Capitulo 10

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Noah

Assisti Sina sair do bar e não fui atrás dela, por mais que esse fosse o meu instinto. Ela estava carregando um filho meu e isso me deixava eufórico e preocupado na mesma proporção. Era a minha única chance de ser pai, mas havia uma infinidade de coisas que poderiam dar errado em uma gravidez como aquela, além de toda a atenção desnecessária que um bebê vampiro poderia criar. Não sabia como os caçadores, ou mesmo os ancestrais, reagiriam a uma notícia como aquela. Torcia para que passássemos despercebidos, sem chamar a atenção de ninguém ou teríamos sérios problemas.

Estava do lado de fora, no momento em que os gêmeos membros do Dark Wings chegaram. Eles estacionaram as suas motos, tiraram os capacetes e passaram por mim. Cumprimentei-os com um movimento de cabeça antes que entrassem.

— Onde está a garota? — Surpreendi-me com Josh, que surgiu ao meu lado antes que eu percebesse a sua aproximação.

— Voltou para casa.

— Por que deixou que isso acontecesse? — Cerrou os dentes.

— Foi o que ela quis. Preferia que eu a tivesse prendido no meu quarto?

— Você sabe que sim. A situação toda é completamente atípica, não pode deixar que ela fique por aí sem sabermos o perigo que pode representar.

— É só uma menina, Josh.

— Deveria ter pensado nisso antes de enfiar o pau nela.

— E desde quando você investiga o histórico de todas as mulheres com quem transa? — Encarei-o com desdém e Josh não me respondeu, sabia que, naquela situação, o meu argumento vencia. — Vou ficar de olho nela, irmão.

— Espero que sim. — Iria cumprir aquilo, mas não por ser uma promessa a ele. Realmente estava preocupado com a Sina e não queria que nada acontecesse a ela e nem ao bebê. Apesar do susto inicial, havia uma ansiedade crescendo dentro de mim, uma expectativa que não sabia existir, nem julgava ser possível, até estar diante da possibilidade — Vou sair. — Tateei o bolso a procura da chave da minha moto. — Cuida do bar.

— Onde está indo? — Josh franziu o cenho.

— Só dar uma volta — respondi já longe dele, subindo na moto.

A voz do meu irmão foi abafada pelo ronco do motor e, antes que ele pudesse continuar falando na minha cabeça, eu já havia acelerado para longe.

Dei voltas em círculo pela cidade por horas a fio, até parar na rua Baker. Estacionei a moto e escalei a lateral do prédio, como havia feito quando entrei no quarto da Sina pela primeira vez. Deitada na cama, ela dormia como se não houvesse nada com que devesse se preocupar. Talvez eu só estivesse neurótico à toa e aquela gravidez, fora a sede de sangue, fosse como todas as outras.

Levantei a janela e entrei no quarto, sentando-me aos pés da cama, observando-a dormir. Seus cabelos loiros estavam bagunçados e uma mecha caía sobre o rosto, parecia atrapalhar a sua respiração, então não contive o impulso de me aproximar e afastar o cabelo, porém, assim que as pontas dos meus dedos tocaram o seu rosto, ela estremeceu, abrindo os olhos.

— Noah?! — Levantou-se e recuou na direção da cabeceira da cama.

— Oi. — Tentei sorrir, mas era péssimo em fazer esse tipo de coisa.

— O que está fazendo aqui? — Percebi que se cobriu com o cobertor, para que eu não o visse o seu corpo, uma vergonha que certamente não teve quando estávamos transando.

— Vim ver como você está.

— Você já me viu há poucas horas.

— Sei disso, mas fiquei preocupado.

O Bebê Proibido - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now