Capitulo 20

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Noah

— Você não tem ideia do que nos meteu!

Meu irmão havia me chamado para conversar no escritório, mas não conseguia parar de rosnar um único momento. Parecia um cão feroz, no entanto, nunca tive medo dos latidos dele e não seria daquela vez que teria.

— Não vai colocar toda a nossa irmandade em risco por causa de uma mulher e um bebê.

— Não é qualquer mulher e qualquer bebê, você sabe muito bem disso. — Cruzei os braços, escorando-me na lateral da mesa de madeira escura. Meu irmão poderia não possuir um pingo de sentimentalismo, mas isso não fazia diferença para mim. — Ainda sou o principal ancião aqui.

— Mas é tudo, menos sábio. Lutando por duas crianças? Isso é no mínimo patético, irmão.

— Não há nada de patético nisso, Josh, e torço para que, um dia, você possa perceber.

— Então suas esperanças são ainda mais lamentáveis do que você. — Deu de ombros. — Se os caçadores quebrarem o pacto e entrarem aqui...

— Nós os mataremos. Assim como já fizemos no passado e continuaremos fazendo sempre que essa situação surgir. É para isso que a nossa irmandade existe. Ou está tão aficionado com os humanos que acredita que somos apenas um moto clube?

— Saiba que não concordo com isso.

— Não preciso que concorde com nada, apenas que lute. — Dei as costas para ele antes que continuasse com o seu interminável mal humor e falta de tato.

Segui pelo corredor até o meu quarto e encontrei a Sina conversando com a amiga. Sabina estava com as mãos sobre a barriga dela e parecia sentir meu filho se mexer, mas elas se afastaram assim que notaram a minha presença.

— Nos deixe a sós. — Apontei para a porta e ela se levantou, despedindo da amiga apenas com um movimento de cabeça.

— Ei, não poderia ser um pouco mais gentil com ela? Não custava nada dizer por favor. — Cruzou os braços.

— Já sou mais gentil com você do que imaginei que seria com alguém um dia.

Ela engoliu em seco e eu não me preocupei com a sua expressão de espanto, já que não havia dito nenhuma mentira. Joshua era insuportável, mas não podia garantir que havia sido muito melhor do que o meu irmão ao longo da vida.

— Josh está furioso. Consegui ouvir os gritos dele daqui. — Ela mudou de assunto.

— Está gritando, mas não posso dizer que furioso não é seu estado constante. É o típico do contra.

Fiz uma careta e Sina sorriu.

— O que foi aquilo? — recordei-me do que havia visto ela fazer com a Liana. Por ninguém mais ter comentado, fiquei grato ao pensar que era o único que havia presenciado a demonstração de poder dela. Era provável que muitos vampiros se sentissem ameaçados.

— Aquilo o quê? — Ela franziu o cenho, parecendo não entender a minha pergunta. — Tudo o que sei foi que a sua ex maluca apareceu com um tanto de assassinos tentando me matar.

— O que você fez com ela, Sina? Como fez aquilo?

— Isso? — Uma luz surgiu na mão dela e eu recuei vários passos.

— Sempre conseguiu fazer isso? — Elevei a minha voz vários tons.

Estava acostumado a agir de forma áspera e não consegui me conter diante dela.

— Não. A minha mãe, a biológica, deixou essa pulseira para mim. Só fiquei sabendo a respeito quando os meus pais adotivos morreram e a tia Gigi me entregou uma caixa. O que queria que eu fizesse, deixasse a Liana me matar?

— Não. — Recuei. — Fez bem em se defender, mas os vampiros não vão ficar contentes em saber que você tem o poder de matá-los.

— Eles têm poder para me matar. — Deu de ombros.

— Justo, mas é melhor que não saibam disso.

— Não vão saber se não tentarem me machucar.

Por mais que Sina tivesse nas mãos o poder de matar qualquer vampiro, não era isso o que mais me preocupava. Havia um pacto para que os caçadores não entrassem no Inferno, contudo, não sabia se seriam capazes de respeitá-lo com um bebê vampiro prestes a nascer. Se aquela possibilidade estava assustando até os meus, era incapaz de prever o que se passava na mente dos caçadores.

— Tente descansar um pouco. — Afaguei os ombros da Sina.

— Não vai se deitar comigo? — Segurou as minhas mãos, puxando-me em sua direção.

— Talvez mais tarde. Agora, preciso conversar com os outros vampiros.

— Okay!

Assim que Sina assentiu, deixei o quarto e subi para o bar. Os vampiros pareciam mais calmos do que pouco depois do ataque, contudo, pararam de conversar entre si e viraram-se para mim quando me aproximei.

Não me fizeram perguntas, ainda que uma pairasse no ar. Queriam ter certeza de que eu cuidaria de tudo e os protegeria, como sempre havia feito, porém, pela primeira vez, não tinha absoluta certeza para responder com veemência que sim. A certeza que tinha era que precisava ser mais forte do que nunca, porque não apenas a minha irmandade, mas Sina e meu filho precisavam de mim.

 A certeza que tinha era que precisava ser mais forte do que nunca, porque não apenas a minha irmandade, mas Sina e meu filho precisavam de mim

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A fanfic tá acabando, tem mais 6 capítulos e o epílogo......

Vcs querem mais um capítulo hoje?

Cliquem na estrelinha☆☆☆

Jennah♡

O Bebê Proibido - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now