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Atacante

Encosto no bar depois de falar com o Hadad e arrumo a glock na cintura com o olhar confuso que a baixinha me lançou na mente.

Fiz o que é melhor pra nós antes que desse algum rolo maior. Nessa vida que eu levo a última coisa que eu preciso é nutrir sentimento por alguém e ela já sofreu demais pra chegar eu e só acrescer nos traumas.

- Oi. - Uma voz conhecida me tira dos meus devaneios e eu olho pra mão com unha pintada de vermelho vivo segurando no meu ombro antes de subir o olhar pra dona da mão vendo a Carol.

- De boa? - Pergunto tirando a mão dela do meu ombro.

Carol: Ahram. - Assente. - Sozinho?

- Tá vendo os cara aí não? - Aponto com o queixo e ela solta uma risada sem graça. - Tô de boa, Carol.

Carol: Porra, tu tá de boa tem mó tempão cara. Arrumou outra fixa, é isso? - Pergunta emburrada e eu passo a língua no lábio me segurando pra não ser escroto.

- Eu só não quero te comer, tá mais fácil assim de perceber? - Ela permanece calada e eu pego meu copo dando um gole no meu whisky. - Tchau.

Carol: Tá com ar de apaixonado, cuidado em Atacante. - Ela vai saindo e eu fecho a mão no pulso dela puxando de volta.

- Tu acha? - Pergunto com a sobrancelha franzida e ela assente.

Carol: E ela ou ele deve ser foda pra conseguir fazer um coração de gelo que nem o seu derreter. - Fecho a cara pra ela ao escutar o "ele" e ela dá risada.

Amo degustar uma buceta e ela fica nessas, maldita.

- Brincalhona, cuidado pra não virar a brincadeira em? - Pego o copo apontando o dedo na cara dela que puxa uma cadeira sentando.

Carol: Brinquei na primeira parte, mas o negócio dela ser foda é real. - Coloca o cabelo por trás da orelha.

- Ela é. - Assinto passando a mão no peito alisando a camiseta branca. - Mas eu não tô apaixonado não.

Carol: Confia. - Debocha. - Tá se privando por quê?

- Privando do quê, cara? Mané privando, eu em.

Carol: Olha só, se essa vida é um sopro a vida que tu leva é dois. Tem certeza que quer morrer sem saber o que é amar e ser amado?

- Ela merece mais, tu sabe metade das merda que mulher de vagabundo passa? - Ela assente levantando.

Carol: Já ouvi falar e acho que nenhuma delas fechou com vagabundo sem saber o que ia passar, é escolha de cada uma.

- Valeu pelo papo mas no meu coração só dá o crime e o Mota. - Ela assente e sai do bar metendo o pé.

Não sei o que é paixão até porque não tem como tu conhecer algo que nunca sentiu porém sei que tô fazendo certo em cortar qualquer possibilidade de sentimento que podia vir a sentir pela Kaira, depois da noite que nós dois se abriu a confusão que eu sentia em relação a ela só fez aumentar.

Respiro fundo lembrando dela dando risada com a cabeça jogada pra trás e depois dela gemendo meu vulgo no meu ouvido fazendo um buraco de dúvida se abrir no meu peito e a questão "O que é isso que eu tô sentindo?" surgir na minha mente, quero que essa porra passe logo.

Bil: Tá mó quieto, nem tentou me expulsar hoje.

- Pra quê? - Viro pro lado encarando ele. - Tu não escuta mermo.

Esse pau no cu é sangue bom, desde que nós fechou pra pegar meu armamento nós tem mantido contacto e apesar dele ser braço direito do pau no cu do Jota ele aparenta ter uma boa índole então deixo ele frequentar aqui.

Deixo não, mando embora e ele caga pro que eu falo e segue vindo. Já falei que se o Jota sonhar ele tá fudido mas se Bil não liga pra própria vida eu que não vou ligar.

Mota: Bilzinho tem tendências suicidas.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora