Capítulo 36.

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Estou sentada em um pequeno banco decorado sob a luz fraca do corredor, olhando meu celular.

Não é uma foto ruim. Na verdade, estou... bem na foto. Não tão bem quanto Rosé, claro, mas também não sou uma super-humana. Mas é fofa, estamos de mãos dadas ali perto da rocha, sorrindo uma para a outra. A próxima foto capturou o momento em que Rosé tirou o cabelo do meu rosto e, está bom, não posso olhar para essa porque minha cara de apaixonadinha é meio ridícula.

Mas continuo encarando aquela frase sobre Rosé ter "dispensado" a Suzy. Rosé me contou que Suzy havia terminado com ela, e não o contrário. Será isso verdade? Então lembro de quando vi Suzy em Sindo. Ela parecia fria e distante, sim, mas será que era mágoa e não arrogância?

- Aí está você.

Levanto o olhar e vejo Rosé vindo em minha direção pelo corredor, seu vestido esvoaçando suavemente de um lado para o outro, como um sino, enquanto ela anda. Quantos vestidos assim será que ela tem? Fico imaginando.

Aproximando-se, ela segura minha mão.

- Está quase na hora do jantar. Será no estilo do jantar do lorde Joo-Hun, então não sentaremos juntas, mas me certifiquei de que você ficará perto da Momo pra ter alguém com quem conversar, pelo menos, e... o que foi?

Eu realmente gostaria de não ter uma dessas caras transparentes em que tudo que estou pensando se torna imediatamente óbvio, mas é a minha maldição. Era a da minha mãe também, pelo que meu pai contou.

- Podemos conversar em algum lugar reservado só por um segundo?

Ela olha por sobre o ombro para o salão de baile atrás de si, mas então faz um movimento com a cabeça me guiando do banco em direção ao fim do corredor.

- Será um pequeno escândalo se nos atrasarmos, mas não me importo - ela diz, abrindo um sorriso incrivelmente lindo. - Você certamente tem sido uma boa influência pra mim, Manoban... eu não provoco uma confusão há séculos.

Nós paramos no fim do corredor, e seu sorriso se transforma em algo mais malicioso.

- Eu deveria dar um jeito nisso - ela murmura, e então chega mais perto, me beijando com suavidade.

Ainda com a cabeça a mil, eu não resisto e levanto a mão para tocar em seu pulso, segurando sua mão em meu rosto por mais tempo. Quando Rosé se afasta do beijo, ela ri um pouco, deslizando o polegar sobre meu lábio inferior, fazendo uma chuva de arrepios me percorrer.

- Por que essa cara tão séria? - ela pergunta, e eu tento sorrir, mas acho que não consigo fazer isso muito bem.

Ainda segurando minha mão, Rosé abre uma porta pesada ao fim do corredor e uma lufada de vento gelado me atinge. Ela está me levando para o pátio no terraço que vi mais cedo, assim poderemos ter essa conversa desconfortável num local bem romântico.

Ótimo.

Pisamos no terraço, e já começo a tremer. Rosé também, mas ela ainda sorri.

- Eu sei que não é bem a melhor estação pra isso  - ela diz -, mas este é um dos meus lugares favoritos. Olha como a  Seoul Tower fica linda vendo daqui.

Eu olho para a direita e lá está a torre se erguendo em direção às estrelas, iluminando o parque que fica ali, uma iluminação linda contra o céu azul-marinho.

- Eu sabia que você ia gostar daqui - Flora diz, um pouco cheia de si.

Sinto um nó apertado na garganta ao observar a torre e, por apenas um momento, penso em esquecer de tudo. Apenas beijá-la novamente, dizer a ela bem aqui que eu a amo, e amo mesmo, e então voltar ao jantar.

SUA A.L.T.E.Z.A. REAL  (Chaelisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora