Fogueira e boné azul

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— De quem é? — Questionou Adie, vestida com um suéter

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— De quem é? — Questionou Adie, vestida com um suéter. — Muito bonito.

A malha de lã apresentava uma estampa em toda a sua extensão. Os detalhes laranja tornam o suéter mais vibrante e chamativo, proporcionando um grande contraste com a cor predominante da estampa.

— Você precisa falar mais baixo. — Avisei antes de opinar. — A ideia é sermos invisíveis. Tira.

A luz estava apagada, mas mesmo que não estivesse um completo breu, realizar coisas básicas estava sendo um obstáculo grotesco.
Um grande entulho de mochilas no canto esquerdo do quarto e muitas roupas jogadas pelo chão, enquanto uma monstruosa mistura de pares perdidos de sapatos e toalhas de banho se encontravam atrás da porta.

Lembro que nos primeiros dias estávamos nos esforçando o máximo para manter tudo limpo e organizado, de certo modo funcionou durante um tempinho. Mas agora, tentando me encontrar no meio dessa bagunça, eu não sabia dizer em que momento tudo saiu do controle.

Pilhas gigantes de livros no pé da minha cama. Almofadas em formatos de verduras espalhadas. Um abajur de lava. — Um abajur de lava! — na mesinha próxima a cama de Jenny.
Um cofrinho em forma de cachorro nas coisas de Lili, e um pôster da Katy Perry colado com figurinhas na parede feita de madeira.
O que era tudo aquilo? Nós queremos montar um brechó no quarto do acampamento?
Inacreditável. Parece um episódio ruim de um programa de decoração. O quarto foi todo redecorado para que ficasse mais a nossa cara e ficou absurdamente pior.

Meio atordoada, caminho até as mochilas.
Tento puxar qualquer tecido de dentro da minha bolsa que se encontrava parcialmente soterrada pelas demais. Visto a primeira camisa que consigo puxar para fora.

— Você não vai com esse suéter. — Reforcei.

— Porque essa implicância toda, afinal?

— Porque não está tão frio lá fora. — Justifico, apontando para a janela. — E suéter parece coisa de criancinha.

— Eu gostei. — Balbuciou no tom mais baixo que sua garganta podia emitir — E além do mais, não consigo encontrar nada melhor que esse casaco agora.

O restante das meninas já estavam dormindo e se alguma acordasse poderia colocar nosso plano inteiro em risco.
Estávamos quebrando as regras. Nós não podíamos sair do quarto depois do horário permitido e aqui estamos nós. Sinto a adrenalina correr pelo meu corpo. A sensação é assustadora.

— Você viu o delineador? — Inquiro, voltando a me concentrar em mim mesma, mas solto um chiado de alegria quando o encontro atrás de um vidro de hidratante.

Como não havia a menor condição de acender a luz para ver nosso reflexo no espelho, só tento me assegurar na confiança de que estou fazendo um bom trabalho e continuo a desenhar meus olhos da maneira que acreditava estar correta.

Céu Sem EstrelasWhere stories live. Discover now