II

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Não seria exagero dizer que JK estava ansioso. Foi o segundo dia de reuniões e refeições intermináveis, de energia gasta em conversas que derivariam em acordos e finalidades coletivas. Quando a luz do dia começou a falhar, e tons intermédios transformaram de repente o horizonte, a ansiedade virou impaciência. Queria terminar logo e subir para o momento que aguardava o dia todo, só para si.

Uma vez que se decidiu, ninguém mais se pôs em seu caminho.

Levantou-se e deixou a sala do Conselho sem hesitar, pela primeira vez sem se importar que os outros continuassem a discutir em sua ausência.

Na antessala, NJ lhe lançou um olhar penetrante, cheio de fatalidade, como se pudesse ver longe.

"Vou jantar nos meus aposentos"

JK tinha pedido que levassem vinho quando fossem acender as velas e preparar seu banho. Normalmente não bebia durante a semana, porque prejudicava o treino. Mas faria uma exceção.

Subiu os degraus de dois em dois sem reparar.

Quando chegou na sala vazia, prestou atenção para ouvir algum barulho que indicasse onde TH estava, enquanto servia para si uma taça. No último momento, serviu uma para ele também.

Levou alguns minutos para encontrá-lo, TH estava na janela do escritório vendo de longe as fogueiras sendo acesas para o segundo dia de festejos. Quando percebeu a chegada de JK, imediatamente pôs as mãos para trás e abaixou a cabeça em postura de total submissão.

Estava vestindo roupas de JK de ficar em casa, um dos conjuntos de calça e blusa de mangas longas que Jin tinha separado para ele usar. Os dois tinham a mesma altura, embora o Príncipe, naturalmente, fosse mais forte. TH ficava solto dentro delas e a blusa escorria pelo colo, deixando parte do ombro bem-formado à vista.

Nada mais que tivesse vestido teria agradado mais

JK apertou com força os lábios e outra vez olhou TH de cima a baixo.

A excitação que perturbou-o o dia todo quase se elevou à manifestação física "Você está bem?"

"Sim, Alteza" TH respondeu sem levantar o rosto.

"Está vendo as fogueiras?" chegou perto da janela para conferir, elas eram pontos brilhantes distantes bonitos de ver "Venha tomar um copo de vinho comigo"

Enquanto o seguia, TH pensou se poderia recusar a bebida. Estaria mais vulnerável com ela. Era fraco para bebida, pouca coisa já o afetava. Costumava recusar até quando vinha de graça, fazia parte de seu pacote de cuidados para não atrair problemas para ele e JM. Afinal, nada era realmente de graça.

O vinho que o Príncipe lhe oferecia também não era.

Mas desse drama TH já não esperava escapar, então, ao fim, não faria mal beber. Talvez pudesse ajudar a controlar os nervos.

Estava pacificado. Estava decidido a fazer o que o outro queria. Preparou-se o dia inteiro.

O Príncipe sorriu satisfeito ao vê-lo finalmente com a taça nos lábios, pois queria TH relaxado.

JK já tinha dormido com outras pessoas, mais experientes. Era o costume das cortes dar-se a algum modo de hedonismo e a manter seus preferidos entre concubinos e cortesãs. Aprendeu assim a tirar prazer do próprio corpo e a dar prazer a quem se deitasse com ele.

Não era frequente porém que ficasse com alguém, no íntimo era uma pessoa reservada e a condição de mandatário exigia cálculos e cuidados muito especiais na escolha de um amante. Nunca se envolveu com nenhum deles, tratando de sexo sempre como uma necessidade do corpo. Mas com TH era um pouco diferente, tinha impulsos que não tivera antes, vontade de tê-lo para si, sem prestar contas. Um tanto preocupante, mas JK não queria resistir.

Pena de ReclusãoWhere stories live. Discover now