Capítulo 19 - Ao que o Tempo Passa

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   O tempo na capital estava sendo divertido para todos.

   Naruto aproveitava a maior parte do tempo ao lado de sua esposa, que carregava no ventre um filho deles. Sim, o loiro tinha a certeza absoluta de que a amada carregava um herdeiro menino. 

   O mesmo também apresentava Hinata a todos os seus companheiros do exército e suas respectivas esposas. Esposas essas que receberam a morena muito bem, para a felicidade do Uzumaki, que sentia-se radiante em vê-la empolgada a cada novo convite para um chá.

   Já a moça de olhos perolados dividia seu tempo entre o marido, os eventos e sua família, tanto a de criação quanto a que ganhara quando se casou. Tinha a constante sensação de que deveria estar sonhando, para alguém que sempre viveu com tão pouco, ela agora tinha tudo que sempre quis, e tudo que nem sabia que desejava.

   Sentia-se abençoada, e esperava que seu pequeno pedaço de amor fosse rodeado daquele mesmo sentimento. E falando nele, seu marido insistia ser um garotinho, e sendo ou não, ela já amava tanto que não sabia nem como explicar.

   Outra pessoa que parecia amolecida por aquela criança que iria nascer, era Konohamaru. O menino só sabia pensar sobre tudo que ensinaria o sobrinho a fazer, e em uma noite o menino chegara contando que encomendara brinquedinhos.

   O único momento que o menino conseguia se distrair era quando estava com Hanabi. A cada momento que passava ao lado dela, ele se via mais encantado. Tudo na moça fazia seu coração acelerar, fosse a risada, os olhos brilhantes, as bochechas vermelhinhas, ou até mesmo o leve aroma de glicínias que ela exalava.

   A menina era divertida e determinada, mas sem perder um lado doce e humilde. E mesmo que Naruto agora pegasse no seu pé o dia todo por estar tão encantado pela Hyūga, ela valia a pena. Só ainda não decidira quando contaria para ela que ele seria o próximo Imperador.


*------* 


   O nono dia na capital amanheceu um pouco menos gelado que os anteriores, o que levou Naruto a levar Hinata a um passeio cedo.

   - Querido, onde estamos indo? - a mulher perguntou risonha ao ver que iam para uma parte mais afastada da bela capital.

   - Para um lugar importante para mim, minha lua! - ele parou de repente, se virando para a mesma e encostando de leve seus lábios nos dela - Eu prometi que te levaria para conhecer onde meus pais estão. Quero que eles vejam que eu encontrei o amor da minha vida, você! 

   - Ah, meu sol! - ele segurava o rosto dela em suas mãos, a olhando como se ela fosse a coisa mais linda do mundo todo. Ela nunca deixaria de sentir-se tocada por todo amor que ele lhe demonstrava - Eu te amo tanto!

   - E eu amo muito ele também. - levou uma das mãos na barriga ainda lisa dela. Fazer aquilo já se tornara um hábito, como que para se certificar de que isso realmente estava lhe acontecendo.

   Eles seguiram, vez ou outra, parando, para roubar alguns beijos, ou trocarem declarações apaixonadas. 

   Eles caminharam sem pressa, pois segundo o loiro, sua esposa não deveria se cansar. Quando finalmente chegaram, a morena não pôde deixar de notar o quão lindo era o local.

   O túmulo era de uma grande pedra bonita e bem cuidada, a escrita gravada nesta havia sido feita com cuidado, a grama era bem cuidada e muitas flores cresciam. Não tinha o aspecto de um cemitério, parecia mais um jardim muito bem planejado. E abaixo das palavras, uma bela pintura dos dois, em suas poses e armaduras de guerreiros.

   - Os heróis de guerra normalmente são colocados todos juntos. - ele começou, acendendo um pequeno incenso, que trouxera junto a algumas outras oferendas para colocar para eles - Mas, eles sempre foram muito ligados e apreciados pela família Sarutobi. Então, quando eles morreram, resolveram colocá-los separados. - a morena ajudava-o a arrumar tudo, enquanto ele seguia contando - Os nomes deles ainda estão na grande pedra, onde o de seu tio também deve estar. Mas pelo menos eu tenho esse cantinho, onde posso vir e ficar recluso, somente eu e eles.

   - Obrigada por me trazer aqui, amor. - eles terminaram de arrumar e se postaram, lado a lado, o braço dele passou pela cintura dela. - Eles parecem incríveis. E sua mãe possuía um cabelo lindo! Acho que nunca vi um vermelho tão majestoso.

   Ele deu uma risada de puro deleite.

   - Ah, minha amada esposa! - ele abraçou aquele corpo, que parecia tão pequeno em comparação ao seu - Minha mãe dizia que ela se apaixonou pelo meu pai no dia em que ele elogiou o cabelo dela. As pessoas costumavam dizer que era feio. - a morena o olhou assustada, como poderiam falar aquilo? - Quando eu nasci, eu começava a chorar no colo do meu pai ao menor sinal dos cabelos vermelhos dela. E quando criança eu dizia que era a parte mais linda dela, pois me fazia achá-la no meio de qualquer multidão. - ele agora parecia um pouco emocionado - Um pouco antes de morrer ela disse algo. Eu achei ela mamãe. - uma lágrima escorreu pelo rosto dele, que agora olhava para a pintura de seus pais - Eu achei! A mulher perfeita que elogiaria seus cabelos.

   A mulher se separou um pouco do marido, e se curvou na direção da pintura.

   - Obrigada, minha sogra! Por ter colocado o amor da minha vida neste mundo. - ela se levantou com os olhos marejados, talvez a perspectiva de se tornar mãe a tenha deixado sensível pra esse momento - Prometo que cuidarei muito bem dele, e que o farei muito feliz!

   Eles passaram uma boa parte da manhã ali, conversando, e falando sobre os pais do loiro, e contando algumas coisas quase como se os dois estivessem ali.

   E talvez realmente estivessem.


*------*


   Faziam três semanas que eles haviam retornado para a mansão Uzumaki. Mas os frutos dos acontecimentos dos dez dias que passaram lá ainda se mostraram presentes, fosse nas cartas que Konohamaru e Tenten trocavam com Hanabi e Neji respectivamente, ou no trágico destino que tomara Toneri Otsutsuki.

   A uma semana atrás ele havia feito uma tentativa de fuga do grupo que o escoltava para o exílio. Seu azar foi estar debaixo dos olhos da Princesa da Areia, mais um representante de cada um dos impérios interessados na punição deste.

   Temari não tivera misericórdia, e segundo os relatos de Shikamaru, que compunha o grupo como representante do Fogo, em segundos o homem fora decapitado.

   O resultado da execução de um inimigo em comum fora positivo para o tratado de paz entre os envolvidos, para o alívio de todos.

   Tudo parecia estar correndo da melhor forma possível, principalmente para o casal Uzumaki. A cada nova semana, o grande General Kyuubi descobria algo diferente na gravidez de sua esposa, ou algo diferente no corpo da mesma. E ele não podia estar mais maravilhado. 

   Hinata já achava hilário como ele se aborrecia quando os outros não notavam os pequenos detalhes, como o pequeno e quase imperceptível volume que agora existia. Era óbvio que só ele, que conhecia cada curva de seu corpo, seria o único a perceber.

   O que os outros realmente achavam hilário em contrapartida, era como ele estava disposto a deixar qualquer coisa de lado a cada pequeno barulho que fosse que a mulher de olhos de lua fizesse. 

   E para ela, apesar das descobertas boas, a parte ruim foi o começo das náuseas intensas e a facilidade com que passava mal. Não havia nada de fantástico neste lado da gestação. Mas ela não podia negar que era muito sortuda, em ter um marido que estava ao seu lado, até mesmo nas horas em que estava colocando tudo que comera o dia todo pra fora, sem nunca reclamar, e sendo sempre o mais atencioso e carinhoso possível.



Minha Amada Esposa Où les histoires vivent. Découvrez maintenant