8_ É basicamente como um túmulo sombrio e lacrado

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Hello leitores amados! Estão gostando da história? Só passando para dizer que quem quiser acompanhar mais do processo de escrita e ter alguns mini spoilers da história pode me seguir no Insta nath.p.andrade  Sempre posto coisas novas antes de publicar aqui! Também gostaria saber se vocês gostariam que eu postasse uma playlist de músicas que inspiraram o livro , comentem aqui!! Boa leitura!

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Por uma razão desconhecida, fico encarando o pedaço de papel rabiscado alguns minutos seguidos, em silêncio. Observo os traços do desenho, o cabelo, a boca e me ocorre de repente que aquilo não tinha sido uma boa ideia. Eu gostaria de poder ter alguma coisa da minha mãe, algo palpável para que realmente pudesse me ajudar a me lembrar dela. Mas escutar meu tio descrevê-la para depois tentar rabiscar os seus traços no papel era tão inútil quando tentar tatear uma agulha perdida no chão escuro. Trabalhoso, longo, cansativo.

Eu queria poder dizer que meu instinto de filho estava me conduzindo até o traçado ficar cada vez mais parecido com ela, mas seria mentira. A grande verdade é que eu não me lembrava de nada. Como se algo tivesse invadido meu cérebro e tivesse despedaçado todas as minhas memórias e logo depois queimado os fragmentos para que eu não pudesse encaixá-los. Eu não poderia reconhece-la nem mesmo se sentasse bem na minha frente ou se entrasse pela porta da loja. Minha cabeça era um abismo profundo sem nenhum resquício de luz.

-Está pensando em acrescentar mais detalhes? _ Tyrion questiona. Ele já tinha acabado de separar as mudas de margaridas e pelo jeito estava em pé ao meu lado já há alguns segundos. Nem sequer notei ele se movendo de lugar. Minha mais recente reflexão tinha tomado o único espaço restante livre da minha mente.

-Não_ digo a verdade_ só tentando me lembrar dela.

-Não se esforce demais_ ele coloca uma das mãos no meu ombro. Me volto para ele, encarando seus olhos azuis_ mesmo que tivesse a memória completa ela morreu quando você tinha pouco mais de sete anos. Seria um desafio de qualquer forma.

-Como ela era? _ faço aquela pergunta de novo. Já tinha feito há três anos atrás quando acordei sem memória na minha cama e já tinha refeito pelo menos mais umas cinco vezes no decorrer dos anos. Nem sempre meu tio dava a exata mesma resposta. As vezes ele acrescentava uma pontada de informação nova e isso já era o suficiente para me reforçar a perguntar outra vez.

-Ela era gentil, corajosa e..._ dessa vez Tyrion passa os olhos pelo meu desenho antes de concluir_ tinha uma essência arrebatadora.

-O que isso quer dizer? _ delibero com um sorriso, zoando com as palavras difíceis dele. Ele abre um ar pensativo e não sei porque, a imagem de Gwen lutando contra o assassino que tentou me apunhalar em cima do prédio passa pela minha cabeça.

Arrebatadora em essência...

Reviro meus olhos para mim mesmo e para aquele superpoder que aquela garota parecia ter. O poder de aparecer em minha mente como mágica, inesperadamente, sem ser convidada.

-Seu pai que era o grande desafio_ Tyrion guina o assunto_ estava sempre exigindo demais de você, mesmo quando eu interferia, maldito favoritismo..._ assim que as palavras soam ele me olha de esguelha e abre mais os olhos, como se tivesse percebido que disse algo que não devia.

-Favoritismo? _ murmuro_ não sou filho único?

-Claro que é_ o tom de voz muda e, eu sei que ele mente_ seu pai foi um grande homem também, não me leve a mal. Mas sua mãe era a grande joia rara do nosso..._ ele gagueja um momento_ digo, da nossa casa.

ExiladosWhere stories live. Discover now