Nunca Se Está Só de Verdade

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Adrien apenas a olhou de longe, como quem não queria nada. Seu olhos transmitiam peso, como quem não estava nem um pouco contente com a situação atual.

Assim que Marinette fechou seu armário, e o olhou de volta, ele muda completamente seu olhar para um bem mais feliz, e acenou amigavelmente.

Marinette rapidamente olha para os lados, procurando quem quer que fosse que correspondesse o aceno. Quando percebeu finalmente que era para ela, ela acena de volta timidamente.

Alya e Luka mantinham as caretas indignadas para ele, até Marinette se virar e caminhar de volta com os livros agarrados ao peito.

— Você viu isso?! A gente não enlouqueceu, ele tá sem noção! -Alya esbraveja para o amigo enquanto a acompanhavam.

— É, eu vi. -Ele olha para trás rapidamente, ainda confuso. – Isso tá perigoso, hein.

Alya concorda na hora, buscando algum tipo de concordância da parte da amiga.

— Gente! Pelo o amor! -Ela para de andar, e se vira para eles. – Deixa! É só ignorar que passa, é só... -Ela acaba olhando além deles, onde ele ainda os encarava e passou a disfarçar com um armário que nem era dele quando percebeu que foi descoberto. –É só estudo. Eu juro!

E ela volta a caminhar de cabeça baixa, sem esperar uma resposta deles.

— Da sua parte a gente sabe que é. -Alya continua, a alcançando rapidamente. Luka também as acompanhavam indignado. – Agora como você pode garantir que ele...

— Ele pode. -Marinette finalmente diz, parando em frente a uma sala fechada. Fazendo a boca de seus amigos abrirem de surpresa pela reação tranquila dela em dizer aquilo. –É! Ele pode tá com outra intenção, mas quer saber?! Eu não ligo! Nem posso ligar! Quando ele perceber que eu não sou aquela garota arrumada da festa, ele vai cair fora rapidinho. É só questão de tempo, não se preocupem. Eu não estou!

Eles a encaram em um misto de pena, e de medo. Como podia ser tão louca das ideias?!

— Tá, galera. Até mais. -Ela desiste ao não receber nenhuma resposta, revirando seus olhos. Abre a porta atrás de si, e a fecha atrás de si, suspirando bem fundo. Ela olha através da janelinha, e percebe eles indo embora enquanto gesticulavam sem parar ao conversarem. Marinette fez bico enquanto observava. Eles não tinham vida não?!

Ela finalmente se vira para a sala vazia, ao menos era o que esperava ver. O loiro de seus sonhos encostado na mesa do professor olhando pra ela era a última coisa que imaginava ver tão cedo numa segunda.

— A-Adrien?! -Ela olha rapidamente para trás, a maioria dos calouros ainda nos corredores. Sua mania de sempre chegar cedo não era mais tão segura assim, seu maior sonho e pesadelo acabaram de se tornar realidade de uma maneira um tanto inesperada. Como?!

— E aí, Mari. -Ele pressiona ainda mais os dedos no batente da mesa, se forçando a ficar ali para não se aproximar demais. –Também prefere chegar cedo, é?!

Internamente Marinette quis rir, por pura ironia, ambos sabendo que ele era o último a chegar em tudo.

— É-É, mais... mais ou menos! -Riu nervosamente, colocando a alça de sua mochila para baixo. Ela ainda tentou raciocinar sobre ficar em uma das cadeiras, mas pela primeira vez em caso de extremo nervosismo, seu cérebro simplesmente não conseguia criar uma solução para fugir rapidamente.

Ele sorriu de lado ao perceber o gaguejar, e se sentiu confiante de novo. Mas não estragaria as coisas. Com Marinette teria que ser devagar.

— É, eu vi que a gente não costuma ter muita aula junto... só nas...

Bad AgresteOnde histórias criam vida. Descubra agora