Capítulo 68

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POV. LUNA

Eu sinto falta da Teodora. Eu sinto falta do Sirius. Eu sinto falta da Verena. Eu sinto falta dos três meninos e sinto falta da....

Sol.

Eu não me lembro de ter sentido um vazio tão grande no meu coração como sinto agora. Às vezes eu queria apenas chorar e jogar tudo para cima. Porque estou cansada.

Me pergunto por que fui me meter em tudo isso. Eu queria voltar a ser uma órfã sonhadora daquele orfanato.

Estou cansada de andar. Cansada de comer pouco. Cansada de dizer a mim mesma que eu preciso continuar.

— Galera, acho que deu ruim. — Gael cochicha com uma mão inclinada para nos parar.

Olho para frente e vejo um grupo de pessoas. Eles estão com dois cavalos de neve e usam roupas de caçadores.

— O que foi? — Pergunto.

— São bandidos — Orion me responde com a voz expressando o seu mau humor. — Eles vão querer nos roubar.

— Não temos nada. — Digo.

O grupo de pessoas nos encontram ali, e começam a seguir em nossa direção.

— Não são humanos. Não posso desligar suas mentes — Orion avisa. Teremos que lutar.

Gael desembainha uma faca comprida, Orion puxa a sua faca de rubis e eu não faço nada. Me preparo com as minhas mãos.

Todos os cinco avançam juntos, não dando tempo de pensar muito. Pego emprestado as raízes dos pinheiros e enrolo nas pernas de um dos caras tentando me atacar. Ele cai no chão sem equilíbrio.

Uma mulher corre para ajudar o companheiro, e meus dedos agem mais rápido fazendo ela cair com outras raízes.

Movimento as mãos mais rápido, sentindo o poder nas pontas dos dedos. De repente, de uma maneira inesperada, um espeto de gelo avança na direção da barriga de um homem atacando o Gael pelas costas. Ele cai. Sangue jorra.

Orion me lança um olhar preocupado quando encontra o corpo do homem caído. Os outros dois que ele e Gael derrubaram estão na mesma situação, mas por causa de suas facas.

— Luna, o que foi isso? — Gael vem na minha direção com um sorriso esticado.

Não sei. Não sei o que saiu das minhas mãos. Foi como um espirro, eu simplesmente deixei escapar e aquilo perfurou as costas de alguém.

— Precisamos ir. — Orion avisa, caminhando na nossa frente.

Acho que está magoado pelo o que disse a ele mais cedo.

POV. ORION

Seguimos para a terra do Enrico e Lucca. A noite foi mais fria ainda que o normal, estou batendo o queixo e sentindo minhas pernas travarem de vez em quando.

Esse clima está estranho. Não é normal uma neve desta, que é apenas gelo endurecido. As árvores estão congelando, e avistei muitos animais mortos.

Passamos duas noites andando, parando para comer e descansar, prosseguindo novamente. Três dias sem sol e calor.

Nunca vi a terra tão triste.

Quando chegamos no palácio principal de administração, as portas estavam fechadas. Dois guardiões bloquearam o caminho, para nem mesmo tentarmos abrir e entrar.

— Sou Orion Vega, o príncipe de vocês — Olhei para os olhos castanhos dos dois. — Exijo que me deixem falar com o Enrico ou o Lucca.

— Lamento, alteza — Um deles comenta.

Tenebris - Filha da Guerreira Da Terra (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora