Tenebris - Filha da Guerreira Da Terra (livro 1)

Capítulo 20

Pov. Luna

Após o jantar, passei na cozinha para buscar agua que acabou do meu jarro.

Teodora me prendeu para uma conversa com Ruggero e Liana a mais de vinte minutos.

— Você é bonita, Luna, e por isso não sabe o que é ganhar o prêmio de mais feia da turma aos onze anos. — Cantarolou Liana, mãe de Teodora.

— Pelo menos a senhora foi a escola. — Respondi.

— Vocês conseguem ler, e eu, que apenas sei escrever meu nome. — Ruggero diz, enquanto acende um cigarro.

— Isso por acaso é uma competição de quem teve a educação pior? —Teodora apoia os cotovelos na mesa, com os braços sujos de cinzas.

Bebi cinco copos de suco de laranja, repus de uma garrafa bonita quando ficou vazio. O gosto é viciante, nunca tomei algo que deixe a garganta ardendo, a cabeça enorme e tudo mais brilhante.

— A rainha estava brava hoje quando acordou, fui levar seus remédios e quase me acertou com a bandeja. — Comenta Liana, e vira um copo de suco também, sorrindo com o vento.

— Deve ser porque me pegou no flagra pulando o muro com o filhinho mais velho dela. — Respondo entregando uma gargalhada sem sentido.

— A rainha nunca é passada para trás. Descobre tudo. Por isso conseguiu domar o rei....

— O rei parece meio sonso, não faz nada.

— Bem, é uma longa história. Mas quem roubou a coroa primeiro foi o rei. Não era para Aura governar, e sim Honua. Mas o rei Abacilio conseguiu isso de alguma forma.

Então aquela floresta morta, era para ser o castelo e governar Tenebris. Eles não são da realeza de sangue. Isso fica mais engraçado agora que formei isso na mente.

— Mentira... — coloco os pés na mesa, me apoiando no encosto da cadeira. — Quer dizer que essa família é uma farsa?

— Sim. Roubaram a coroa. Por isso não usam a verdadeira, apenas aquela substituta porque não podem. Se usarem a coroa real, suas cabeças secarão como cascos de arvores — Arregala os olhos e narinas. — É o que dizem.

Ruggero sorri com os dentes amarelo, soltando fumaça entre os lábios.

— Tudo é falso. — Bato palmas.

Me aprumo na cadeira.

Então o que as Arquistas farão com ela, já que não podem usá-las?

Elas podem não saber desse detalhe, apenas que é a coroa verdadeira. Não vai servir para muita coisa se o plano for usá-la para pegar o reino.

— Sabem aonde guardam a coroa verdadeira?

Bebo mais um copo de suco. O liquido agita as minhas veias e minha energia sobe outra vez.

— Não. Mas apoio qualquer pessoa que tentar achá-la. Qualquer um é melhor que aquela mulherzinha. — Liana levanta a voz.

— Eu vou tentar... — Solto um soluço. Não tenho mais controle de mim mesma. Falo casualmente, revelando tudo.

Droga, Luna.

Fico de pé para sair dali.

Estou feliz. Muito feliz.

Tao feliz que quero dançar e correr no gramado.

O gramado.... Quero sentir o cheiro da grama.

— Luna, quer que eu leve você até seu quarto? — Teodora segura o meu braço.