chapter four

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APOIANDO-ME NA CABECEIRA da cama, coloquei o cigarro entre os lábios e o acendi com meu isqueiro personalizado com minhas iniciais

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APOIANDO-ME NA CABECEIRA da cama, coloquei o cigarro entre os lábios e o acendi com meu isqueiro personalizado com minhas iniciais.

Eu tombo a cabeça para trás liberando a fumaça e fechando meus olhos, sentindo meu corpo relaxando. Eu olho para a mulher que está dormindo com a cabeça apoiada na minha barriga e tento lembrar o nome dela.

Outro dia normal na minha vida. Eu vim para o bar Deluxe que vou desde os 18 anos. Depois de algumas doses de uísque, passei os olhos pelo bar até encontrar alguma companhia do meu agrado.

Eu sempre faço isso quando preciso extravasar. Eu não gosto de sentimentalismo, então só faço sexo casual até chegar ao meu prazer. Apesar disso, eu sempre vou até o fim, proporcionando orgasmos para a  companheira também. É basicamente uma troca.

Sinto meu celular vibrar na mesa ao lado da cama e atendo vendo o nome do meu amigo Caio aparecer na tela.

- Porra, Ret! Onde você está, irmão? - Eu reviro os olhos com o drama dele e vou em direção à varanda.

- Na área do quarto. Eu vim fazer sexo para aliviar o estresse, mas já estou voltando para o bar. O que você quer?

- Como o que eu quero? Você me chama para beber com você e, na primeira oportunidade de um rabo de saia, você desaparece.

- Parece que você é casado comigo! Estou saindo agora e não reclame.

- Ret calmo como uma bomba!

Eu rio e desligo a ligação. Esta frase realmente define muito a minha personalidade.

Depois de vestir minhas roupas, saio sorrateiramente da sala para não ter que ter aquela conversa chata em que dispenso a mulher e tenho uma reputação de filho da puta.

Não que seja diferente quando eu desapareço assim do nada, mas não me importo.

Vou em direção ao bar e encontro Caio tomando uma dose enquanto digita em seu celular.

Conheci Caio em uma festa e desde então nos tornamos amigos.

- Caio Luccas! Estou de volta. - Vou falar e ele se levanta para me cumprimentar.

- Finalmente, eu pensei que alguém tinha algemado você no quarto. - Eu rio.

- Se fosse o contrário, eu até diria que é possível.

- Tudo bem, Christian Gray. Vamos tomar uma bebida para comemorar?

- Comemorar o quê? - Eu pergunto sem entender.

- Ganhei o Volvo do meu pai! - Ele fala animadamente e nós brindamos.

- Se eu fosse comemorar com bebida por todos os carros que recebo da minha família, entraria em coma alcoólico. Mas parabéns, irmão. Você merece tudo e muito mais.

- Nem todo mundo é um milionário fodido como você, Filipe. Estamos juntos, mané! - Ele sorri e brindamos mais uma vez.

E assim passa outra noite me entupindo com álcool e maconha. Como já sei que terei que enfrentar toda essa família sufocante quando chegar em casa, me forço a ficar chapado. Bem, eu não sou obrigado a aturar isso sóbrio.

• • •




Eu paro meu carro em frente ao jardim de rosas do condomínio e abaixo da minha cabeça sentindo tudo girar. Meu estômago embrulha e minha visão fica embaçada.

Eu bebi demais, fumei demais e agora não consigo me concentrar em estacionar na garagem da mansão Cavaleiro.

Eu ouço um carro parando na minha frente e o farol bate nos meus olhos, me fazendo inclinar a cabeça para trás.

- Você está bem, garoto? - Eu ouço uma voz na janela do meu carro e forço meus olhos em direção.

Vejo que este é Gael Garcia, o mais odiado pelo meu avô, ele nem deveria estar falando comigo. Levo alguns minutos para responder e balançar a cabeça concordando.

- Obrigado pela sua preocupação, mas estou ótimo.

- Não é muito o que parece. - Ele responde e eu soltei um sorriso sarcástico.

- Isso importa para você? Até parece que você não odeia minha família. Nem deveríamos estar conversando, ou deveríamos?

- Reformulando sua frase, odeio seu avô, seu tio e seu pai. Não tenho nada contra você. Eu tenho dois filhos e não gostaria de vê-los dirigindo neste estado.

Estou em silêncio e sinto meu coração apertando. Eu nunca tive uma figura paterna exemplar, a mais próxima disso é o meu avô, mas ele é só obcecado por mim e em me  controlar, não acredito que ele realmente se importe comigo.

- Tente não se colocar em risco assim, você pode se arrepender se algo acontecer. -Ele fala olhando no fundo dos meus olhos.

- Relaxe, Sr. Gael! Eu já nem sinto tanta culpa ultimamente. - Eu sorrio cheio de melancolia - De qualquer forma, se você me der licença, pode tirar seu carro de lá? Eu quero seguir meu caminho.

- Tudo bem, tenha cuidado de qualquer maneira.

Ele tira o carro dele da minha frente e eu dirijo em direção ao meu espaço na garagem. Fiquei ainda mais sóbrio depois dessa conversa.

• • •


Acordo com alguém abrindo a porta do meu quarto brutalmente e coloco um travesseiro no meu rosto para esconder a clareza de mim. Que dor de cabeça.

- O que essa merda significa aqui, Filipe Cavaleiro de Macedo da Silva Faria? - Meu avô grita meu nome que somente possui essa assinatura gigante com os sobrenomes da sua família e eu gemo frustrado.

Eu tiro o travesseiro e olho para o seu rosto que está furioso. Vejo que em suas mãos há um notebook com imagens da câmera de segurança na tela.

- O que você estava falando com este bastardo? - Ele pergunta possuído de raiva apontando para a gravação que mostra Gael falando comigo.

- Nada, vovô. Eu estacionei o carro me sentindo um pouco mal e ele veio me perguntar se estava tudo bem. - Eu omiti a parte em que eu estava super chapado.

- E você quer que eu acredite nisso, Filipe? - Ele aponta o dedo na minha cara e eu me levanto já estressado.

- Não aponte o dedo para mim, eu não fiz nada. O que eu faria? Um plano com ele para te destruir? Poupe-me de seus surtos, Júlio. - Eu respondo e ele vem em minha direção com o punho levantado, como se fosse me dar um soco na cara.

Nós travamos uma guerra entre o olhar e eu olho para a sua mão. Ele realmente quer me bater por apenas trocar algumas palavras com um Garcia?

- Eu deveria ter te colocado em um internato, seu irresponsável. Eu já te avisei que não quero ninguém desta casa perto daquela família. - ele diz abaixando o punho.

Ele sai como uma bala e bate a porta com força.

Com ódio, pego uma jarra de cristal com água na mesa de bebida que tenho no meu quarto e  jogo em direção à porta, quebrando o vidro e gritando de ódio.

Eu odeio esta família!

ALMA REVEL - FROnde histórias criam vida. Descubra agora