Capitulo 22

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Noah

Acariciei o rosto do meu filho enquanto o observava dormir no meu braço.

Finalmente poder segurá-lo justificava tudo o que eu havia feito por ele, de enfrentar o meu irmão e até mesmo os caçadores. Ele tinha a pele macia e quente, assim como a de sua mãe, porém, assim que abria os olhos ou a boca, revelava-se mais parecido comigo. Ele era um vampiro diferente de todos que haviam andado sobre a terra antes, por isso, era um bebê tão proibido.

Era pequeno e frágil demais para correr tanto perigo.

Ele começou a chorar e dei a mamadeira para ele, deixando que sorvesse o líquido vermelho e morno dentro dela.

— Você está dando sangue para o bebê em uma mamadeira? — A amiga da Sina observou a cena boquiaberta.

Estava tão distraído com o meu filho que nem havia percebido ela se mover até chegar ao corredor.

— Acha que seria melhor ele tomar direto de uma jugular humana? Você se candidata?

Ela recuou alguns passos ao perceber o sorriso sombrio que havia surgido nos meus lábios.

— O que eu acho é que ele deveria tomar um pouco de leite.

— Ele está bem. Deixa a Sina descansar um pouco. Ela está exausta por todo o esforço que fez. Além disso, esse garotinho já bebeu sangue demais dela.

Deixei a amiga da Sina parada no corredor e caminhei com o meu filho até o escritório. Josh levantou a cabeça da tela do computador e me fitou assim que me aproximei.

— Que coisa é essa? — Afunilou os olhos para ver melhor o bebê, que estava enrolado em uma manta, aconchegado nos meus braços.

— Meu filho! — Abri um largo sorriso. — Ele nasceu! Não me lembrava de qualquer outro momento, em minha vida mortal ou imortal, em que me senti tão feliz.

— Ah, então era por isso que a sua nefilim estava gritando tanto. Pena que eu me enganei, achei que finalmente havia criado coragem de se livrar dela.

Revirei os olhos diante do comentário inapropriado dele, mas estava tão feliz, não seria um ato indelicado do meu irmão que atrapalharia esse meu momento.

— Olha como ele é lindo, irmão.

— É só um bebê que se alimenta de sangue. Não tem nada de lindo nisso.

Cheguei mais perto do Josh na esperança de que, quando ele olhasse para aquele rostinho fofo com bochechas redondas, ele acabasse se encantando pelo meu filho. Acreditava que aquele sorrisinho com duas pequenas presas era capaz de contagiar qualquer um, até mesmo o gélido Joshua.

— Você ficou frouxo. — Balançou a cabeça em negativa e voltou a mexer no computador em algo que não prestei atenção.

Subi a escada com o meu filho até o bar. Sabia que todos os vampiros do Dark Wings estavam tão ansiosos quanto eu para conhecê-lo, e assim que olhassem para ele, não restaria mais qualquer dúvida de que ele precisaria da nossa proteção.

Era início da noite e nem todos ainda haviam chegado. Durante os últimos dias, eu havia enrijecido as regras de proteção para que nenhum deles acabasse sendo capturado e morto. Recomendava que, mesmo à noite, andassem fora dos radares e preferissem se mover pelos túneis do metrô.

Deixar as motos de lado não agradava ninguém, mas tinha certeza de que, naquele momento, era o melhor a ser feito, ao menos até que os caçadores desistissem de ficar na nossa cola.

Pairava a suspeita de que havia outro traidor entre nós. Poderia ser um jogo da Liana, nenhum dos membros do moto clube dera motivos para que desconfiássemos deles. Então, eu estava cada vez mais certo de que ela apenas dissera aquilo para nos deixar receosos e nos jogar uns contra os outros.

O Bebê Proibido - Adaptation NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora