Ayla Sintori
( 20:30 da noite, terça feira)Poderia ser um desafio tentar estabilizar minha vida, uma árdua e dolorosa caminhada até uma possível vivência tranquila. Entretanto, quando não se há uma outra forma de se poder sentir viva e apta para persistir, deve-se manter o foco e a certeza de que os obstáculos jamais seriam favoráveis a mim e não poderiam ser manipulados. Talvez a racionalidade humana seja um aspecto muito a ser estudado e compreendido,talvez nem mesmo os mais inteligentes possam ignorar a necessidades de burlar aquilo que seria o certo,que seria o mais difícil, entretanto não deixa de ser algo que realmente pode lhe dar certeza de uma conquista próspera.
Em todos os meus anos de vida,em todos os dias e segundos que o ar deixava meus pulmões e meu coração batia contra meu peito,embutidos esses momentos me perguntava inúmeras vezes como poderia manipular e trapacear as situações que pareciam fortes o bastante para me fazer desistir e assumir a grande perdedora que vivia dentro de meu ser,no entanto,jamais ignorei o fato de que a cada pensamento de desistência me tornava mais forte e apta para driblar os obstáculos. Em todos esses momentos estava abrindo meus olhos e descobrindo a grande pessoas que poderia ser em um futuro não tão distante,porém senti me sabotarem e destruírem minhas expectativas,senti o mundo,o destino e a vida me darem uma rasteira; me tiraram o meu alicerce,me deixaram sem um propósito e sem alguém para me apoiar.
Enrolada em uma toalha branca vestindo somente minhas roupas íntimas,voltei a adentrar o quarto de Zayn e o encontrei sentado sobre a cama,em suas mãos grandes estava um livro muito conhecido por mim,narrava uma das melhores histórias que pude ter o prazer de ler, seus olhos vagavam pelas entrelinhas enquanto parecia estar concentrado fielmente em cada palavra e narrativa. Era um tanto diferente o encontrar assim,tão sereno e preso em algo que nunca imaginei fazer parte de sua rotina. Então, pensando em lhe deixar a vontade e tranquilo,me vesti em minhas roupas e deixei aquele quarto seguindo para sua sala de estar,onde me sentei no sofá e apoiei minhas cabeça contra o encosto e suspirei fechando meus olhos. Então as lembranças vieram como em passe de mágica:
Era fim de semana,as oito horas da manhã me encontrava sentada em um dos parques próximo a casa de um amigo. O cheiro de álcool e nicotina estava impregnado em minhas roupas e corpo,meus olhos estava avermelhados devido a noite em claro e o grande uso excessivo de bebida,estava impossibilitada de voltar para casa naquele estado deplorável. Me recordo de ter pensado em inúmeras formas de conversar com meus pais sobre o motivo de não ter regressado para casa após um " estudo grupal do colégio",algo que teve início na sexta feira pela tarde. Meu celular informava ser três horas da tarde de um domingo.
Então,após muito pensar e não ter conseguido uma justificativa adequada,optei por voltar e contar a verdade,o pior que poderia acontecer seria ambos me darem uma bronca e me colocarem de castigo. Mas estava enganada,nada disso aconteceu,eles sequer me questionaram ou conversaram sobre o ocorrido,e cada dia que se passava e que olhava para ambos,soube que estavam cansados de minhas mentiras,de minha histórias mal contadas e de promessas vazias sem nenhuma possibilidade de ser cumpridas. Naquele dia compreendia que havia feito algo sem volta,entendi que mesmo ambos dizendo e demonstrando me amar intensamente,eles não confiavam mais em mim, não conseguiam acreditar no que diz e pronunciava,mesmo que fosse a mais pura verdade e com uma sinceridade nunca existente.
Semanas depois,quanto finalmente me vi confiante o bastante para tentar fazer o certo e reconquistar a confiança que mais me fazia falta,recebi a notícia de que havia os perdido para um acidente no qual não houve tempo de socorro, não houve um porcento de chance de ambos suportarem o voltarem para mim. Naquele dia senti como se o mundo e a vida estivessem me punido por tudo que fiz,senti meu castigo seria viver com a certeza de que meu erro não permitiu que me redimisse. Então compreendi como era matar uma parte de si,entendi como era viver com um vazio irremediável.Ao ouvir os passos de Zayn se aproximando e sentindo seu corpo ao lado do meu no estante em que se sentou,abri meus olhos e sequei minha face úmida por lágrimas que se tornarem frequentes a dias seguidos. Mesmo que não me sentisse bem em demonstrar minha parte debilitada e emotiva,girei meu corpo em sua direção e ousei a acariciar seu rosto delicado e bonito,ousei em tocar com todo cuidado e carinho que pudesse existirem dentro de mim,e contornando seus lábios avermelhados e finos,me aproximei de si e suspirei ao perceber que estávamos jogando por igual. Assim como eu, Zayn estava disposto a se envolver por um curto período, entretanto não estávamos disposto a levar um relacionamento onde não nos identificamos e não pensamos.
Com suas mãos se apossando de minha cintura e seus dedos fazendo uma pressão prazerosa por baixo da blusa longa que cobria o short jeans que estava usando,me sentei em seu colo podendo encarar aqueles olhos que pareciam me despir,o olhar marcante que não negava desejar enxergar até minha alma. Sem pensar em lhe dar a chance de um questionamento ou algo do tipo,colei nossos lábios em um beijo diferente,havia bem mais que desejo carnal,no entanto não estava com o propósito de condenar minha mente em mais perguntas que não terei as respostas.
Sentindo suas mãos erguerem minha blusa,me afastei a retirando de meu corpo e o permiti jogá-la em algum lugar daquela sala. Com minhas mãos puxando os fios negros de sua nunca,o senti distribuir beijos em meu pescoço e ombros,beijos que pareciam marcar minha pela com tamanha delicadeza, então, sustentando meu corpo em seus braços e comigo entrelaçando minhas pernas em sua cintura,Zayn no levou de volta só quarto,onde me jogou sobre a cama e se deitou sobre mim enquanto me beijava e alertava cada centímetro de meu corpo abaixo do seu.
No momento em que me encontrava completamente nua e com sua boca e língua passeando por todo meu corpo,esse que carregava marcas de um passado assombroso o bastante para não ser relembrado,deixei um gemido agudo escapar por meus lábios ao tê-lo me fazendo um oral insano e prazeroso o bastante para me fazer contorcer sobre aqueles lençóis e chamar por seu nome vezes segundas. Seus dedos e mãos tinha uma habilidade descomunal,assim como sua língua que percorria cada centímetro de minha área sensível, Zayn me estimulava a ponto de me fazer derramar lágrimas de prazer.
— Está tão sensível, Ayla!— seu sussurro me fez ter um dos melhores orgasmos de toda minha experiência sexual,pois seus dedos não paravam de me adentrar e estimularem cada centímetro.— Você me causa isso. — o confessar lhe fez sorrir e se posicionar entre minhas pernas e me invadir de uma única vez arrancando-me gemidos e arfares de minha boca.
— Sinal de que sou capaz de lhe satisfazer,sou bom em lhe foder sem de fato precisar de muito — com seu comentário,sorri não tirando sua razão e certeza.
Estávamos molhados pelo suor devido a intensidade daquele momento prazeroso,seu corpo sobre o meu conduzia um ritmo acelerado sem de fato transformar aquela transa em algo sádico,seus olhos fixados aos menus buscavam enxergar todos os sentimentos que se apossavam de meu corpo. Não houve troca de posição,apenas permanecemos ali,ambos sentindo o calor se misturarem e o prazer dominar aquele momento,e quando senti o orgasmo lhe atingir,o acomodei em um abraço mantendo minhas pernas entrelaçadas em sua cintura e suspirei sentindo nossas respirações desreguladas.
— Foi diferente — murmurei acariciando seus fios úmidos.
— Acredite,nunca fiz algo assim. Mas não quis fazer algo bruto,esse não era o momento de intensidade. — sua explicação me levou de surpresa,porém lhe agradecia por isso.
O clima seguiu o mais delicado possível, Zayn seguiu atento a mim em cada estante que estávamos juntos. E ao me deitar ao seu lado e me acomodar em seu peito podendo ouvir os batimentos de seu coração,me senti acolhida pela primeira vez em semanas,me senti importante para alguém,mesmo que saiba ser uma ilusão criada para amenizar a dor que sinto, afinal, Zayn era somente alguém que se disponibilizou a me ajudar em momentos semelhantes aos que passou,nada mais. Mas gosto da sensação,gosto dessa mentira que estou contando para mim mesma,dessa ilusão que criei em uma forma de me manter encorajada. Uma triste realidade saber que estou me condenando ao sofrimento.
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Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]
Teen Fiction17 anos de pura sabedoria e marra,mas sempre mantendo a pose de "boa menina" que seus avós acreditam que ela seja. Órfã de pai e mãe,Ayla Sintori passou a viver com os avós paternos,tendo que se mudar de cidade deixando tudo para trás,a garota d...