Capítulo 63

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POV. ORION

É claro que a Luna nos enfiou em um celeiro. Ela ficou apenas minutos conversando com o dono de um bar, e voltou com um lugar ótimo para ficar.

O celeiro.

Gael foi na frente como sempre, cheirou o território e se transformou.

Desta vez tem cavalos aqui, isso é pior, bem pior. Não vamos conseguir dormir com eles, vão fazer barulhos a noite inteira.

Eu desisti da ideia de voltar e ficar ao lado do Abacilio como podem ver, mas é que eu decidi que é mais seguro desse lado. O lado do bem.

— Luna, cuidado com.... — Antes de terminar a frase, ela quase leva um coice. — Nunca fique nas costas de cavalos que não conhece.

inspecionei todo seu corpo para ter certeza que ela está bem, depois me afastei e rondei o lugar para encontrar algo que nos ajudasse a passar a noite sem ser pisoteados por cavalos.

— Cadê o pulguento? — Me virei para a Luna.

— Não sei — Procurou pelo celeiro.

— Espero que ele não se meta em encrenca.

Organizei o feno e fiz um tipo de estrutura para usar como cama. Depois, tirei meu sobretudo e repousei em um lugar aleatório e suspendi as mangas da minha camisa, prestes a começar a montar uma fogueira.

— Vem, Luna, você precisa esfriar a cabeça. Parece preocupada. — Gael está puxando ela em direção a porta.

— Não sei...

— Onde vão? A gente já ia dormir. — Falo.

— Festival do Cálice.

Já estamos na semana do Verão, semana do Cálice. Todo os poderes ficam apurados nessa época, tudo acontece, as pessoas ficam leves e soltas. O Abacilio planejou tudo atentamente.

— Devemos ir. — Argumento.

— Sério? — Luna fica surpresa.

Acho que eu sei agora o plano da minha mãe. O plano do Abacilio. E temos uma semana.

— Sim — Confirmo de novo. — Consegue fazer alguma coisa com nossas vestimentas?

No Cálice, é a época de voltar as raízes e comemorar a época em que tudo floresceu. O mundo nasceu.

— Deixa eu ver.... — Ela apoiou a mão no quadril e analisou o meu corpo e o do Gael com pensamentos longes.

Precisamos nos misturar no meio da confusão das pessoas nas ruas, andar com nossas roupas normais vai entregar que somos forasteiros.

Como o Gael já estava mais acessível, ela começou por ele. Mexeu as mãos de um jeito mais treinado e começou a enroscar plantas, transformando folhas em uma capa. Apenas isso.

Ele não reclamou, já está acostumado a andar nu.

— Sua vez — Me avisou. — Não tenha vergonha...

— Não estou com vergonha.

Cocei os olhos com o polegar e o indicador, sentindo minhas bochechas esquentarem lentamente.

Desabotoei os primeiros botões da minha camisa com os olhos fechados mesmo, não aguentaria ver o Gael me assistindo com um sorriso de zoação.

Joguei a camisa no chão e desabotoei a calça.

Isso está sendo muito humilhante. Até os cavalos pararam de brigar entre sim, e quando abri os olhos, todos os pares de olhos estavam em mim.

Joguei a calça no chão.

Tenebris - Filha da Guerreira Da Terra (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora