Zayn Richelie
( 21:30 da noite,ainda na segunda feira)Não podemos controlar as reações que o universo projeta de acordo com nossas ações. Tudo que fizermos parecerá tão irrelevante diante as consequências que teremos,nada será tão complexo como aquilo que poderemos vir a enfrentar ao despertar de um novo dia desconhecido e surpreendente, independente do que possa vir a acontecer. O desconhecido é algo novo e completamente diferente do que somos capazes de imaginar.
E olhar para Ayla,observar como seu corpo tremia pelos soluços,como suas mãos e dedos adentravam os fios de seus cabelos de maneira agressiva,era exatamente essa visão que me despertava esses pensamentos tão debilitados. A cada mínimo gesto seu causava em mim o desejo de lhe devolver o enorme sorriso que um dia,mesmo que não tivesse conhecimento sobre, pertenceu seus lábios avermelhados e maltratados. O instinto protetor era esquesito, desconhecido por mim desde o momento que falhei miseravelmente,no entanto, olhar para essa garota sentada nesse chão frio e estando completamente desolada,sinto o calor em meu peito,sinto a necessidade de me manter por perto. Um calor gostoso.
Ayla é madura para sua idade,o que me fazia enxergar uma personalidade dominante e superior a outros jovens de dezessete. Ela sabe o momento de ouvir,de opinar e até mesmo,de desafiar quem seja o infeliz a lhe confrontar. Essa garota atrai a atenção e domina o espaço que anda,o controla somente com seu silêncio predador e seu olhar marcante, não é exagerada e muito menos vulgar, Ayla é astuta. Porém,assim como todo ser humano vivente neste mundo,consigo lhe ver perder a postura, consigo perceber o quão frágil ela pode se tornar,e nesse momento que estarei presente,será quando lhe oferecerei minha mão para se reerguer.
A fragilidade é um marco onde todos se sentem vulneráveis e uma presa fácil para o incontáveis caçadores que lhe cercam. Desde o ínicio do mais simples e bobo plano, há uma carta na mão que deverá ser usada a seu bem maior; deverá ser exposta no momento mais complicado e onde se sentir ameaçada sem poder mover seus membros inferiores e superiores, somente assim deverá ser usado. Na vida de Ayla e até que se sinta bem o bastante para caminhar sozinha,serei sua carta na manga,seu Coringa em um jogo de cartas.— As mensagens estão comigo,a cada noite que me recordo das incontáveis falhas que cometi,me sinto obrigada a lê-las como um castigos corporais e mental. Não é uma terapia, não é uma forma de aliviar minha culpa, é uma meneira de me garantir a certeza nas palavras das pessoas — de olhos fechados e uma respiração ofegante pelo choro, Ayla não poupava suas explicações aleatórias e cruciais para aquele desabafo.
A tinha em minha frente,meus dedos tocavam em seus fios sedosos e meu olhar se perdia entre aquela realidade e ao meu passados com lapsos de memória de quando puder ver Samira sorrir livremente pela última vez,sorrir livre sem o peso do mundo e da censura pairando sobre seus ombros. Ainda me recordava de como foi ter a certeza de que tudo seguiria bem e radiante,sem nenhuma interferência ardilosa e destruidora.
— Eu queria, Zayn...implorei para poder contar no tempo e ter deixado essa vida, clamei para ter a chance de voltar ao passado e ter morrido ao lado das únicas pessoas que realmente me amaram algum dia — seu confessar foi doloroso,suas palavras arrancaram sentimentos desconhecidos. Era doloroso pensar em nunca ter conhecido essa garota.
Então,em um ato inocente e solidário,me coloquei de pé a fazendo seguir todos os meus movimentos. Sentia seu coração bater contra meu peito, sentia suas mãos agarrarem com tamanha brutalidade a camisa que vestia me cobrindo da mínima brisa ali presente,a sentia contra mim sabendo que era uma meneira de se sentir acompanhada,o que iria contra a suas palavras e indireta da última vez em que estivemos juntos. Lhe tendo sobre meu controle,segui com Ayla até meu quarto e lhe coloquei sentada em minha cama, para logo após,forçar seu corpo contra o acolchoado a fazendo se deitar.
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Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]
Teen Fiction17 anos de pura sabedoria e marra,mas sempre mantendo a pose de "boa menina" que seus avós acreditam que ela seja. Órfã de pai e mãe,Ayla Sintori passou a viver com os avós paternos,tendo que se mudar de cidade deixando tudo para trás,a garota d...