14. Wake up (final pt.1)

142 28 21
                                    

07.03.22
MIN YOONGI

— Sinceramente, senhor e senhora Min. — alguém disse. — Tudo indica que, se o filho de vocês acordar, vai ser um milagre. Eu sinto muito.

Ouvi o choro deles. As lamentações. Era tão horrível. Eu queria dizer: "Mãe, pai, eu estou aqui! Não chorem!", mas não conseguia me mexer.

Era uma dor aguda. Uma ardência insuportável. Minha garganta parecia seca, tão seca que nem três litros de água refrescariam.

Não sei dizer quanto tempo se passou em que eu tentava acordar, mas só consegui abrir os olhos quando estava de noite e meus pais não estavam lá no quarto.

Tudo parecia bem mais vívido. Eu abri a boca, mas nada saiu. Pisquei várias vezes e tentei mexer os braços, mas não consegui muito bem por causa dos fios ligados em mim. Tentei mexer as pernas, mas nem deram sinal de vida. Eu tentei me debater, desesperado pra sair daquela cama, pra ir atrás dos meus pais, dos meus amigos, do maldito demônio, mas não tinha forças. Era uma sensação muito desesperadora.

Os médicos perceberam que eu acordei antes mesmo dos meus pais, que estavam lanchando na loja da frente do hospital, e eu tive que fazer uma série de exames e fingir que as vozes dele me fazendo várias perguntas não estava me dando dor de cabeça. A questão era: eles estavam surpresos que eu estava acordado, e realmente acreditavam que era um milagre.

— Filho! — minha mãe me abraçou e chorou.

Minhas costas doíam com seu abraço, mas eu não reclamei. Meus braços também doíam, mas estava retribuindo do mesmo jeito.

— Mãe... — murmurei e pigarreei.

— Água, você precisa de água. — ela se afastou e encheu um copo de água pra mim, logo me dando na boca. — Isso, bebe tudo, querido. Como se sente?

— Não fale se achar que vai forçar muito. — meu pai disse. Ele estava sentado na beirada da cama, perto dos meus pés, com uma de suas mãos apoiada carinhosamente em meu joelho coberto dos lençóis.

– Pai...

— Shh, eu tô aqui. — ele sorriu. — Você nos deu um baita susto, meninão.

— Susto é pouco. — minha mãe suspirou e acariciou minha bochecha. — Quer mais água?

Balancei a cabeça em negação e disse depois de um tempinho:

— E Taehyung?

— Taehyung? Veio te visitar agora a pouco junto de Hoseok, mas seu pai mandou eles irem embora.

— Eles estavam meio acabados. — meu pai justificou meio brincalhão, me arrancando um sorrisinho. — Mas eu aviso o Hoseok pra eles voltarem amanhã de manhã.

Era um alívio que todos estivessem bem. O meu maior medo era que Jimin tivesse surtado e resolvido machucar todos.

— Aliás, que gatinho seu namorado, ein? — meu pai provocou e cutucou meu joelho.

— Ah, homem, agora lá é momento de provocar seu filho? — minha mãe repreendeu.

Eu dei risada, mas franzi o cenho quando percebi que não senti a cutucada em meu joelho. Tentei mexer minhas pernas, mas elas pareciam muito pesadas. Pesadas demais. Pesadas como se eu não pudesse mais controlá-las. Meus pais perceberam, e meu pai se apressou em dizer:

— O médico disse que pode ser recuperado com a fisioterapia.

— Então eu... — pausei, ainda tentando raciocinar. — Eu... Minhas... Minhas pernas...

Caçador de demônios ໒ kth + mygWhere stories live. Discover now