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Dois minutos

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Dois minutos.

Demoro cerca de dois minutos para me recompor desde o momento em que Jaden se virou e foi embora.

Saio do banheiro apressadamente, ainda conseguindo o avistar.
Suas costas largas se afastam cada vez mais e, consequentemente, sua figura se aproxima ainda mais do seu carro.

Vou atrás dele. Vou atrás do cara que partiu meu coração em mil pedaços em meio a um acampamento. Vou atrás de Jaden O'Donell e nunca me senti tão estúpida por isso.

Ando em sua direção tão rapidamente que minhas pernas doem pelo caminho.

Dou um soco nas suas costas com o punho cerrado. Ele sente, mas o fato de continuar caminhando me deixa ainda mais irritada.

Ele não tinha o direito de dizer todas aquelas coisas e depois simplesmente partir. Qual era o problema dele? Sei que não estava em seu estado normal pois o cheiro de álcool exala, mas mesmo assim, isso não lhe dava o direito de me dizer coisas como aquelas e depois me ignorar, me deixando com pensamentos confusos, imaginando coisas que não existem e nunca poderão existir em nossa realidade.
Não comigo e ele. Não com nós dois.

Soco pela segunda vez.

Eu sei que os socos que o atingem nas costas não causam nem cócegas, mas mesmo assim, reúno minhas forças pela terceira vez e desfiro o soco. Meus dedos doem e sei que ficarão roxos no dia seguinte. Jaden permanece imóvel como um poste, meus murros não o fazem tremer ou mover um músculo sequer, talvez ele até sinta vontade de rir da minha cara, mas não o faz ou pelo menos não demonstra querer.

— Isso aqui — Gesticulo com o dedo indicador, apontando para mim e depois para ele, mesmo que ele não possa ver — Não é um jogo.

Penso em dar o outro golpe, mas então, vejo sua cabeça se inclinar levemente para trás, sua testa apontada para cima. Me pergunto se ele pede paciência a Deus e ao universo ou se questiona do porque tem que passar por isso.

— Está preocupada?

— Claro que não.

— Então, tem medo. — Provocou.

— Não tenho mais tempo para essas suas imbecilidades. — Meu humor ácido é visivelmente perceptível. — Não sou mais uma criança.

Ouço uma risada contida como resposta.

— O que vai fazer? — Questiono, desejando realmente saber. — Escrever cartas de amor e jogar pela minha janela? 

Ele se vira, me permitindo enxergar seus olhos. O tom dos verdes se encontram mais fechados.

— Você é a pessoa mais inteligente que já conheci e mesmo assim consegue ser a mais lenta. — Range os dentes. — Pensou que eu faria amizade com o idiota do Jhosua, atoa?

Céu Sem EstrelasWhere stories live. Discover now