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•continuação de "Lance criminoso."

Coronel 🥷

Desde menorzinho minha vida nunca foi fácil, cresci lado a lado com meu pai depois que minha coroa morreu no meu parto. Morávamos na zona norte, era um corre diferente todo dia, meu pai carregava o mundo nas costas e eu não entendia muito bem o porquê, até saber que era pra me colocar comida, me dar comida e ele ficar sem comer.

O corre era vender bala no sinal, as vezes dava pra comprar dois pães, as vezes não dava pra comprar nada. Tentando receber auxílio do governo e era só pra pagar a casa, se virar pra pagar água e luz.

Foi assim que eu comecei a passar despercebido, resolvi tentar ajudar meu coroa e comecei a roubar uns bagulhos, primeiro era mercadinho, padaria, depois começou a ser gente que tava dando bobeira. E sempre sendo despercebido, sempre conseguia fugir antes mermo de olharem minha cara, nunca fui pego.

Quando eu tinha 12 anos eu já tava o mestre de roubar, era um bagulho aqui, outro ali, um relógio, uma carteira, dava pra sobreviver. Até meu pai conhecer um homem que morava na Nova Holanda, logo uma amizade surgiu e nós fomos morar lá.

Meu pai entrou pro crime dias depois que chegamos, começou como olheiro, depois subiu pra segurança fácil. Nisso já tinham se passado dois anos, quando eu completei 14 era minha vez de entrar pra esse mundão.

Os moleques viram que eu tinha talento e me mandaram as ruas, cada vez voltava com mais bagulho mermo e deixava tudo impressionado, meu pai como? Ficava orgulhoso.

Com 15 peguei minha primeira peça, era meu primeiro assalto a mão armado e era no banco. Achei que ia marolar, que ia vacilar, que ia ser pego... Mais de 5 moleques foram presos e eu nem se quer tive minha cara exposta no jornal, diferente de todos os outros que tavam lá.

Aí já era, o mais querido e cada dia mais sozinho. Eu nunca gostei de ser rodeado por ninguém, fazia meus corre, trocava uma ideia com os malucos da boca mas era sozinho, odiava nego querendo pagar de amizade, não colava.

Meu pai virou o chefe quando eu tinha 18 anos, mataram o antigo chefe e meu pai assumiu, já tinha virado braço direito e tinha maior experiência. Mas não durou muito tempo, questão de meses até um os moleques que trabalhava pra ele matar ele na covardia, pra assumir o lugar.

E foi aí que eu carreguei minha primeira morte, matei o filho da puta no maior ódio. Naquela hora eu tive o respeito de geral que viu, mas foi um peso do caralho pra carregar.

Conheci o Goiaba dias depois que eu assumi, ele já era amigo do Orelha e só me apresentou, mas eu não senti simpatia em nenhum dos dois. Era calado na minha, me chamavam pra rolê e eu nem respondia, bagulho sem foi assim.

Até que os dias foram se passando e a gente foi se aproximando pra caralho, fiz 19 e comemorei numa reunião só nós três, fiz 20 só nós três e quando achava que tinha achado meu bonde, o Gaspar apareceu.

Tava desesperado pra ajudar a mãe, nenhum dos dois menor foram com a cara dele, mas eu quis ajudar. Dei os corre pra fazer e vi talento nele, ele se envolveu no estelionato e eu só tava vendo futuro.

Quando a mãe do menor morreu, a gente tava com ele, a gente viu o corre que foi, a gente ajudou o menor! Mas ele sumiu, passou uns dois meses longe da gente e quando voltou, voltou querendo voltar pro corre de cartão clonado.

Dei esse espaço pra ele, joguei a responsabilidade nas costas dele e não foi difícil, em pouco tempo ele era o chefe desses esquemas e rendia mais que qualquer um.

•••
Thiago silva, 27 anos.
Coronel.
@//tzdacoronel

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