Audiência com o Rei

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Eles desembarcaram juntos, mas assim que tocaram a terra firme, Diane os perdeu de vista.

- É, com certeza não querem trabalhar em equipe. - disse ela para si mesma.

Estava cheio de pessoas andando para lá e para cá. Algumas barraquinhas com vários produtos a venda estavam espalhadas pelo local. Diane adorou de imediato aquela cidade, tão diferente da deprimente Vollina, cidade onde morava.

Diane precisava encontrar informações sobre o favor que o rei queria. E, para sua sorte, não foi difícil encontrar. Em literalmente todos os lugares havia o mesmo cartaz pendurado. Alguns estavam até rasgados e velhos, mas eram todos iguais.

Dizia: RECOMPENSA

Para o corajoso guerreiro que trazer a cabeça da Fera Branca para o Rei.

Logo abaixo de uma imagem que Diane ainda não conseguia distinguir, estava escrito:

100,000 mil moedas de ouro e uma função no Palácio para o GRANDE VENCEDOR!

Diane chegou perto de um dos folhetos e o puxou para arranca-lo da parede. Olhou atentamente para a imagem no papel. Era um desenho de um dragão enorme e todo branco, parecendo feroz.

Diane só conseguia pensar numa palavra: fudeu. Olhou para os lados, esperando que alguém estivesse rindo de sua cara por ela ter sido pega numa pegadinha. Mas estavam todos ocupados vendendo ou comprando coisas. Ela foi até a barraca mais próxima, que vendia conchas de praia. O vendedor era uma criança sentada em uma cadeira, aparentemente entediado.

- Com licença. Isso... É real? - Diane lhe mostrou o folheto.

- Sim, ninguém encontra a ilha onde o dragão mora. Por isso Vossa Alteza aumentou o prêmio. - disse o garoto. Pelo seu tom de voz, já havia tido de explicar aquela mesma coisa para muitas outras pessoas além de Diane.

Diane estudou o folheto e viu que antes o prêmio devia ser 10,000 mil, mas alguém acrescentara mais um zero nos folhetos.

- Você pode ir até o rei tirar suas dúvidas. - disse o garoto. - Essa hora ele deve estar aberto a audiências no palácio.

Diane foi, tentando manter a calma, na direção do palácio. O que ela faria? Não podia voltar para casa, isso era um fato. Mas o que ela faria alí sozinha?

O palácio estava com as portas abertas. Haviam dois guardas, um de cada lado da porta. Não tentaram impedi-la, o que foi um pouco estranho. O rei estava sentado em seu trono. Haviam três pessoas ajoelhadas diante dele. Diane reconheceu serem três das pessoas que estavam com ela no navio que a trouxe. Ela se aproximou e se ajoelhou também.

- Rei Kairon III, meu nome é...

- Não quero saber seu nome. - interrompeu-a o rei.

Diane se calou e esperou.

- Estes três estão com você? - o rei perguntou.

- Vieram comigo, mas não os conheço. - disse Diane.

- não os conheço, vossa Alteza. Está diante do Rei, tenha mais respeito.

- Desculpe. Vossa Alteza. - disse Diane, cerrando os dentes. A cada minuto, odiava mais aquele rei presunçoso.

- Certo. Onde estão os outros clandestinos? - ele perguntou.

Diane não sabia se respondia ou não, sem saber se ele falava com ela. Mas, não precisou dizer nada, uma voz masculina atrás deles, devia ser um guarda, respondeu:

- Desistiram, Vossa Alteza.

- Certo, então são só vocês quatro. Sendo um Rei muito misericordioso, lhes darei comida e um lugar para passar a noite. De manhã, o palácio lhes fornecerá barcos a remo para sua busca. Agora, retirem-se. - disse o rei.

- Vossa Alteza, tenho uma dúvida. - disse Diane. Ela sabia que devia ficar quieta, mas não aguentou. - O senhor tem prova da existência dessa... Fera Branca? Como vamos saber se isso não passa de uma lenda de sua cidade?

- Já vi que você é o tipo de garota que me dá nos nervos. O quanto antes partirem, melhor. Há vários avistamentos desse monstro, e muitos, muitos relatos. Já mandei meus melhores súditos irem atrás dele, sem sucesso. Por isso a recompensa. É pegar ou largar, pode desistir e voltar a sua vida infeliz. A escolha é sua.

O rei se levantou e saiu apressado da sala por uma porta atrás do trono. Diane levantou, com certeza com o rosto vermelho de raiva, mas seguiu os guardas para seu quarto temporário.

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