Capítulo 13

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Emily Osíris

Presente...

Me sentei na cama, notando que ainda estava de noite e as cortinas estavam fechadas, mantendo a visão da lua escondida. Olhei para os lados, ainda aturdida de sono e o cansaço do meu corpo. Eu me sentia como uma estúpida virgem, completamente dolorida e surpresa pela experiência intensa que tinha acabado de viver.

Porém, diferente de quando realmente perdi minha virgindade com Thomas, dessa vez eu não tive seus carinhos e seus sussurros apaixonados. Seria mentira se eu dissesse que não foi excitante ou que desprezei algum momento, mas eu sentia falta dos sentimentos que nos rodeavam quando nem tudo estava perdido. Se eu fechasse os olhos, ainda podia senti-lo em mim, me dominando e me mostrando a pura brutalidade que seu corpo foi exposto durante três anos. Eu o queria de qualquer forma possível, sempre e sempre.

Segurei o lençol na frente do meu corpo nu enquanto procurava por algum sinal de Thomas no quarto escuro. Eu sabia que não o encontraria, mas mesmo assim o procurei como uma idiota. E pelo o que parecia, a não ser por mim naquela cama, o quarto estava vazio. Era óbvio, ninguém dormia com uma foda.

Uma foda.
Ele passou três anos sozinho sem saber o que era liberdade, seu corpo precisava disso e eu estava ao alcance, como uma maldita puta Apodyopsis. Thomas encontraria outro alguém uma hora, de preferência uma mulher que ele não desprezasse tanto. Uma mulher que não mostrasse sua face mais terrível e que fosse traí-lo.

Meu corpo se inflamou de ódio.
Eu a mataria.
Sem sombra de dúvidas, essa mulher teria seus dias contados assim que eu descobrisse sobre sua existência.

Respirei fundo, afastando os meus pensamentos e planos de assassinato. Lutando contra a ardência dos meus ossos, consegui me levantar da cama. Por um momento considerei sobre minha coragem. Há 3 anos, eu me achava a dona de todo o mundo, acreditava ser invencível e inabalável. Mas já fazia muito tempo que a única coisa que eu conseguia sentir era apreensão e medo. Lilith me dizia que era por conta de Ethan, apenas ela e sua estranha sabedoria para dissertar por horas sobre como a vida e as crenças de uma mulher mudavam após o nascimento de um filho. Uma parte de mim acreditava completamente em suas palavras, mas a outra, a parte levada e teimosa digna da antiga Emily Osíris me sussurrava que era devido à falta de Thomas.

Nunca pensei em ser uma dessas mulheres dependentes emocionalmente de um homem, porém Thomas não era apenas um homem para mim, ele nunca foi apenas isso. Thomas era o meu melhor amigo. Não, não... era mais complexo do que isso.
Thomas era uma vítima, assim como eu.
Ele foi forjado da mesma dor.
Ele sentia a mesma dor.
Nós tínhamos as mesmas cicatrizes.
Ele era a porra da minha alma gêmea.

Lágrimas se encheram nos meus olhos quando me levantei da cama, enrolando o lençol ao redor do meu corpo dolorido e marcado.

Como eu poderia não pensar nele todos os segundos da minha vida?
Como eu poderia me sentir confiante se fui eu que ajudei a prender o homem que mais me conhecia?

Eu tentei esquecer.
Eu tentei me perdoar.

Mas será que existia algum tipo de perdão?
Eu sinceramente não sabia. Afinal, como Max uma vez me disse logo após sair da prisão:
"Nós Osíris não fomos criados à base do perdão. Nós temos que pagar por nossos crimes."

Eu aceitava isso.
Porém, novamente aquela parte teimosa gritava à todo pulmão um cântico quase que sagrado. Algo que eu evitava pensar, mas que me surgia em momentos quietos como esse.

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⏰ Last updated: May 09 ⏰

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