Capítulo 3

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Emily Osíris.

Seis anos atrás...

Faziam cinco meses desde que Thomas havia falado comigo pela última vez, em seu aniversário. Ele não aparecia mais para jantar e nem o sentia me espiando pela janela do meu quarto.
Nossa relação se tornou ainda mais fria e, nos poucos contatos que tivemos nesse tempo, ele não escondia o quanto parecia me desprezar.

Eu rompi uma barreira ao tocá-lo naquela noite, éramos primos eu havia sido estúpida por pensar que algo mais poderia existir.

Thomas me mostrava isso todas as vezes que me negava o seu olhar. Eu o procurava em cada ambiente que entrava, pois há muito tempo isso tinha se tornado algo parecido com um instinto, gravado em meu ser. Éramos um do outro, mesmo que ele não sentisse.

Havia algo que nos unia.

E eu senti essa união apodrecer quando o vi ao lado do meu irmão na festa do prefeito Laurent.
Minha família não costumava frequentar o mesmo ambiente que essas pessoas, tanto que Max, Thomas e eu nunca havíamos frequentado a escola da cidade. Nós estudamos em Meridian, uma cidade bem maior e desenvolvida que Crowford. Papai sempre disse que nossos caminhos estavam longe de Crowford.
Pois, mesmo que meu pai reinasse nessa cidade, ele sempre desejaria mais e mais.

E nós éramos o seu meio de conseguir tudo o que sua ambição desejava.

Thomas estava calmo, conversando com o meu irmão e uma garota loira. Eu tentava me esconder para não ser vista pelos dois, mas não conseguia me afastar daquela visão.
Amber Laurent.
Ela era a filha do prefeito e uma completa vadia.

Por que?

Porque sua mão nojenta estava sobre o peito de Thomas, o acariciando sobre a camisa branca, enquanto ela sorria sugestiva para o meu irmão. Ela queria se emaranhar em um lugar perigoso, um lugar onde estivéssem os dois.
Mas eles eram meus.

Thomas estava bonito, como sempre. Seu cabelo escuro parecia refletir um tom azulado, todas as vezes que a luz do ambiente espelhava em suas mechas. Observei quando ele passou a mão pelo cabelo, afastando os poucos fios que tocavam sua testa e revelando as joias esverdeadas que eram seus olhos. Seu maxilar travou, quando a mão da garota estúpida desceu por seu abdômen.

Eu estava com raiva, mas não conseguia afastar minha atenção de seu perfil. Ele não estava tão tranquilo quanto aparentava, suas mãos voltaram para sua posição de sempre, dentro dos bolsos de sua calça e pelo leve tremular de seus pulsos, eu podia presumir que Thomas não estava tão confortável quanto queria aparentar.

A garota segurou a mão do meu irmão, enquanto se aproximava seu corpo do de Thomas. Eu não a conhecia, pois nunca gostei de me misturar com esse tipinho, mas ao vê-la quase se jogando no colo do meu...

Meu...
Ele não era nada meu, e eu não faria nada com aquela garota.
Porque Thomas não era nada meu.

Sentia meus olhos arderem com tudo aquilo. O sorriso que repuxou os lábios de Thomas, quando ela colocou a mão sobre seu cinto, foi o que mais me matou.

Estava farta de tudo aquilo.
Se eles queriam transar, poderiam encontrar um lugar para isso. Eu não ficaria aqui para ver e ter meu coração destruído.

Estava pronta para ir embora, quando aquela eletricidade entre nós zuniu.
Thomas virou o rosto e, por um instante, nossos olhares se esbarraram e eu prendi o fôlego.

Percebi que seu corpo se contraiu ao notar minha atenção em toda aquela cena profana que ele e meu irmão davam palco. Meu primo desviou aquela conexão e se voltou para o meu irmão, me ignorando completamente. Assisti seus lábios carnudos se mexendo, enquanto ele lhe dizia algo, no mesmo momento que afastava a mão da garota de seu peito.

Tentação ProfanaWhere stories live. Discover now