Sete.

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 Os dias se passaram entediantes, como sempre. Como Dave só havia solicitado minha presença a partir da próxima segunda, estava livre de trabalho durante os próximos dias — entretanto, esse fato fazia com que Rosa me alugasse por horas para ajudá-la a treinar para o teste de líderes de torcida, que aconteceria no sábado.

— Rosa, não entendo o motivo de você insistir tanto nisso. — perguntei, passando para ela a garrafa de água que havia levado comigo para sua casa. Era final da tarde de Quarta-Feira e Rosalya estava treinando movimentos e rotinas fazia um bom tempo. — Ver a Ambre te rejeitando por pura maldade só vai te deixar estressada.

Rosa revirou os olhos e me empurrou, de leve.

— Para de ser tão pessimista!

— Não estou sendo pessimista! Apenas realista e você sabe disso. — a respondi. Não queria desanimá-la, mas também não queria vê-la chorando mais uma vez pelo mesmo motivo.

— Relaxa, Flo. — Rosa falou, um sorriso enorme surgindo em seu rosto. — Já disse que dessa vez vou entrar no time nem que seja a última coisa que eu faça e estava falando sério. Tenho um plano.

Ela falou a última frase dando uma piscadinha para mim e eu ergui minhas sobrancelhas. Rosa fazendo um plano? Com certeza não vinha coisa boa por aí.

— Rosalya, você consegue ser o diabo quando quer. — comecei. — Pelo amor de Deus não dê um jeito mirabolante de fazer a Ambre passar mal e não ir ou de ameaçar a garota porque aí não vou ter como te defender.

Minha amiga me olhou com uma falsa expressão de espanto, colocando a mão no peito de forma dramática.

— O que você acha que eu sou? — perguntou ela de forma retórica e eu revirei os olhos. Não cairia naquela cena e ela sabia disso. Logo em seguida, Rosa voltou a sua pose de antes, com o sorriso sapeca nos lábios e contou o que tinha em mente. — Não é nada disso, bobinha. Estava em casa ontem pensando em tudo e me lembrei de toda a cena que ela fez no refeitório e tudo mais e mandei uma rápida mensagem para o Leigh sobre o assunto.

— Hm, não sei se estou gostando de onde isso vai chegar...

Rosa simplesmente me mostrou a língua antes de continuar a falar.

— Já disse para relaxar! Só pedi para ele contar a situação para os meninos e chamar eles para ir, especialmente o Castiel. Se ela ver que eles estão torcendo por mim e que o Castiel acha que o justo é eu entrar, tenho certeza que ela não vai querer contrariá-lo.

— Você sabe que para isso o Castiel tem que ir de fato, não sabe? — perguntei, a encarando. Apesar de não conhecer o ruivo há muito tempo, tinha praticamente certeza que ele não iria querer ir. Rosa deu de ombros.

— Tenho certeza que Lysandre irá convencê-lo disso.

Ergui meus braços em forma de rendimento. Quando Rosalya colocava uma coisa na cabeça, ninguém conseguia tirar.

— Se você tem tanta certeza...

A platinada piscou para mim e então seguiu para o som, voltando a música para poder continuar treinando. Eu realmente esperava que ela conseguisse o que tanto queria esse ano, torcia para que mesmo com todo aquele mau-humor, Castiel aceitasse fazer esse favor.

***

Estava na biblioteca ajudando Nathaniel com História no nosso horário vago de Sexta-Feira quando meu telefone tocou. Fiquei vermelha de vergonha com todos os olhares de desaprovação — incluindo o de Nath — que vieram em minha direção na hora, minhas mãos até se atrapalhando para pegar o aparelho para poder atendê-lo.

3AM | Amor DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora