Capítulo 46

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POV LENA

Clark, eu não acredito que você fez isso!
Explodi assim que entramos no carro e Clark me contou a verdade. Saber que ele tinha dormido com o melhor amigo de Kara – e que obviamente, ela ia ficar sabendo e pensar que mais uma vez um namorado meu tinha me traído, me deixou irada.

– Lena, querida, eu juro que não sabia.

Ele me lançou um olhar arrependido, depois me abraçou e beijou, repetindo:

– Desculpa, meu amor... Eu não consegui resistir... - Suspirei profundamente. Mais ainda quando ele completou. – Sei que você me entende. Afinal de contas, também se rendeu a "joie de vivre", n'est pas? Pelos sons – que aliás, não foram poucos - que eu ouvi durante a noite, você aproveitou bastan...

Não o deixei continuar a falar:

– Vamos mudar de assunto. Na verdade quero esquecer essa minha momentânea ausência de sanidade. Estou quase morrendo de ressaca, com essa roupinha lamentável... Me leva para casa, Clark.

Ele me olhou de cima a baixo. Com um sorriso divertido nos lábios. Antes de dizer:

– Bom, ma chérie... O seu lamentável é muito melhor do que o melhor da maioria das pessoas. Na verdade, acho que você deveria usar jeans e camiseta mais vezes. Apostar nesse visual mais despojado, que tal?

Tive que elevar um pouco a voz para que ele me escutasse no meio das gargalhadas que dava:

– Cala a boca e dirige, Clark!

A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi tomar um café bem forte e me deitar. Com uma máscara nos olhos para evitar a claridade. Dormi a 2ª feira inteira. Já era 3ª feira de manhã quando retornei do estado lamentável em que me encontrava com meu celular tocando sem parar. Martelando dentro da minha cabeça. Xinguei mentalmente – em francês, claro - por ter esquecido de desligar aquela maldição.
Não querendo me mover, tentei esperar que a tortura parasse, mas a pessoa insistiu. Várias vezes. Até eu tirar a máscara – merde! – e olhar o visor para descobrir quem era "o" ou "a" inconveniente: Andrea. Pelo tom de voz dela, parecia ser urgente:

– Lena, tá sentada?

Com um riso irônico, respondi:

– Na verdade estou deitada, tentando dormir. - Mas ela ignorou a minha frase:

– Adivinha!

Aquilo foi demais. Minha paciência já estava esgotada antes mesmo que eu atendesse:

– Andrea, mon dieu! Diz logo o que você tem para me falar!

Ela riu do outro lado:

– Pelo seu tom de voz tão bem humorado, meu bem, já vi que você continua de ressaca. – ela soltou uma risada antes de continuar: - Pode ir se animando, pois tenho ótimas novidades! Em primeiro lugar: pode ficar tranqüila porque estou com o seu carro.

Ao menos Andrea tinha servido para algo. Não ia suportar ter que voltar no maldito sítio naquele fim de mundo.

– Essa é a ótima novidade?

Ela nem me deu tempo de continuar a reclamar. Disparou:

– Não, tem mais! Sabe porque eu desapareci no churrasco? Estava simplesmente pegando a namoradinha da golpista safada!

Sentei na cama num salto:

– O quê?

Ela riu do meu espanto, antes de falar:

– Isso mesmo que você escutou. No banheiro do sítio, e depois na minha casa. Digamos que... não acho que ela seja muito fiel, muito menos apaixonada pela namorada. – soltou outra risada, aparentemente satisfeita consigo mesma - Vai me agradecer agora ou só quando nos encontrarmos?

Lena Veste PradaWhere stories live. Discover now