Explosão

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Quando acordou, Diane estava em seu barco, que ainda estava amarrado numa árvore na ilha da bruxa. Ela olhou em volta, tentando entender o que houve.

- É melhor você andar logo e voltar para a ilha. Tem até o pôr do sol, ou então morrerá, junto com a princesa. - disse a bruxa, aparecendo na frente do barco.

Diane arregalou os olhos. Levará horas para chegar até ali, e o sol já estava tão baixo que facilmente se escondia nas árvores altas.

Sem pensar, pegou seus temos e remou até sentir bolhas nos dedos e mãos. Seus músculos queimavam com o esforço, ela suava tanto que tinha de limpar as gotas da testa antes que caíssem nos olhos. Respingos da água salgada voavam pra todos os lados.

Já estava quase totalmente escuro. Ela se sentia fraca e dolorida demais, mas cerrou os dentes e forçou-se a continuar.

Ela podia sentir o cheiro de frutas frescas e das flores da ilha, podia vê-la a sua frente, ia dar tempo. Ela ia conseguir.

Mas, o que pareceu uma explosão na água a sua frente a fez voar do barco e afundar no oceano. Diane começou a sentir uma dor extremamente forte no estômago e seus ouvidos apitavam tanto que ela mal conseguia se concentrar em nadar para não se afogar.

Quando submergiu, seu barco era um amontoado de madeira espalhado no mar. Seus ouvidos faziam um "piiiiiii" sem fim, o que a fazia ficar tonta. Tentou se concentrar em nadar até a ilha. Seu coração quase parou ao ver os poucos raios de sol que brilhavam no horizonte, seu tempo estava acabando.

Ela nadou feito louca. Seus ouvidos aos poucos voltavam ao normal, o que fez sua cabeça clarear um pouco. Olhando para os lados, tentando entender o que explodiu seu barco, ela avistou o enorme navio atrás dela, tentando lançar bolas de canhão na ilha da princesa Mary.

- Não! - gritou Diane. - Parem!

Porém, era impossível que escutassem por causa do barulho dos canhões.

Diane olhou para a ilha. O dragão desviava as bolas com as asas, porém estava visivelmente machucado e sangrando.

Mary... Diane pensou.

A buzina do navio fez a água tremer. Diane tapou os ouvidos que pareciam que iam explodir de dor.

- Vamos! Matem a criatura! Vamos ficar bilionários! - gritava uma voz masculina de dentro do navio.

Diane percebeu que não conseguiria quando viu o navio vir em sua direção com muito mais velocidade do que ela estava. Ela tentou nadar para o lado para não morrer, mas isso a atrasou. Os raios do sol sumiam um a um no horizonte. Já estava escuro o suficiente para a ilha ser só uma grande massa preta a sua frente.

- Mary! - gritava ela. Ela sabia que o dragão não estava escutando, mas queria que aquelas fossem suas últimas palavras. - Me desculpe!

Sua visão ficou turva e ela se sentiu sem peso, sentiu seus músculos ficarem moles. O navio formou uma onda quando passou por ela que a submergiu e a fez rodopiar embaixo d'água. Não tinha forças para nadar mais. Então, ela avistou algo aparentemente sólido e pontudo no chão. Uma pedra? Estava cravada na areia, e sua ponta estava a alguns centímetros da superfície da água. Se a água estava tão rasa ali, aquilo significava que... A ilha estava bem na sua frente!

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