11. Something is wrong

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24.02.22
MIN YOONGI

— Pobrezinho. Que acidente horrível. Como só fiquei sabendo disso agora? — minha mãe lamentou.

Enfim estávamos fora do hotel. Não de volta à nossa casa, a reforma ainda estava um pouco longe de acabar, mas em um apartamento que podíamos chamar de nosso. No entanto, as únicas coisas que tínhamos organizado era a televisão e os três colchões de solteiro. Nem mesmo os talheres tinham sido desempacotados.

— Que horror, para de assistir jornal. — retruquei. Mesmo que minha atenção estivesse no celular, ainda podia escutar a voz do jornalista relembrando de de um acidente de três anos atrás em Busan, na Busan Gamcheon Culture Village, em que dois carros bateram um no outro e foram acertados por um caminhão. Apenas um morto, o dono da mercedes preta, marido de um modelo famoso. — Só tem coisa ruim.

— É a realidade, meu filho. Além do mais, ainda não assinamos os outros canais. Ou é isso ou é Tv cultura. O que prefere?

— É, pode deixar no jornal.

— Não vai sair hoje? — minha mãe me encarou.

Estávamos só eu e ela em casa, e quando digo isso, digo literalmente só eu e ela. Meu pai estava fazendo hora extra no trabalho e Jimin não ousou aparecer depois da merda que fez comigo.

Soltei um suspiro frustrado, encarando a tela do celular com um chat em específico aberto.

Taehyung faltou na escola todos os dias daquela semana, o que complicou um pouco. Eu estava roendo as unhas de preocupação, pensando se devia mandar alguma mensagem ou deixar quieto. Claro, eu não achava que ele estaria bravo comigo pela última conversa, nem que estava faltando a escola apenas por isso. Taehyung era dedicado demais e bem compreensivo. Mas, mesmo assim, achei que ele estava chateado. Digo isso porque, bem, se eu estivesse no lugar dele, teria ficado.

— Acho que não. Hoseok tá ocupado, os pais dele voltaram hoje. — respondi.

— Ah, que ótimo. Fico preocupada com aquele garoto sozinho por tanto tempo. Sabe que ele é como um filho para mim.

— Sei.

Minha mãe se espreguiçou.

— Bem, eu estava pensando em pedir uma pizza pro almoço. — ela falou. — Faz tempo que não passamos um tempo juntos.

— Mãe.

— Sim?

— Você disse que a vó tinha uma sala no armazém?

— 110 na kosan. Por quê?

— Sinto saudade. — inventei a primeira coisa que veio em mente. E qualquer forma, não era uma mentira. — Queria ir lá.

Minha progenitora concordou, parecendo um pouco emotiva. Ela também sentia falta dela.

— Claro, vá lá. A chave tá na minha bolsa.

— Quanto a pizza. — abri um sorrisinho. — Pede de noite. Vamos fazer um momento cinema em família, ok?

Ela pareceu feliz com a sugestão. Balançou a cabeça e voltou a encarar a televisão. Entendendo isso como um sinal, guardei meu celular no bolso da minha calça e saí.

O armazém não era tão longe do novo apartamento. Tive que pegar um ônibus, claro, mas dei apenas uma caminhada de, no máximo, cinco minutos até atravessar os corredores entre as salas tão bem fechadas com cadeados.

— 5...2...0...9...8...4 — sussurrei, colocando a combinação no cadeado da sala 110.

O cadeado se abriu. Deixei-o no chão e levantei a porta de enrolar pesada e enferrujada. Franzi o cenho pela escuridão da sala, mas, por sorte, estava preparado e acendi a lanterna do meu celular.

Caçador de demônios ໒ kth + mygWhere stories live. Discover now