Uma Nova Rotina

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Adrien passou o dia inteiro sendo paparicado. Ou seja, mais um dia perfeitamente normal em sua rotina.

Ele levantou sentindo um gosto salgado na boca, ao mesmo tempo em que se ergueu rápido demais lhe dando vertigem.

Abriu os olhos com pressa, reconhecendo sua cama, e a parede tomada por espaçosas janelas. Percebendo o estado que estava, separou o corpo do colchão em um só pulo, correndo para seu banheiro particular.

Ele não costumava chegar em casa naquela situação, nem lembrava como isso aconteceu. Geralmente Nino não deixa que ele volte pra casa nessa situação, e sempre acobertou ele nisso.

Se sentiu cansado. Extremamente cansado. E o vazio lhe arrebatou de uma só vez.

Nem o banho, muito menos o remédio reforçado para a dor de cabeça curaria a ressaca que ele adquiriu. Desceu com a expressão derrotada para tomar café.

— Bom dia, Adrien. -Nathalie lhe desejou em seu tom costumeiro de voz, mas estendendo o olhar por mais tempo pra ele. –Após a faculdade você tem uma sessão de fotos, irá participar da reunião com a equipe sobre as vendas da revista, tirar medidas na nossa sede e jantar com o prefeito.

Adrien se esforçou para tirar a expressão de derrota de seu rosto, mas não para tentar lembrar se esses eram seus compromissos de terça ou de segunda.

— Tudo bem. -E essas eram suas primeiras interações no dia.

Todos os dias.

. . .

— E aí. -Nino cumprimenta, dessa vez o olhando com certa teimosia também. –Óculos?

Adrien bate a porta, e deixa tombar a cabeça para o lado dele como se forçasse a tentar dizer algo. Mas estava muito cansado para reclamar, e volta a olhar para o retrovisor do carro.

— Porque me pediu pra te buscar? -Nino gira a chave, e começa a movimentar o carro. –Sem motorista, sem ninguém logo cedo?

— ...Porque quero lembrar o que rolou ontem. -Diz sem olhar pra ele, ajeitando o óculos escuro pelo reflexo da janela.

Nino deixa escapar um sorriso de canto, fazendo uma curva.

Adrien o olha por cima do óculos.

— Nada. O de sempre, né?! -Nino responde, achando um pouco de graça da situação.

Adrien ajeita a jaqueta, e cruza os braços. Se encolhendo no banco do carro.

. . .

Parecia que todas as luzes naquele dia estavam piores pra ele enxergar qualquer coisa. O barulho de todo mundo andando e falando ao mesmo tempo, nossa, porque fazem isso?

Ele esbarra em alguém, e já iria simplesmente continuar seu caminho quando seu olhar para no olhar de Marinette.

Após alguns segundos, ela tenta um sorriso fechado amigável como cumprimento. Ele corresponde com um breve acenar de cabeça, retomando sua caminhada.

Ela estranha, e fica assistindo ele deixar o corredor como se fosse um vampiro em transformação. Tão concentrada que mal percebe Alya fechando seu armário atrás dela, olhando estranho para o mesmo lugar também.

— Eu, hein.

— Aí! -Marinette dá um pulo pra trás. –Ei!

— Aí, que foi?! É o meu armário! -Aponta. –E vem cá, o bonitão tá de ressaca hoje, é?

— Deve tá... quando ele fica assim, parece que tá no Crepúsculo.

— Não é?! -Alya ri junto com ela, caminhando pelo mesmo corredor. –Mas estranho, fazia tempo que eu não via ele assim.

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