Capitulo 8. Jogo de xadrez

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A melodia crescente pareceu excitar sua condução, nós fazendo deslizar pelo salão como se estivéssemos patinando sobre gelo. Sua mão em minha cintura tornou-se mais firme, assim como meu apoio em seu ombro. Cada passo, cada giro que executávamos se seguia com uma longa passada de pernas que nos movia destacadamente ao centro.

Seus olhos estreitos ainda se mantinham sobre os meus, enquanto em minha cabeça acontecia uma verdadeira reviravolta. Como assim eu já estava no jogo? Não fazia sentido. Tentei ligar os pontos com tudo oque ele já havia me dito até agora, mas nada batia com essa ultima parte. Anda pensa... Eu sabia que a proposta escondida por trás da metáfora do peão podia ser interpretada como um convite a participar de um jogo, não era atoa que ele havia usado a palavra oportunidade. Em minha cabeça a oportunidade de participar desse jogo maior, significaria entrar em um negócio, um negócio grande e que envolvia interesses particulares por dinheiro e poder, como ele mesmo havia dito. Não precisava nem falar que era coisa de máfia, ou de uma sociedade secreta... Quem sabe.

Mais o quão grande esse negócio era? E como eu já estava nele? Minha cabeça estava prestes a explodir quando uma fala de Didi veio em minha memoria como um flash: ''Bobagem, aqui somos todos irmãos''. E logo depois ela mencionou que estava de olho em uma determinada joia, foi quando Charlote alertou: ''Vai ter que apostar alto então, a vadia da Stella Quinn vai jogar todas as cartas em cima desse colar''.

''A pré-indicada ? Ela que se cuide, estou disposta a gastar o que for pra sair com ele daqui'' a resposta de Didi foi como a ultima peça do meu quebra cabeças. Os pontos foram se ligando ate que de repente... Bingo! Tudo fazia sentido. ''A pré-indicada''. Era isso, o leilão não se tratava apenas de leiloar joias raríssimas e de inestimado valor, isso era apenas uma isca. A verdadeira intenção do evento era atrair a atenção de possíveis aliados, que se agradassem do que vissem e acabassem se juntassem a máfia que estivesse bancando tudo aquilo. Era por isso que haviam tantas pessoas e das mais diversificadas classes do crime. E eu estava ali, participando de tudo aquilo como se fosse um deles.

Agora fazia sentido eu estar no jogo, assim como a Alex, pois também havíamos sido atraídos para Mônaco em decorrência desse leilão, com a intenção e claro de roubarmos as joias, mas pensando bem, isso agora parecia ser o de menos. O proposito por trás de tudo aquilo se mostrava muito maior.

Quando dei por mim, Dominic ainda me encarava enquanto nos movíamos por entre os casais que sincronizadamente giravam ao nosso redor. Meu coração estava acelerado e meus pulmões começavam a arder em adrenalina, seria ele a cabeça por trás dessa engenhosa estratégia? Ate aonde me lembro, foi Charlote quem o parabenizado pelo evento... Então só podia ser ele, o organizador desse leilão. O anfitrião.

- Acho que entendi esse jogo. - meneei com os lábios entre abertos.

Seus olhos prateados desceram para meus lábios, minha respiração ligeiramente alterada pareceu ter chamado sua atenção.

- Tenho certeza que sim... Você e um rapaz esperto. - sua voz rouca carregava um tom arrastado e extremamente sexy.

Concentre-se!

- Permita-me retribuir o elogio. Usar um evento desses como pretexto para cativar o interesse de possíveis aliados a se juntarem a sua máfia foi uma ótima jogada. - indaguei amistosamente.

Suas feições serias se amenizaram com um sorriso presunçoso. Pensei por um momento se foi uma boa ideia ter dito isso.

- Gosto de usar todos os recursos que tenho ao meu favor, senhor Wilson. Não poupo esforços para conseguir o que quero. - seu olhar penetrante sobre os meus e a forma como seus lábios disseram cada palavra, pareceram dar outro sentido à frase. Um sentido carregado de malicia e volúpia. -... Mas se enganou ao achar que planejei tudo isso em titulo de uma simples máfia.

A arte de ser um ladrão. (Dark romance gay) [PAUSADO]Where stories live. Discover now