Bem-Vindos à Rockland!

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Oi, gente, sejam bem vindos!

 

Pessoal, é essencial que vocês prestem atenção na sinopse, avisos e tags de todas as minhas fics. Essa daqui não é uma exceção. Não leu? Pois bem, volte lá e leia...tô esperando...pronto?

 

Ah e essa é uma adaptação. A versão original é Swan Queen e já está postada lá no Spirit. Quem quiser conferir entra aqui no meu perfil que tem o @ certinho.

 

Espero que gostem ❤️

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Eles estavam na estrada a oito horas. Lauren já sentia seus músculos tensos e doloridos. Pararam para um lanche e abastecer mas parece que não foi o suficiente para descansar. Não queriam se demorar mais. Poderiam dormir quando chegassem em seu destino.

E que destino estranho: Rockland, Maine. Estava acostumada a lugares movimentados, ao caos das grandes cidades. Selva de pedra, essa era a especialidade dela.

Até que teve problemas com um colega de trabalho que assediava todas as mulheres da delegacia e foi transferida para um fim de mundo que ninguém parece ter ouvido falar antes, ela só aceitou porque Harry prometeu que ela seria Xerife e Chris poderia ser seu assistente. O salário era bom e tinha bons benefícios, disso ela não podia reclamar. Lauren não era apegada a nada. Não tinha mais familiares além de seu filho, ela o adotou quando tinha 20. Depois de passar anos no sistema de adoção nem pensava em ter um filho de outra forma, sabia bem quantas crianças estavam precisando desesperadamente de uma família para ela se dar o luxo de engravidar alguém. Pegou Chris com 10 anos. Ele era tímido e assustado no começo. Isso foi até ver que podia confiar nela. Então ele se tornou o menino mais gentil que ela conhecia e logo o homem mais corajoso e altruísta. Ela estava orgulhosa de seu filho e de tê-lo criado sozinha nos últimos 11 anos. Não tinha amigos, nem nada que ela estivesse deixando pra trás. Tudo que pertencia à ela e ao filho estava nas caixas e mochilas que trazia no carro. O rapaz vinha na moto logo atrás.





Ela nem era religiosa mas se pegou agradecendo aos céus quando viu a maldita placa de entrada para Rockland.

Imaginou poder esticar as pernas e tomar uma bebida quente antes de se jogar na cama pelas próximas horas.

Seu trabalho só começaria no dia seguinte.

Olhou no relógio, 8:30. O sol estava fraco,  não era muito fã do frio mas parece que era o que teria naquele lugar. Era ermo e rodeado por uma floresta escura e ela apostava que devia ser meio assustador a noite.



Levou só mais alguns minutos para começar a avistar as construções simples dos prédios da cidade.

Harry não brincou, o lugar era minúsculo. As poucas pessoas andando na rua se cumprimentavam alegremente. Um daqueles lugares em que todos se conhecem.

Não sabia como se sentia sobre isso. Não queria ninguém se metendo em sua vida e sabia que iriam. Deveriam ser a novidade ali desde...desde sempre. Carne nova. Talvez isso pelo menos ajudasse com as garotas. A mulher deu um sorriso malicioso com o pensamento. Ela não era do tipo prepotente mas fazia sucesso com as mulheres, não se gabava disso nenhum pouco. Bom, ela era boa na cama. Tinha um pênis de tamanho bastante respeitável e sabia como usá-lo, ainda que não precisasse disso para dar prazer a uma mulher, ela também era maravilhosa com a boca e as mãos.



Não tinha uma namorada porque não quis, ou melhor, porque não achou a pessoa que se encaixava perfeitamente, não que fosse exigente. Ela só era um pouco diferente da maioria e sabia que algumas pessoas não entenderiam isso.



Mãe e filho estacionaram em frente a pequena lanchonete. Ela poderia jurar que era a única da cidade mas parecia perfeitamente aceitável.



Puderam ver todos os olhares sobre si quando entraram. Chris se mexeu parecendo tão desconfortável quanto a mãe antes de irem para uma mesa.



Uma garçonete loira, alta e muito linda veio até eles com um sorriso sedutor.



- Olá, forasteiros. Não achei que fosse ver alguém novo na cidade durante minha vida toda.



Lauren sorriu sem graça.



- Olá, senhorita...

- Dinah, pode me chamar de Dinah.

- Lauren. E esse é meu filho Chris.– respondeu estendendo a mão que a outra apertou, o rapaz deu um pequeno aceno tímido.

- Então o que os trás a nossa pequena cidade desinteressante.

- Olha, você me anima falando assim. – zombou. – Trabalho. Estamos aqui pelo trabalho.

- Ah, deve ser a nova Xerife então.

- Isso, essa sou eu.

- Então o que você vai querer, Xerife? – perguntou baixando um pouco a voz na última palavra.

Chris parecia muito acostumado com aquela cena então não interferiu. Pegou seu notebook na pasta que trazia consigo e o abriu para se distrair com qualquer coisa que não fosse a mulher dando em cima de sua mãe descaradamente.

- Dois chocolates quentes com canela, dois sanduíches de queijo grelhado e panquecas, por favor.

- É pra já! – anotou tudo e deu uma piscadinha para Lauren virando-se para entrar na cozinha.



Esperaram por mais alguns minutos pensando se não deveriam ter pedido para a viagem. Aqueles olhares estavam mesmo incomodando.

Já estava tudo arrumado para eles. Tinha um apartamento esperando sua chegada. A prefeita garantiu isso. Elas não tinham se falado ainda mas foi tudo combinado com Harry, seu ex-chefe.

Demorou mais alguns minutos muito incômodos antes que Dinah voltasse com seu pedido e eles pudessem comer. Seu estômago já estava mesmo roncando.



Quando terminaram a garçonete voltou ficando ao seu lado. Contou sobre as poucas coisas que se tinha para fazer na cidade. Ela parecia bastante interessada em servir de guia. Lauren gostou da mulher. Era decidida e não media palavras, parecia alguém com quem não se importaria nem um pouco em passar seu tempo, depois de dormir muito e se instalar, é claro.



Sua atenção foi puxada para a porta quando viu uma família entrar.

Ela pôde ver o olhar incomodo de Dinah e de algumas outras pessoas, mas logo disfarçaram.



Lauren reparou no homem muito sorridente que entrou primeiro. Só de olhar para ele se sentiu mal, mas não soube o porquê, Chris também sentiu um arrepio desagradável ainda que não tenha comentado nada.

Logo atrás estava a mulher mais linda que Lauren pensou ter visto em toda sua vida. Era latina, muito bem vestida, cabelos longos caindo nos ombros. Olhos castanhos e um lindo sorriso terno dedicado a garotinha em seu colo. A menina parecia ter algo por volta dos 3 anos ou menos. Estava bem quieta e a mãe tentava animá-la.

Logo atrás vinha uma adolescente que era a cópia exata da outra mulher. Parecia parecia tensa, o rosto muito sério e até um pouco triste.







Eles se acomodaram na mesa bem ao lado dos Jauregui e Dinah foi atendê-los com nem em pouco do entusiasmo que mostrou à Lauren e Chris.





- Olá. – o homem falou para ela depois que a garçonete saiu. Ele ainda tinha aquele sorriso perturbador no rosto e Lauren se forçou a sorrir de volta.

- Oi.

- Matthew Hussey. – falou se esticando para apertar sua mão e a de Chris.



O rapaz quase não conseguiu disfarçar o nojo que sentiu.



- Lauren Jauregui, esse é meu filho Chris.

- Você é a nova Xerife não é?

- Sim, sou.

- Essa é minha família. Camila, minha esposa e minhas filhas Evelyn e Liah.



Camila deu um sorriso tímido assim como a adolescente.

A outra menina ainda parecia quieta demais  para uma criança normal, deitada contra o peito da mãe.



- Camila é a prefeita de Rockland. – o homem falou e Lauren se perguntou se ele era sempre tão intrometido.

- É um prazer conhecê-los. – falou cortesmente afastando seus pensamentos.

- Mãe, podemos ir? – Chris se pronunciou finalmente.

- Claro, querido. – eles se levantaram. – Desculpe, foi uma viagem longa, precisamos descansar um pouco. – Matthew assentiu.

- Claro. Espero que gostem da nossa pequena cidade. Garanto que é muito agradável e acolhedora.

- Tenho certeza que sim. Até breve. Acho que te vejo amanhã, prefeita.



Camila olhou parecendo surpresa que alguém dirigisse a palavra à ela.



- Espero que sim, Srta. Jauregui.



A xerife se despediu com um aceno de cabeça e eles saíram pela porta.



- Você sentiu aquilo? – Chris perguntou incomodado.



Os dois tinham uma sintonia muito boa. Mesmo que não tivessem o mesmo sangue eles eram muito parecidos e eram bons policiais justamente por poderem ver que estavam lidando com alguém sem escrúpulos em pouquíssimo tempo. E era exatamente o que sentiam sobre Matthew.



- Pode apostar, garoto, aquele cara não é coisa boa.

- Mas da prefeita você pareceu gostar. – Chris falou com um sorrisinho zombador.

- Cale a boca, seu merdinha. – gargalhou. – Ela é casada.

- Muito mal, por sinal. Mas, se não estiver interessada, ainda tem a garçonete que deu em cima de você descaradamente na última meia hora.

- Ela só estava sendo gentil.

- Claro que sim. O próximo lugar que ela ia gentilmente te oferecer para conhecer era a cama dela.



Lauren riu e empurrou o garoto.



- Você era mais legal a uns anos atrás.

- Quer dizer quando eu era um pobre garoto inocente que não entendia porque as mulheres olhavam pra você como se quisessem te devorar?



Lauren deu um olhar falsamente irritado e foi para o carro.



Chris gargalhou enquanto colocava o capacete e seguia a mãe pela rua.



__









Eles chegaram ao apartamento. Podiam ver que a cidade era mesmo bem pacata já que a porta estava destrancada e a chave sobre a mesa da cozinha.



Era pequeno mas aconchegante.

Tinha exatamente dois quartos e estava totalmente mobiliado. Lauren não era super ligada a decoração então pensou que aquilo serviria.



Os dois colocaram as caixas na sala e ninguém quis arrumar nada naquele momento. Foram exaustos para o quarto e dormiram quase ao bater na cama.

__







Camila tinha acabado de chegar do trabalho. A casa estava um lixo como sempre. Matthew de cueca no sofá, assistindo futebol. Algumas garrafas de cerveja no chão, farelo de pão pela mesa.

Ele xingava a TV e Camila podia ver que estava ficando bêbado. Seu corpo se tencionou com esse pensamento.



- Matthew, onde estão as meninas? – ela perguntou se aproximando mesmo que no momento quisesse distância.

- Não sei, devem estar lá em cima. – respondeu mal humorado. Mas depois olhou pra ela e sua expressão se tornou maliciosa. – Aposto que não vão incomodar se quisermos fazer uma festinha.



Ele se levantou e foi até ela agarrando-a.



- Pare com isso, você está bêbado. – tentou empurrá-lo mas ele era mais forte.



As mãos desceram  para a bunda da morena puxando-a mais contra seu corpo.



- Você devia ter mais respeito por seu marido. – falou com uma expressão irada.



Camila se amedrontou.



- Certo, eu sinto muito, querido. Mas as meninas podem descer a qualquer momento.  Podemos fazer isso mais tarde no nosso quarto, ok? – tentou parecer sedutora mas aquele simples pensamento a enojou.



- Você sempre tem uma desculpa. Depois não reclame se eu for procurar fora de casa. – ele a soltou e ela deu graças a Deus. Seu hálito de cerveja estava insuportável.





A morena não respondeu. Apenas foi pro andar de cima conferir as filhas. Ambas pareciam assustadas, mas a maior estava acalmando a pequena tentando evitar que ela chorasse.



Sentou na cama e as duas a abraçaram.



- Está tudo bem, minhas meninas. Não vou deixar nada acontecer com vocês.

- Mas e você, mamãe? Quem vai te proteger?



Camila sorriu ternamente.



- Não se preocupe, Eve. Eu sei me cuidar. Seu pai não é nada com que eu não possa lidar.



Mas Eve sabia que ele era. Seu pai era o pior. Sabia que ele batia em Camila mas não podia fazer nada para impedir. E sua mãe as vezes parecia defendê-lo. A menina não julgava. Ela leu muito sobre relacionamentos abusivos e como essas mulheres eram manipuladas e levadas muitas vezes a acreditar que estavam erradas.





- Você pode continuar cuidando de sua irmãzinha enquanto eu tomo banho e faço o jantar?

- Claro que sim. – tentou sorrir.



Beijou as duas e foi tomar um banho.







Ela tirou as roupas e notou que ainda dava pra ver os hematomas em seu lado esquerdo da última vez que Matthew a agrediu.

Dessa vez foi pior. Ele chegou bêbado muito tarde e acordou Liah. A menina começou a chorar e ele se irritou. Disse que ia dar uma lição nela.



Camila o segurou em seu quarto. Implorou pra ele não ir. Que deixasse ela ir acalmar a filha. Então ele disse que nesse caso ensinaria à ela como ser uma mãe melhor e não criar pirralhas choronas e barulhentas.



Aquilo ainda doía. Mas ela não ia mais ao hospital, porque as desculpas de acidentes domésticos já estavam batidas e o medico desconfiou. Não podia se dar o luxo de enfrentar Matthew. Ele tinha amigos realmente ruins e ela temia o que ele poderia fazer com suas filhas, até porque já tinha ameaçado, chantageando Camila para não se separar.







A morena tomou um banho rápido e desceu para preparar o jantar.



Ela estava quase terminando quando o marido se aproximou e sentou em uma cadeira na ilha da cozinha. Podia sentir o olhar dele por seu corpo enquanto estava de costas e sentiu um arrepio sinistro percorrer a espinha.



- Amanhã você vai chamar aqueles Jauregui para jantar aqui.



Camila estranhou e se virou.



- O quê? Por quê?

- Não se faça de sonsa. Eu vi muito bem como ela olhou pra você.

- Você está sendo exagerado. Ela nem olhou pra mim.

- Não sou idiota, Camila! – gritou batendo o punho na mesa.



A morena se encolheu visivelmente.



- Apenas me obedeça ou vai se arrepender.

- Tudo bem, como você quiser. Mas se você acha que ela estava me olhando porque quer que venha aqui?

- Por que ela e o filho estavam me olhando atravessado. Ela vai ser Xerife. Não quero aqueles dois no meu calcanhar. Eles virão e nós mostraremos que somos uma perfeita família feliz.



Camila suspirou. Já bastava ter que fazer teatro na rua, em todo lugar. Agora teria que fingir até dentro de casa.



Por outro lado, sentiu seu coração disparar por pensar que veria a xerife de novo. Reparou muito nela, em como era linda. Isso nos poucos segundos em que se permitiu olhar.

Lauren falou com ela. Ninguém nunca falava. A não ser que fosse alguma reunião do conselho. Porque era a prefeita e tinha que ser feito. Mas fora do trabalho era como se não tivesse voz. Matthew tomava a frente em tudo.



No começo achou que era só ele cuidando dela. Depois as coisas ficaram mais sérias, agressão verbal, depois física.



Achou que ia melhorar depois que tivesse seu primeiro bebê. Mas só piorou. Foi quando ele começou a traí-la. Porque ela não podia fazer sexo enquanto se recuperava do parto e depois durante o primeiro ano de vida de Evelyn ele dizia que ela descuidou da aparência. Isso era verdade. Porque ele não ajudava em nada. Mal segurou a filha por cinco minutos antes de entregá-la de volta. Ela também tinha que dar conta da casa porque ele dizia que isso era coisa de mulher. E Camila não podia contratar uma babá ou uma empregada porque Matthew não permitia ninguém dentro de sua casa, para que ninguém visse o quanto ele era abusivo.



Foi o mesmo quando Liah nasceu. Camila estava tão feliz. Ela amava as filhas e elas eram a coisa mais preciosa que ela teve. A única coisa boa que veio de seu casamento.

Então ele começou a se mostrar agressivo com as meninas também. Ameaçava bater nelas mas Camila nunca permitiu. Apanhava muito mas não deixava que ele encostasse um só dedo nas garotas.

Ela tinha o sonho de ter um menino mas depois de ver como o marido era com as filhas simplesmente desistiu. Não estaria colocando mais nenhuma criança nisso. Fez o procedimento de esterilização pouco tempo depois que Liah nasceu. Não queria correr o risco de engravidar novamente. Matthew se recusava a usar preservativos. Ele até já tinha transmitido DST’s para ela algumas vezes.





Ela não questionou mais. Apenas aceitou a vontade do homem como sempre fazia.


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Como sempre seus comentários são muito apreciados. Essa história será curta. Apenas 7 capítulos. Conforme tenha tempo para revisar eu posto.
Beijos e até breve ❤️

Save MeWhere stories live. Discover now