O Bebê Proibido - Adaptation Noart

capitulo 19

Sina

Eu não sabia como Noah tinha todos aqueles recursos, mas, obviamente, os negócios dele iam muito além daquele simples bar.

Assim como prometeu, conseguiu um médico para vir me ver. Quando o sujeito entrou no quarto, ele parecia nitidamente assustado, porém, fazia o possível para não demonstrar isso. Era evidente que ele sabia estar lidando com vampiros.

— Boa tarde, moça! — Abriu um sorriso amarelo assim que me viu e percebeu que os meus olhos não eram vermelhos, como os dos vampiros com quem deveria ter cruzado até chegar ali.

— Tarde? — Ri. Ficar naquele porão sem janelas ou escotilhas, já havia me feito perder a noção do tempo. Eu não sabia mais em que parte do dia estava, apenas quando era noite, pois o Noah subia para abrir o bar, juntamente com o irmão.

Não podia negar que, após o ritual de ligação com ele, eu me sentia mais segura. Quando esbarrava com outros vampiros, eles apenas olhavam para mim e seguiam seus caminhos. Não sabia se essa era a definição certa, mas, de alguma forma, era respeitada por eles. Noah havia cumprido a sua palavra, afinal.

— Sim, é tarde. — O médico franziu o cenho enquanto abria uma das malas e tirava dela alguns aparelhos. Percebi que havia trazido com ele alguma espécie de ultrassom portátil. — Não tem janelas aqui, não é mesmo?

Fiz que não.

— Você não pode ir lá fora? Parece que não é como eles.

— Não sou, mas digamos que não é muito seguro ir lá.

— Por que não seria? É só a rua.

— Existem algumas pessoas que querem matar a mim e ao meu bebê.

— Por quê?

— Doutor, finalmente você chegou. — Noah apareceu atrás dele e o médico pulou de susto.

— Sim, estou aqui. — Ele passou a mão pela testa, limpando o filete de suor frio que surgiu ali. — Me pediram para examinar uma grávida. É ela? — Apontou para mim.

— Sim.

Observei Noah interagir com o médico e reparei no quanto ele parecia assustador para os outros humanos, enquanto, para mim, era a única pessoa que fazia com que eu me sentisse segura.

— Preciso de uma tomada para ligar os aparelhos — pediu o médico.

— Tem uma ali. — Noah apontou.

— Okay!

Fiquei sentada na cama, balançando os pés, esperando o doutor se organizar para começar a minha consulta. Ele colocou um jaleco branco e pegou um estetoscópio, antes de se aproximar de mim.

— Como está se sentindo? — Ergueu o meu queixo e observou meus olhos.

— Bem. — Fora a sede de sangue, completei em pensamentos. Fiquei na dúvida se deveria falar sobre aquilo com esse homem. Não sabia o quanto ele conhecia os vampiros, ao ponto de saber que eu estava grávida de um deles.

— Pode se deitar, por favor. Levante a camisa até a altura dos seios.

Atendi ao pedido dele. Com o canto de olho, observava o Noah apenas nos encarando sem falar nada.

— Já fez algum ultrassom?

— Não, é o meu primeiro.

O médico passou um gel frio pela minha barriga, mas estava tão acostumada ao contato com a pele do Noah que nem me arrepiei.