Capitulo 24

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Noah

— Dá para deixar essa coisa com a mãe dele? — Josh fechou a cara ao perceber que eu estava no escritório com o meu filho nos braços.

— A Sina está dormindo e o Jake quer ficar no colo. — Balancei os dedos na frente do meu filho, que os segurou com as mãozinhas.

Estava cada dia mais apaixonado por aquele menino. Estava tão acostumado a imortalidade solitária e sombria, mas ele era como um raio de sol nas minhas noites. Ser pai, ter uma família, era um dos poucos luxos que um vampiro não poderia ter, mas eu era um privilegiado.

— Jake? Sério que ele tem até um apelido? Por que deu para ele o seu segundo nome humano?

— Foi a Sina. Uma coincidência, ela não sabia.

— Isso é ridículo.

— Acho que há alguém mais ridículo aqui, Josh. Tem certeza que não quer pegá-lo no colo?

— Não quero segurar isso.

— Você quem sabe. Por que me chamou aqui?

— Os caçadores desapareceram e estou me perguntando o que podem estar planejando.

— Talvez eles desistiram.

— E deixaram um bebê vampiro, sem qualquer controle, andando por aí?

— Ele não é uma ameaça a ninguém, Josh. Olha como ele é inofensivo. — Levantei meu filho para que o meu irmão pudesse vê-lo.

— Inofensivo porque ele só convive com outros vampiros e a mãe. Queria ver se soltássemos esse monstrinho no meio dos humanos. Poderia causar um número inimaginável de mortes. Ele é pior do que qualquer um de nós, até mesmo os recém-criados, porque não tem qualquer controle ou discernimento do que é certo ou errado.

— Joshua, ele é um bebê. Nenhum bebê pode ser solto por aí sem supervisão. Ele não é uma arma ou uma besta. Precisa de cuidados, assim como precisaria se fosse humano.

— Não sei se os caçadores vão pensar assim.

— Certamente não, pois nem mesmo você está pensando. — Bufei. — Pare de agir como se ele fosse uma ameaça. É só um bebê.

— Ele tira o seu foco.

— Ele me deixa feliz. Já pensou nisso? Aposto que não, porque você não sabe o que é felicidade.

— Quero ver por quanto tempo vai continuar pensando desse jeito. — Cruzou os braços.

— Tomara que para sempre. Quanto aos caçadores, preciso concordar com você. É provável que eles estejam planejando algo. A única coisa que consigo pensar é que possam estar pensando em uma desculpa para tirar a Sina de dentro do Inferno, já que eles não podem entrar no bar.

— Pepe está de olho na amiga dela.

— Acho que ele está mais do que de olho.

— Se eles trepam ou deixam de trepar, não é da nossa conta.

Ri da cara que ele fez, mas voltei a prestar atenção no meu filho, que estava puxando a minha barba.

— Acho que você é quem está precisando trepar — provoquei-o.

— Ao contrário de você, não me envolvo com ninguém. É sempre só sexo.

— Às vezes, se envolver é bom.

Se fosse há uns seis meses atrás, eu nunca diria uma frase como aquela, pois sabia o custo de me envolver com alguém que não era imortal.

Porém, com a Sina, as coisas eram completamente diferentes.

O Bebê Proibido - Adaptation NoartWhere stories live. Discover now