Capítulo 30 - Damian

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— Os resultados chegaram. — Leonidas disse baixinho e Damian soube imediatamente o que ele falaria a seguir: — O vinho realmente tinha veneno.

Damian sentiu a mão de Adra deslizando por seu braço em um aviso para que ele mantivesse a calma. Ele olhou para ela, para aqueles familiares olhos violetas como o começo da noite, para algo que ele nunca imaginara ver de novo. Damian havia trazido Adra de volta à vida fazia apenas dois meses.

E Constância Rozmarin chegara perto demais de tirá-la dele novamente. Damian estava furioso — e ele não planejava esconder aquilo de ninguém.

— Controle te dá mais poder sobre eles que a raiva. — Adra o lembrou como se pudesse ouvir os pensamentos de Damian antes de se virar para Leonidas e perguntar: — E o empregado responsável?

O padrinho de Damian assumiu uma expressão grave ao informar em um tom de voz sério:

— Nós o encontramos morto em um dos corredores dos empregados há alguns minutos atrás.

Damian trocou um olhar carregado com Adra, ambos com certeza pensando a mesma coisa: aquilo teria sido obra de Cora Rozmarin ou dos pais dela? Mesmo que o casal de embaixadores tivesse subornado o empregado humano, ele ainda era uma fraqueza no plano de discrição que eles pareciam ter para o assassinato do herdeiro ao trono de Nikaés.

Matá-lo com certeza resolveria o problema. E era exatamente o que Damian faria no lugar deles.

— Eu vou matá-los. — Ele declarou, a raiva quase nublando sua visão, mas Adra puxou-o para trás e olhou firmemente nos olhos deles.

— Não. — Ela declarou, chocando Damian, que franziu a testa para ela. — Damian, nós estamos a alguns passos de fazer uma mudança intrínseca em Nikaés. Não podemos arranjar mais inimigos e matar os Rozmarin só vai fazer com que Minciuni comece a procurar razões para nos antagonizar.

— Podemos fazê-los desaparecer. — Damian declarou, vendo de má vontade a razão nos argumentos de Adra, que riu um pouco de sugestão, mas balançou a cabeça.

— Nós não sabemos se o governo de Minciuni aprovou a ação contra nós. Se eles souberem, o resultado vai ser o mesmo, só que por baixo dos panos. — Disse ela. — Além disso, com a nossa testemunha morta, o cartão não vai ser o suficiente para provar a culpa deles.

— Cora...

— Não vou quebrar a promessa que fiz para ela. — Adra o interrompeu antes que Damian pudesse terminar. — Eu disse que ela não seria envolvida no assunto e vou manter isso. Nenhum de nós tem muita ética, mas minha palavra é o meu limite, Damian.

Ele investigou os olhos violetas que tanto amava, tentado a falar que ele mesmo não havia prometido absolutamente nada, mas uma olhadela na direção de Adra e Damian soube que não deveria contrariar aquilo — aquele era o tipo de limite que ele não estava autorizado a desafiar, por isso ele apenas assentiu, ainda não gostando da ideia.

— O que você sugere que façamos, então? — Ele perguntou e Adra suspirou, franzindo a testa enquanto pensava.

— Bom, se não vamos matá-los, precisamos garantir que eles tenham uma punição apropriada e a segurança de que eles nunca mais vão tentar algo do tipo.

Eles ficaram em silêncio por algum tempo.

— Revogar o direito deles de vir para Nikaés resolve o suficiente. — Disse Damian em um murmúrio. — Com o cartão, nós podemos não ter o suficiente para matá-los, mas nós certamente temos o suficiente para expulsá-los do país com desonra, o que vai fazer um belo estrago na reputação deles em Minciuni.

Todos os Demônios do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora