinho vazio no lixo. — Hoje depois da aula vou ver se consigo pelo menos entrevista de emprego em algum lugar mas não garanto conseguir nada ainda, você sabe que eu sou meio desastrada.
DU LIEST GERADE
3AM | Amor Doce
FanfictionAs coisas que acontecem quando nos permitimos abrir para o mundo são infinitas. Sendo uma pessoa introvertida e satisfeita com seu ciclo de amizade - o mesmo desde que se dava por gente -, Florence Ritchie sempre pensou que nada de muito interessant...