19.

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Atacante.

Quase três da manhã e a social ainda tava no puro fervo, mandei o Dj abaixar o som e subi no palco improvisado antes de pegar no microfone, trazendo a atenção de todos pra mim e começando a discursar em seguida.

- Quero ver nego trampar amanhã lá na boca com a mesma disposição que tá tendo pra encher a cara, sarrar nas novinha e exibir a cintura ignorante aqui. - Falei depois que os aplausos pelo discurso cessaram e os cria tudo começou a reclamar. - Quem pode manda e quem não pode obedece! Quem não trampar amanhã vai descer de cargo, jaé? - Avisei antes de mandar aumentarem a música no último volume e fui sentar, puxando a Carol pro meu colo e pegando o meu copo da mão dela.

Mota: Tu é um filho da puta, tá ligado? - Senti só um tapão na minha cabeça e derramei um pouco do líquido que havia no meu copo por conta do impacto.

- Porra. - Cocei onde ele bateu. - Mão de pedreiro. - Deixei meu copo na mesa e olhei pra ele que tava com cara de poucos amigos. - Tô ligado sim, mas o que te fez chegar nessa conclusão?

Mota: Melissa tá de mal comigo. - Respondeu antes de sentar do meu lado e tirar um maço de cigarro do bolso da calça dele.

- E onde caralhos eu entro nessa parada? - Perguntei apertando a coxa da Carol e ela deu uma rebolada no meu colo.

Mota: Foi porque tu inventou de sequestrar a irmã dela, otário. - Pegou um isqueiro com outro parceiro e acendeu o cigarro antes de tragar.

- E por que ela tá puta com tu, então? - Peguei meu copo e mandei pra dentro o resto da bebida.

Mota: Por eu não ter contado antes.

- Ih, logo passa irmão. - Dei risada. - E se não passar, tem mais buceta mundo afora.

Mota: Tu não entende. - Negou com a cabeça antes de soltar a fumaça no ar.

- O quê?

Mota: Não quero outra, porra, aquela mandada é diferenciada.

- Porra, irmão. - Ri pegando um baseado na bandeja e acendi. - Tu tá apaixonado? - Traguei soltando a fumaça através da risada, ver pessoa apaixonada pra mim é tipo assistir filme de comédia.

Mota: Ah, sei lá, caralho... - Murmurou. - Mas se eu tiver, não tem nada de engraçado nisso.

- Tem sim, pô. - Respirei fundo. - Vai ver se tá chovendo lá na tua casa, vai. - Impulsionei o corpo da Carol, fazendo ela levantar com a cara fechada antes de sair andando. - É tudo ilusão, esse sentimento que as pessoas acha que sente, bagulho de amor, é tudo psicólogico essas porra. - Falei e foi a vez dele de rir. - Tô te mandando a real, carai, qual foi?

Mota: Eu peço a Deus todo santo dia pra não me tirar desse mundo enquanto tu não sofrer por amor, enquanto tu não pagar com a língua e enquanto tu não faltar latir por uma simples "buceta", igual tu mermo fala. - Meteu essa e eu dei de ombros olhando pro céu, já sentindo a onda bater.

- Essa porra de amor não é pra mim, irmão, se liga. Tu nunca vai me ver ficar desse jeito aí não, já se prepara pra morrer sem ver isso acontecendo.

Mota: Beleza então, pô. - Olhei a marmita de um mano que estava sentado na minha frente me encarando, enquanto enrolava a ponta do cabelo dela no dedo, e sorri de lado antes de levantar e fazer sinal com a cabeça.

- Vou ali no banheiro rapidinho retocar minha make porque tu merece, gato. - Escutei ela falar pro mano, enquanto eu me afastava, seguido daquele barulho de estalo que as bocas fazem depois de parar o beijo.

Esfreguei minhas mãos em sinal de animação, enquanto entrava na casa, e escutei o barulho de salto logo atrás de mim.

Me virei, olhando pra suas coxas grossas cobertas por um fino pano, que com certeza ela chama de vestido, e subi o olhar pro seu cabelo ondulado de cor azul escuro antes de a empurrar contra a parede e rasgar seu vestido.

Talaricagem trocada não doi, o mano já comeu uma das minhas marmitas favoritas, comeu no sigilo mas tudo acaba chegando no pai então acho que ele não vai se importar.

- Quê isso, bofe... - Sorriu acariciando o meu rosto e quando aproximou do dela, fazendo menção de colar nossas bocas, eu segurei em seu pulso.

- Sem beijo. - Falei sério e ela assentiu antes de abaixar lentamente e ajoelhar na minha frente com as mãos já no cós da minha bermuda.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora