Capítulo - 33

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MELISSA

Deito-me na cama de Camila e a vejo sorrir enquanto pega o livro "O morro dos ventos uivantes" e o deixa em cima da cômoda ao lado.

— Vocês demoraram muito para descer pro almoço — Sentou ao meu lado,

Sorrio de lado e pego travesseiro e o coloco em cima do meu rosto, completamente avermelhado ao me lembrar do que eu fiz no banheiro.

— Não precisa se envergonhar, todos nos fazemos sexo nessa vida, Melissa — Retira o travesseiro do meu rosto rapidamente e rir da minha cara de assustada.

— Camila, eu não transei com ele naquele banheiro — Nego. Ela franze o cenho.

Não fizemos nada além de algumas leves carícias pelo corpo um no outro, entre outras coisas. Era o que eu pensava que rolaria apenas isso.

Aconteceu algo bem inesperado. 

Eu me toquei na frente do Rafael gemendo o nome dele alto, que por alguns instantes pensei que iriam até o primeiro andar da casa. 

Me ajoelhei na sua frente e pedi para que ele me ensinasse a lhe dar prazer. Naquela hora eu não pensava em mais nada, a não ser nós dois juntos.

— Então foram preliminares? — Questiona com a sobrancelha arqueada.

Assenti com a cabeça, envergonhada.

— Pensei que vocês já estavam nas retas finais — Diz me fazendo arregalar os olhos. — Ah, vai, como é que você está resistindo o gostosão?

Dou risada do que ela fala e ela logo me acompanha.

Escuto o barulho de alguém batendo na porta do quarto. Camila caminha em direção dela e em seguida abre dando de cara com a mãe do Rafael.

— Me desculpe por atrapalhar vocês — Olha para mim com um leve sorriso no rosto. — Temos uma visita na sala. Aparentemente um amigo de vocês duas.

Franzi o cenho. Dona Elena se despede da gente e sai de nossa vista.

Saímos do quarto rápido para saber quem está no andar de baixo. 

Um amigo de nós duas? Nesse meio tempo não conheci nenhum amigo da Camila. Ela só conheceu o pessoal que o Felipe tinha me apresentado no racha.

Descemos os degraus da escada e ao chegar na sala de estar, me deparo com uma pessoa que pensei que não iria ver por um bom tempo.

Segurando o capacete preto em suas mãos e as tatuagens que destacam bem em seu corpo, não tinha como não saber quem era ele. 

— Foi uma viagem longa — Pausa quando avista nós duas — Meninas.

Bruce sorri para a gente com o mesmo sorriso de sempre. Brincalhão. 

Camila engole o seco e senta-se ao meu lado.

— Pensei que não iria te ver por um bom tempo — Murmuro baixo.

— Ainda estou esperando pela a minha camisa, Camila — Perguntou com tom de voz brincalhão. 

— Depois eu entrego pra você — Ele riu e depois negou com a cabeça. 

Eles voltam para o mesmo assunto que estavam discutindo quando chegamos na sala. 

Natalie chega com um copo d'água e oferece para o Bruce que em seguida o mesmo agradece e aceita o seu agrado, fazendo com que a Camila se remexe no sofá, aparentemente desconfortável com algo.

— Está tudo bem? — Pergunto.

— Sim. Está tudo ótimo.

A loira pega o copo vazia de suas mãos e sai da sala rebolando para todos, até quando passa em frente ao seu irmão Dominic. Concebendo olhares do Bruce em todo seu trajeto. 

— Eu não vou com a cara dessa garota — Diz baixo para que só eu possa escutar.

— Eu achei ela uma pessoa legal — Digo simples

— Você não viu o jeito que ela andou para todos aqui? — Questiona séria. 

— Deve ser somente o jeito dela. Todos nós andamos de uma forma diferente — Dou de ombros.

— Sei... essa garota tem alguma coisa — Disse ao se levantar, mas logo toco em seu braço, fazendo ela olhar para mim.

— Aonde você vai — Arqueei minha sobrancelha. 

— Eu vou apenas ao banheiro. 

Segue o mesmo percurso que a Natalie fez, porém indo em direção ao "banheiro", como ela diz.

Dominic olha para mim e depois para o Rafael, que estava distraído conversando com o Bruce e vem até mim e senta ao meu lado. 

— O que veio fazer aqui? — Pergunto, me distanciando um pouco dele.

— Se acalma — Levanta as duas mãos para cima. — Eu não vou fazer nada com você, não — Abaixa as duas mãos lentamente. 

— Então o que veio fazer aqui? — Questiono. 

— Pela sua cara, já dá pra saber que está preocupada com algo — Pausa ao falar. — E eu sei muito bem o quê é.

— Você vai contar alguma coisa, sobre o que viu? — Pergunto  baixo. 

— Não — Negou rindo com a cabeça. — Eu não tenho nada contra o lance de vocês dois juntos.

Abaixa a cabeça. 

— Eu já convivia com uma pessoa que eu amava do mesmo jeito. Se pegávamos em todos os lugares da casa, escondidos do pai dela — Rir ao se lembrar. — Não deixávamos passar nenhum segundo, quando os pais dela não estavam longe, era uma pegação frenética.

— Vocês dois hoje em dia... estão juntos? — Pergunto. 

— Não — Ele nega, passando o polegar na aliança de ouro antiga. — Tivemos uma filha, escondidos. Na época foi difícil esconder a gravidez nos últimos meses.

Respira fundo. 

— Os pais dela não podiam saber da gravidez, eles iriam pedir para ela abordar, não queríamos isso. Quando a minha filha nasceu os pais dela descobriram, ambos deixaram a gente sem se ver por dois meses, mas eu sempre pulava a janela do quarto dela, então não adiantava muita coisa.

Riu junto com ele.

— No momento em que ela foi na minha casa, com a nossa filha em seus braços, seus pais estavam lá com o carro cheio de mala dentro — Antes que uma pequena lágrima cresça, ele enxuga rápido. — Ela me entregou os pertences que eu precisava e a nossa filha em meus braço, pedindo para que eu cuide muito dela.

— Desculpe, eu não queria que você lembrasse do seu passado — Uma dor forte se instalar no meu peito. — Quantos anos sua filha tem? 

— Vai fazer dez anos, daqui a alguns meses — Assinto. — Foi difícil cuidar dela sozinho, mas eu sempre tinha a minha mãe nos momentos difíceis. 

Deve ter sido difícil conviver esses anos todos sem a pessoa com quem mais amava nessa vida. O único pedaço que tinha sobrado nesse amor foi a filha e o sentimento que ainda restava.

— Vão aonde? — Questiono quando Rafael desce das escadas com as chaves do seu carro. 

— A exportadora que enviou os carros, me encaminhou um e-mail dizendo que os carros já chegaram — Abre a porta.

— Você vai junto? — Pergunto para o Felipe.

— Dominic vai me dar carona — Ele se levanta do meu lado,  pega a chave de cima da mesa e segue o caminha até a porta.

— Daqui a pouco eu volto — Rafael se despede e fecha a porta atrás de si.

Só de saber que em alguns dias essa corrida acontecerá, sinto um sentimento ruim crescer dentro de mim.

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Capítulo Novo!!

Espero que tenham gostado. 

Não esqueçam de deixar o seu voto.

Beijos e até o próximo.

ProtegidaWhere stories live. Discover now