Partida

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Diane se afastou um pouco, tentando não demonstrar estar assustada. Toda aquela informação era demais para pensar naquele momento. Mary não parecia estar brincando, na verdade a garota soluçava em meio ao choro.

- Agora tenho certeza de que vai querer ir. E não vou te impedir, fique a vontade para partir. Tem uma jangada na parte de trás da ilha. Vá. - disse Mary.

A princesa correu para o fundo da caverna e sumiu na escuridão. Diane permaneceu quieta, parada no mesmo lugar. Não sabia o que dizer, nem o que fazer. Andou devagar até a luz do dia e olhou para o céu azul claro acima dela. Olhou em volta e haviam várias árvores frutíferas lindas. Havia um balanço trançado com folhas numa sombra próximo de uma pequena lagoa com peixes coloridos. Era tudo muito bonito.

Diane foi até o balanço e o tocou. Parecia ter dado trabalho e levado horas para ser feita.

- E agora? - Diane disse para si mesma.

Então, ela se decidiu. Sabia o que era certo.
Foi em direção a caverna e gritou:

- Sai logo sua chorona! Vamos!

Diane esperou um pouco, até Mary aparecer na luz, andando devagar e parecendo confusa.

- Me diga o que é preciso pra tirar a sua maldição. - disse Diane.

- O que? - Mary perguntou.

- É isso mesmo. O que tenho que fazer? Vou tirar a maldição de você.

Mary pareceu ficar sem reação. Encarava Diane, como se esperasse que a garota fosse dizer que era brincadeira. Mas, vendo que não era, disse:

- Tem uma ilha, onde mora a bruxa. Você pode tentar falar com ela, mas é muito perigoso. Não vá até lá. - disse Mary.

- Agradeço a preocupação, mas eu vim de longe para fazer alguma coisa importante. É o que vou fazer.

Mary mostrou onde ficava a ilha da bruxa. Era só uma mancha no horizonte, mas Diane sabia que Mary precisava de ajuda.

Antes de partir, a princesa pegou muitas frutas e colocou-as na jangada. Mesmo não sendo tão longe, Diane podia ficar cansada e querer descansar.

- Aquela ilha drena nossa energia, então quanto mais perto você chegar, mais se sentirá cansada. - avisou Mary.

- Certo. Então, até mais.

- Espere. Eu ainda não compreendo. Veio até aqui, arriscando sua vida por dinheiro... - disse Mary.

- Isso eu conto quando eu voltar. O que importa agora é que você salvou a minha vida. Foi você que me tirou da água quando eu caí do barco, não foi? E me levou até a sua ilha.

Mary não respondeu, mas Diane tinha sua resposta.

- Aquilo quase te matou, não foi? Por isso estava voando daquele jeito, estava machucada. Se você pode arriscar sua vida daquela forma por alguém que você nem conhecia, eu posso fazer o mesmo por você. Espere por mim. - disse Diane, subindo na jangada.

Sem olhar para trás, se afastou da ilha e logo estava novamente no meio do oceano.

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