Céu Sem Estrelas

Resvistas da play-boy

Adie se apoia no balcão enquanto tem um livro qualquer em mãos.

Nós conversávamos sobre coisas estúpidas e banais.

Seus olhos passeiam rapidamente somente no primeiro parágrafo antes de virar a pagina. Ela nunca se interessava de verdade pela leitura. No entanto, ela sempre vinha até aqui em seu horário de descanso do trabalho.
A garota trabalhava em uma lanchonete local.

O nome de Jaden acaba surgindo no meio da conversa. Não queria falar sobre ele, contudo, havia um jantar em que teríamos que nos encontrar e eu não sabia exatamente como me sentir.

— Boa leitura. — Digo por cima da conversa para um jovenzinho. O garoto de aproximadamente treze anos pega a revista em quadrinhos das minhas mãos e, praticamente some da minha visão ao correr para fora da loja, tímido demais para responder qualquer coisa de uma desconhecida. 

O calor era quase insuportável, fazendo com que as pessoas buscassem refúgios em lugares com ar-condicionado.

As estantes de livros iam do chão até o teto, repletas de histórias esperando para serem descobertas. Os livros estavam organizados por gênero, desde romances e mistérios até ficção científica e biografias.
Cada prateleira era um convite para se perder em um mundo imaginários e conhecer personagens fictícios.

— Próximo. — Aceno com a cabeça para a moça que se põe a minha frente. Ela estende o livro desejado em minha direção e em seguida vai embora após eu devolver seu troco.

O cheiro de papel e tinta impregnava o ar, criando uma atmosfera acolhedora e familiar.
Os clientes percorriam os corredores, folheando os livros com cuidado e escolhendo aqueles que mais lhe chamavam atenção.
Alguns se sentavam nas poltronas e cadeiras, mergulhando nas páginas de suas novas aquisições.

— Na verdade, eu ainda estou pensando se vou ou não. — Comento apenas para Adie, me referindo ao jantar que já havia sido marcado e planejado.

— Por qual motivo não iria?— questionou sem demora. — Vai ser na casa de Arianna. Não está ansiosa para saber se ele é bom nisso?

O som suave das páginas sendo viradas e o murmúrio dos cochichos dos clientes criavam uma trilha sonora reconfortante.
No entanto, nem tudo era perfeito. Os mosquitos eram uma praga constante, zumbindo ao redor dos clientes desavisados. Era uma batalha incessante para mantê-los afastados daqui, mas, mesmo assim, alguns sempre conseguiam entrar e incomodar a todos. Era a desgraça de Wollongong.
Apesar disso, a livraria era um oásis de tranquilidade em meio ao caos do mundo exterior. As pessoas vinham em busca de paz e escape de terceiros não tão silenciosos.

Levanto os ombros.

— Não conversamos ainda. É estranho e eu sinto o clima meio pesado entre nós. Não sei.