Chapter forty four

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꧁ N͟a͟r͟r͟a͟d͟o͟r͟a꧂

Cinco anos depois...


Talvez o tempo estivesse passando rápido demais,ou quem sabe,os acontecimentos na vida de todos tivesse feito aquelas pessoas a pensarem de tal maneira. Dizem que não se pode vivenciar todos os tipos de emoções em uma só, deve-se escolher aquilo que lhe fará bem,que lhe mostrará aqueles momentos que tornaram sua vida feliz e estável. Em teoria, é indicada abrigar somente as boas recordações na caixinha de lembranças,assim,a melancolia de experiências ruins sempre seria deixada naquele baú empoeirado.

Ayla queria ter feito desde o início,desde o momento em que retornara para Nova York e decidira reconstruir sua vida,mas não fora possível, afinal,sempre tinha aquela sobre sombra sobre seus ombros,as lembranças dos momentos que lhe ajudaram a crescer e ser quem era. Ayla Sintori nunca conseguira de fato,arremessar Zayn Richelie em seu passado, em suas experiências educativas que lhe permitiram a amadurecer. Formada, ganhando espaço no mercado de trabalho e se esforçando o máximo para ser uma excelente noiva,era isso o que a garotinha como prioridade.

Ainda se lembrava de como fora feito o pedido de casamento,de como se sentiu confusa entre o "sim " e o " não" , contudo,Ayla sabia que deveria seguir em frente como estava fazendo,como decidira após a última ligação e mensagem que tivera do homem que mais lhe bagunçou. O restaurante cinco estrelas estava lotado,a melodia delicada e romântica tocando ao fundo,o clima estava perfeito para um fim de semana após a semana agitada na universidade e o emprego que mantinha até o momento de estagiar; Ayla estava em seu quarto ano. Então, quando menos esperou, Jhonatan estava a sua frente, segurança uma caixinha vermelha com um anel de diamantes dentro,e a frase foi solta.

Estacionando o carro em frente a casa onde morava,um suspiro escapou por seus lábios ao perceber a presença de outras pessoas ali,o que significava uma social de seu noivo com alguns amigos. A garota sentia seu corpo exausto, precisava de algumas horas de descanso,antesmbarcar em um vôo para Londres. E quando adentrou aquela sala de estar e encontrou aqueles homens rodeados de bebidas e alimentos industrializados como acompanhamento, Ayla praguejou Jhonatan,o chingou de todos os nomes existentes.

Evitando qualquer conflito que os fizessem discutir, Ayla apenas seguiu até as escadarias tomando direção a seu quarto. Suas roupas foram deixadas sobre a poltrona ao lado da enorme porta de vidro,essa que dava passagem para a varanda de frente para o jardim,e em passos frustrantes e estressados com o comportamento de seu noivo,a advogada seguiu para seu banheiro e se trancou,precisa de um banho relaxante.

Ela sabia,tinha certeza de que tudo aquilo não passa de uma forma de lhe confrontar, afinal,o mais velho não aprovou esse "retornou" Londres, muito menos,se mostrou receptivo pelo convite de ser madrinha do casamento de Trevor e Líli - se deve ressaltar o quão feliz Ayla ficara,pois sempre admirou a forma na qual aquele casal sempre se olhava. Então,em teoria, Jhonatan apenas estava mostrando para a noiva o quão infeliz estava com aquela decisão.

Os primeiros meses de namoro foram dignos de contos de fadas. No entanto,após o noivado, Ayla finalmente percebeu a forma como aquele homem desejava controlar sua vida e seus passos; lhe questionando sua agenda,seus horários e lugares onde almoçaria e quem seria sua companhia,algo perturbador a ser analisado. Então,após uma discussão onde terminou com Ayla em dormindo em hotel,a relação voltou a ser - quase - como antes.

Quando retornou para o quarto, estando vestida em um roupão, Ayla suspirou revirando os olhos ao encontrar o noivo sentado na cama enquanto parecia atento a algo no aparelho celular em suas mãos. Ignorando aquela presença que exalava tensão,a garota seguiu até o closet,onde se hidratou devidamente e de vestira em um conjunto confortável para uma longa viagem.

- Quer mesmo voltar para aquela cidade? É somente um casamento qualquer, Ayla! - ouvindo as lamúrias de Jhonatan,a advogada respirou fundo tentando não dar início a uma nova discussão.

- E se fosse um de seus amigos se casando? Você faria questão de estar presente, não? - retornando ao quarto, Ayla encarou o noivo com um olhar no qual exigia compreensão e aceitação.

Jhonatan se enfureceu. Não era a viagem que estava lhe incomodando, tão pouco o casamento de Trevor,a realidade era simples e estava visível a olho nu: Jhonatan estava irritado pelo fato de Zayn estar lá,ser o padrinho ao lado de Ayla,lhe acompanhar em todo o momento. Ele estava se corroendo em ciúmes, raiva e insegurança,pois mesmo que estivessem juntos a cinco anos,aquele homem sabia o poder que Zayn tinha sob sua noiva.

- Não seja hipócrita, Ayla! Acha que não sei o quão está ansiosa para se reencontrar com aquele bastardo? Pensa que sou tolo para acreditar nessas duas afirmações vazias? - se colocando de pé, Jhonatan se aproximou feito um predador atrás de sua presa.

Ayla franziu o cenho e riu. Mesmo que não tivesse conseguido apagar aqueles momentos com Zayn, aquele período onde se entregou por completo para aqueles homem,ela tinha caráter o suficiente para nunca,em hipótese alguma,cometer uma traição. Ayla prezada por seu relacionamento e por seu noivado,tinha grande interesse em manter todos os planos que fizeram juntos,apenas Jhonatan que não estava enxergando aquilo, estava cego.

Se sentindo ofendida,a garota se aproximou e lhe empurrou de volta para a cama em que dividiam todas as noites. Com o tempo, Ayla aprendeu a não engolir desaforo e ameaças de ninguém, tão pouco os insultos que seu noivo estava pronunciando indiretamente; ela nunca lhe dera motivos para desconfiar de sua fidelidade,nunca fizera algo que ameaçasse o relacionamento que tinham, então, não seria justo ser acusada de tal maneira.

- Se estivesse fazendo essa viagem com esse intuito,teria colocado fim nesse relacionamento bem antes de ter feito minhas malas. Idiota! - calando seu noivo, Ayla o censurou de forma mais bruta e real.

- Então diz! Diga que ele não mexe com você, que não senti o coração acelerar com a possibilidade desse contato após anos. Diz pra mim,diga que não o ama! - a cada pedido, Jhonatan se desapontava ainda mais com o olhar que recebia.

Sentindo a angustia lhe atingir,assim como imaginava estar presente em seu noivo, Ayla abaixou a guarda e desviou o olhar; a paixão que sentia por Jhonatan não chegava nem perto do que ainda sentia por Zayn, afinal, paixão é muito diferente de amar.

- Confia em mim,por favor! - seu pedido foi um curto e doloroso sussurro.

Então, sabendo o que tanto desejou confirmar em todos aqueles anos, Jhonatan se colocou de pé e abraçou sua noiva. Ele sabia que aquilo seria um teste,onde seu relacionamento estaria de um lado e,o amor que ela nutria pro Zayn, estaria de outro. Jhonatan sabia ser necessário,pois um casamento onde somente um luta,tende ao fracasso e feridas sendo abertas. E por mais doloroso que fosse, estava disposto a arriscar, preferia perder o amor de sua vida,mais nunca a amizade que tinham um outro,era uma promessa deles.

- Estou lhe dando carta branca! - ele sussurrou,para em seguida, sentir o corpo pequeno tremer em seu abraço - se nada acontecer entre vocês, e se a sua vontade de tentar o esquecer, prevalecer, podemos insistir nesse noivado e nos casamos no próximo mês.

Ayla apenas negou,pois tinha sua opinião formada, Zayn não iria interferir no que havia escolhido para seu futuro e como queria sua vida. Por mais que amasse Jhonatan,faria o possível e impossível para que sua paixão crescesse,e o sentimento que nutria pelo britânico,tivesse fim. Havia se ferido o bastante com ele e por ele,e mesmo que não houvesse motivos para culpar aquele homem - pois o envolvimento que tiveram sempre estivera as claras - ainda sim,se sentia afetada pelo egoísmo que ele tivera.

Entretanto,Ayla também sabia que Jhonatan não iria segurar a ponte sozinho,tinha consciência de que em algum momento, quando finalmente percebesse o que estavam vivendo, ele daria a voz final e lhe faria escolher: e Ayla sabia,a amizade sempre ganharia, ela iria prevalecer. Mas não era o fim,ainda poderia alimentar aquele possível relacionamento, poderiam construir as estruturas necessárias. Era o que pensava.



Ayla[ Concluído|SEM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora