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Atacante.

Agito o borrifador, com água e rato morto dentro, e puxo uma cadeira me sentando depois de deixar o bagulho sobre a mesa pra ficar de molho.

Olho pro ultrassom da minha piveta e é inevitável não sorrir, eu achava que a Kaira tinha me ensinado o que é o amor, mas tava errado, verdadeiro amor mermo é o que eu sinto por essa neném que ainda nem tá no mundo tá.

Se passaram oito meses desde a descoberta da gravidez da baixinha já. Nós viu que era uma menina no terceiro mês, pô, nossa Zairinha.

Falar pra tu, louco pra caralho o sentimento que eu tô, a vontade que eu tô de ter ela nos meus braços logo. Acho que o fato de saber que a partir de agora a bolsa da baixinha pode estourar a qualquer momento só me deixa mais na vontade de ver logo essa piveta.

O cheiro que o corpo morto do rato de molho na água deita logo me faz sair do meu lado "sentimental" e recobrar a consciência focando no que me trouxe pra cá.

Volto a guardar a imagem do ultrassom na minha carteira e enfio ela no bolso da bermuda antes de pegar no borrifador depois de me levantar e espirrar a água no pescoço do miserável que se encontra desacordado e amarrado numa cadeira à minha frente.

- Tá com fome, não tá filha? - Pergunto passando o dedo pela cabeça da Orquídea que tá enrolada no meu braço. - Vai comer seu ratinho, vai. - Pego ela com as duas mãos e deixo sobre as pernas do homem antes de me afastar.

Cruzo os braços na altura do peito observando a Orquídea se mexer lentamente e em seguida deslizar pelo tronco dele onde ela para no ombro e estica a língua fora fazendo aquele barulho característico encararando fixamente o pescoço branco do velho asqueroso.

Não dá nem três minutos nessa posição e ela vai na reta do pescoço com tudo, se enrola nele e o velho abre o olho recobrando a consciência.

Ele tapeia a Orquídea com os olhos esbugalhados e o rosto suado e vermelho pra caralho por conta da falta de ar que a minha neném causa ao se enrolar cada vez mais em seu pescoço.

- Por mais legal que seja assistir você ser esmagado e enforcado eu quero te matar com minhas próprias mãos. - Bufo realmente triste por ter que tirar a Orquídea de lá antes de tirar ela com cuidado e deixar sobre o terrário com ratos pra ela se alimentar.

O velho tosse incessantemente com falta de ar e eu fico só olhando até ele acalmar e conseguir formular uma frase direito.

Coronel: Q-quem é... - Tosse cuspindo no chão. - Quem é você?

- Com que então tu não conhece o rosto da pessoa cuja morte tu vem orquestrando com seus homem tem mais de quê? - Gesticulo. - Oito meses?

Ele aperta os olhos me encarando e pra ajudar eu até me aproximo pra ver se refresco a memória do velho, já é um senhor de idade e pá então vou ser compreensivo.

Coronel: A-Atacante? - Pergunta com o olho arregalado, me causando um alívio do caralho.

- Porra, tava ficando ofendido. - Sorrio de lado. - Pensei que tivesse deixado de ser famoso entre vocês.

Coronel: Olha só. - Tosse antes de continuar. - Se tá pensando em me matar saiba que vai ter homem meu na tua cola, se acontecer algo comigo eles têm meu aval pra sair matando todo mundo que já cruzou seu cami... - Corto a fala dele com a minha risada alta.

- Tá blefando, ninguém vai notar se tu morrer ô veio caduco. - Dou dois tapinhas no rosto dele que me encara com a respiração desregulada. - Eu garanti isso.

Coronel: C-como assim? - Sua expressão de assustado me enche de felicidade.

- Sabe por que cada homem seu, um por um, que tava naquela reunião secreta onde orquestraram minha morte e a porra de uma chacina na minha quebrada foi sumindo? - Pergunto baixo vendo o pavor em seus olhos. - Dia após dia que nem escadinha? - Ele engole em seco. - Eu me encarreguei de matar todos, e claro que não pude deixar de guardar o melhor pro final, né não sogrinho? - Ironizo.

Coronel: Que papo de sogro é esse? - Me olha com nojo. - Miserável! - Grita antes de eu erguer meu pé chutando seu maxilar, o barulho de alguns dentes quebrando são música pros meus ouvidos bem como ver sua boca sangrando é arte pros meus olhos.

Pego meu taser de choque no bolso e ele nega com a cabeça ao me ver chegar próximo com o objeto na mão.

- Ah, não vem dar uma de despercebido, eu sei que tu sabe que sua filha é minha mulher porque seu informante de quinta eu peguei no pulo e desde então ele passou a te passar só informação que eu permitia. - Informo brincando de ligar e desligar o taser.

Coronel: Fiz é bem de não criar laço com ela, essa decepção de ver ela se envolver com criminoso só fez eu chegar a conclusão de que nem gozar dentro da mãe dela eu devia ter goza... - Totalmente cego de raiva eu tiro a quadrada do coldre e disparo duas vezes, uma bala em cada braço é o suficiente pra fazer suas palavras serem substituídas por gritos de dor.

- TU LAVA A PORRA DA TUA BOCA PRA FALAR DA MINHA MULHER! - Grito totalmente transtornado enquanto aponto o dedo na cara dele.

Ergo minha camiseta pra limpar o sangue que espirrou no meu pescoço e rosto antes de pegar um balde de água cheio e jogar inteiro nele.

- Isso é por ela, pelo Bil e pelo resto das vidas que você destruiu ao longo da sua merda de vida. - Falo ligando o taser e jogo por cima dele que cai no chão tremendo quando a eletricidade do aparelho pega em seu corpo subindo pra todas as partes.

Fico vendo a espuma borbulhante sair por sua boca e sua pele derretendo até seu corpo que antes tava tremendo até parar sem vida.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora