Epílogo - Damian

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10 anos depois

Damian nunca pensou que o choro de outro ser seria algo bom, mas no segundo em que sua filha começou a chorar, aquele se tornou o som mais lindo de todo o Universo. Ele estava completamente embasbacado por aquele pequeno e delicado ser e não haveria nada no mundo que o impedisse de protegê-la.

— Ela é tão linda. — Disse Thalassa, com o braço sobre os ombros de Adra, as duas sentadas na cama e observando a filha deles no colo de Damian. — Por Hades, Adra, eu sou tia.

— E eu sou avó. — Disse Kia, que mal conseguia se segurar por mais de cinco minutos desde que a neta dela nascera há alguns dias. — E acho que tenho o direito de segurar minha neta mais um pouquinho antes eu o pai dela a roube de mim

Damian, no entanto, mal ouviu a acusação nas palavras de Kia, porque toda a sua atenção estava em sua filha, aquele bebê adorável e tão pequeno que ele surtara ao pegá-la pela primeira vez. A bebê era quieta, chorando apenas baixinho, o que fazia com que eles tivessem que manter o berço dela no quarto deles — não que Damian não fosse fazer isso de qualquer modo.

Ele nunca queria se separar dela e de Adra de novo em sua vida.

— Nem adianta tentar, ele não vai largar ela tão cedo. — Disse Adra com um sorriso suave para a ele e a filha deles. — Eu mesma tenho que implorar para segurar minha própria filha quando ele está assim.

— A solução é me dar outros netos. — Disse Kia casualmente. — Aí os braços de ninguém vão ficar vazios.

— Mamãe, isso só se o Damian me chutar e arrumar uma égua parideira para ele. — Disse Adra categoricamente. — Eu te amo, mas nem se o próprio Lúcifer mandasse, eu teria outro filho.

Adra odiara ficar grávida com uma paixão que Damian vira poucas vezes em uma mulher. Não era que ela não amasse a filha deles, nada poderia estar mais longe da verdade: ela só não gostara do medo e das limitações que a gravidez lhe trouxera.

Eles tinham tentado por três anos, desde que ambos fizeram trinta, antes que a pequena em seus braços finalmente começasse a existir e a gravidez não fora algo fácil: Adra tivera que se manter em repouso a maior parte do tempo e tivera muitos problemas de pressão. O melhor palpite das médicas que a examinaram foi de que a gravidez de Adra fora dificultada por causa da diferença entre as espécies, porque ela estava completamente saudável de qualquer outra maneira.

Adra odiara cada segundo que tivera que ficar de cama e Damian não podia falar que não entendia o sentimento — ele também sentiria que enlouqueceria se precisasse ficar meses deitado em uma cama tendo que trabalhar de lá.

O chorinho de sua filha, no entanto, tirou toda a concentração que Damian poderia manter em suas próprias memórias

— Eu acho que está na hora de alguém mamar. — Disse Adra com um suspiro resignado, estendendo os braços para ela.

Thalassa, que sorria como uma idiota, pareceu acordar para vida com aquela movimentação e beijou a têmpora da melhor amiga antes de falar, se levantando da cama de casal:

— Eu acho que esse é o momento para que nós deixemos os três sozinhos, tia Kia.

A mãe de Adra suspirou, não muito contente com aquilo, mas se levantou do mesmo jeito, resmungando:

— Tudo bem, eu preciso pegar umas roupas na casa da sua tia e provar para ela que eu ainda estou viva, mesmo.

Damian e Adra se entreolharam diante disso, ambos revirando os olhos: não importava quanto tempo passasse, Eunike continuaria sendo Eunike. Ele finalmente passou a filha deles para os braços da mulher da vida dele, observando enquanto Adra ajeitava a pequena bebê no seu colo e dava o peito para que a bebezinha pudesse mamar.

Todos os Demônios do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora